Hoje, 08 de janeiro, comemora-se
o Dia do Fotógrafo ou Dia Nacional da Fotografia. A data celebra o profissional
responsável em captar uma fração de segundo e eternizá-lo. O fotógrafo pode
atuar na publicidade, jornalismo, cinema e ainda no campo artístico. Para isso,
o profissional mistura os conhecimentos de técnicas fotográficas (efeitos de
luz, ângulo e profundidade) com a sensibilidade e, claro, um pouquinho de
sorte.
A história da fotografia, no
século 19, se confunde com a própria história da ciência. A fotografia vinha
então para aperfeiçoar dois instrumentos desenvolvidos para auxiliar o
cientista: o microscópio e o telescópio. Os livros de anatomia, histologia ou
astronomia substituíam as ilustrações feitas a nanquim pela fotografia.
A primeira câmera fotográfica era
chamada de Daguerreótipo, e foi inventada por Louis Jacques Mandé Daguérre. Louis
Jacques Mande Daguerre, um pintor já célebre e popular, decorador de teatros e
inventor do diorama, havia chegado ao daguerreótipo há algum tempo, em 1837,
graças às pesquisas iniciadas muito antes por Nicéphore Niépce, com quem
Daguerre havia insistido em firmar uma sociedade no ano de 1829. Para Daguerre
era bastante conveniente o entusiasmo de François Arago e sua disposição de
conseguir que o governo francês adquirisse a patente do daguerreotipo,
recompensando adequadamente seus inventores, já que, até esse momento (janeiro
de 1839), ele ainda não havia encontrado uma solução satisfatória para a
comercialização do novo invento.
Até 1976, muito pouca gente já
tinha ouvido falar no nome de Hercules Florence, um pesquisador francês que
viveu entre 1830 e 1879, na Vila de São Carlos, hoje Campinas. Um número ainda
menor de pessoas ousaria supor que este homem seria o inventor da fotografia.
Antoine Hercules Romuald Florence, utilizando-se de meios precários, realizou
pela primeira vez na história – em 1833 – a fixação da imagem em papel
sensível.
A intenção de Florence era a de
criar uma forma de reprodução gráfica, tendo em vista a inexistência de uma
tipografia na região. Só que, pesquisando a sensibilidade dos sais de prata aos
raios solares, a potencialidade da amônia como fixador e a câmara obscura, ele
chegou, antes dos reconhecidos e consagrados cientistas europeus, à fotografia,
cuja denominação, photographie. Em
1976, uma pesquisa de Boris Kossoy tornou público invento e inventor. Depois
então Hercules Florence passou definitivamente à história.
A comprovação do pioneirismo de
Florence na Vila de São Carlos, hoje conhecida como Campinas (SP), demorou mais
de 140 anos para ser feita e reconhecida internacionalmente. Em 1976, o
fotógrafo e professor Boris Kossoy divulgou em um simpósio nos EUA a pesquisa
que resultou na primeira edição de seu livro, "Hercule Florence - A descoberta
da fotografia no Brasil", lançada em 1980. O feito em terras brasileiras
passou a ser mencionado em novas publicações sobre a história da fotografia em
todo o mundo ao longo das últimas décadas, mas mesmo assim ainda permanece
desconhecido para a maioria dos brasileiros.
E na era moderna, não há vida sem
fotografia. Sua foto está na carteira de identidade, de motorista, passaporte
ou no crachá da empresa. Nosso relacionamento com a fotografia começa antes
mesmo do nascimento, quando somos fotografados dentro da barriga materna por
meio da ultra-manografia. Assim a vida contemporânea é uma longa sucessão de
sessões de poses.
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