07 junho 2018

Governadores da Bahia (04)


Antônio Fernandes Dantas (1937-1938). Interventor federal. Seu governo foi de curta duração (11 de novembro de 1937 a 23 de março de 1938) limitando-se a garantir a ordem pública e a nomear prefeitos municipais e outras autoridades.


Landulfo Alves (1938-1942). Interventor federal. O seu governo deu ênfase ao desenvolvimento agrícola em dezenas de municípios do interior, reestruturou a Secretaria de Agricultura e estimulou a fruticultura e a produção do algodão. A sua ação administrativa se estendeu a outros setores, como a ampliação da malha rodoviária e a urbanização da Capital. Construiu o primeiro aviário da Bahia em Feira de Santana. Isaias Alves foi o educador em sua gestão. Seu período governamental correspondeu aos difíceis anos da II Guerra Mundial e sua fase final se desenrolou numa conjuntura política movimentada, que terminou por provocar fissuras na estrutura do Estado Novo.

Renato Onofre Pinto Aleixo (1942-1945). Interventor federal. Pautou sua ação sobretudo pela reforma judiciária, criando comarcas nas regiões interioranas do Estado, que procurou conhecer, viajando frequentemente a fim de inteirar-se da realidade das diversas prefeituras. De seu governo foi a inauguração do laboratório de análises químicas do estado. Seu governo transcorreu numa fase de intensa atividade política, caracterizada pelos protestos dos setores liberais representados pela Concentração Autonomista da Bahia, cujas origens remontam aos anos 30. A queda de Pinto Aleixo veio junto com a de Getúlio Vargas.

Outros interventores federais que tiveram mandato de curta duração:

João Vicente Bulcão Viana (1945-1946). Governador nomeado.
Guilherme Carneiro da Rocha Marback (1946). Interno.
Cândido Caldas (1946-1947). Interino.


Otávio Mangabeira (1947-1951). Engenheiro, professor e jornalista. Foi vereador, deputado federal, governador, senador e chanceler. Primeiro governador eleito após os anos da Era Vargas. Anti getulista histórico, foi perseguido pelo Estado Novo e chegou a ser exilado. Voltou ao Brasil e nos braços do povo, foi reconduzido ao poder. Dono de uma oratória brilhante e de um intelecto privilegiado, seus discursos eram ouvidos atentamente, por adversários e admiradores. Suas frases, até hoje relembradas, revela uma espirituosidade que contrastavam com o ar sério e polido d homem público. “Pense no absurdo e a Bahia já tem o precedente” entrou para os anais da antologia política nacional.

Sua popularidade vinha de uma simbiose quase umbilical com o povo. Como era de família pobre, entendia os anseios das camadas inferiores e sabia como tratar os desfavorecidos. Lutou para melhorar as condições dos hospitais psiquiátricos e casas de detenção estaduais, construiu estradas para o interior, legou obras de porte como a Fonte Nova, o Forum Rui Barbosa e a Escola Parque Carneiro Ribeiro. Iniciou a pavimentação da orla da cidade e foi o artífice da construção do Hotel da Bahia. Autorizou a instalação de açudes nas zonas mais seca da Bahia. A grande marca de sua gestão foi o respeito ao povo e aos direitos humanos.

Reafirmou-se o prestígio de uma personalidade representativa das elites baianas. No seu secretariado, buscou Mangabeira resgatar as maiores inteligências da Bahia, como Anísio Teixeira (Secretário de Educação), Albérico Fraga (Interior e Justiça), Nestor Duarte (Agricultura), Dantas Júnior, Ives de Oliveira, dentre outros. De seu governo é a construção do Fórum Ruy Barbosa. Algumas ações de seu governo merecem destaque:Na Agricultura: reflorestamento de Maracás e do Rio Jequiriçá; Estação experimental para o cultivo da cana-de-açúcar; Colônia Agrícola de Jaguaquara, dentre outras. Na educação, a construção do maior e mais revolucionário projeto educacional da História do Brasil: o Centro Educacional Carneiro Ribeiro (conhecido por Escola Parque), no mais pobre e populoso bairro da Capital – a Liberdade – concretizando as ideias do educador Anísio Teixeira para uma educação em tempo integral, décadas depois resgatadas em projetos como CIAC, CIESPs, e outros.






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