11 junho 2018

Governadores da Bahia (06)




Viana Filho (1967-1971). Historiador e político. Eleição indireta, indicado pelo governo militar. Dá início à construção do parque industrial da Bahia, em Aratu, girando em torno da petroquímica (CIA – Centro Industrial de Aratu). Promove algumas reformas no ensino, mas sempre voltadas à construção de salas de aula e não ao preparo efetivo do magistério, a partir de seu governo o Estado assistiu à decadência da qualidade da educação pública, um processo capitaneado pelo regime ao qual se filiara.


Antônio Carlos Magalhães (1971-1975). Eleição indireta. Início do fortalecimento do carlismo. Mão de ferro no governo e na política, seu êxito acaba por introduzir dois termos no vocabulário político estadual: carlismo, para indicar a abrangência de seu comando, e carlista, para designar seus seguidores. Ele trazia a credibilidade de uma bem sucedida gestão na Prefeitura de Salvador. ACM atuou durante a fase do milagre econômico. A Bahia entrou em um processo acelerado de industrialização, com a instalação, em Camaçari, e indústrias no Polo Petroquímico. A Petroquímica foi uma conquista do seu governo. Na Capital, Salvador, governada por um fiel aliado (Clériston Andrade), ACM realiza obras de grande impacto, abrindo as chamadas “avenidas de vale”, modernizando o tráfego da cidade e driblando sua topografia acidentada da parte velha. Também no turismo Salvador deu um importante salto: de 400 apartamentos em 1970, passou para 2400 ao fim de sua administração. Em seu governo ele centraliza em uma só área a administração pública: Centro Administrativo da Bahia (CAB) na Avenida Paralela para desafogar o então congestionamento do centro da cidade.


Roberto Santos (1975-1979). Eleição indireta. Ex-secretário da Saúde do governo Luiz Viana Filho, o professor faz sua estreia na política partidária, coordenando as eleições proporcionais em rôo o estado, vencidas pela Arena. Em seu governo, Roberto Santos implantou os chamados CSUs (Centros Sociais Urbanos), num total de 33 em todo o estado. Esses centros, de cunho declaradamente assistencialista, objetivavam atender às populações de baixa renda. Ainda existentes na estrutura administrativa, entretanto, os CSUs não desenvolvem qualquer papel relevante para as politicas sociais. Construiu em Salvador o Centro de Convenções da Bahia. Na área de educação, celebrou a construção de três mil salas de aula no estado. Duas obras marcaram o seu governo: Hospital Central Roberto Santos e a implantação do Pólo Petroquímico. Sua administração coincidiu com a mobilização das oposições em todo o país, na luta pela redemocratização.

Antônio Carlos Magalhães (1979-1983). Eleição indireta. Gozando de grande popularidade, mantinha sob sua égide a maioria ampla dos mais de 300 prefeitos do estado, de a quase totalidade das bancadas de deputados federais e estaduais – o que credenciam a, pela primeira vez, intervir com voz ativa em assuntos federais, estando no poder o presidente General Figueiredo. Também o prefeito da capital é homem de sua confiança: Mário Kertész – que já lhe servira como secretário, no governo anterior. Estende seu poder também ao Poder Judiciário, ao nomear seu Chefe da Casa Civil, o advogado Paulo Furtado, para o cargo de desembargador – sem que este jamais houvesse exercido a magistratura na Bahia. Este mandato também fora conquistado de forma indireta. Cria o programa de abastecimento popular, através da racionalização do sistema de comercialização de alimentos e de estímulo de atividades hortigranjeira modernos (Cesta do Povo).


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