Entra ano, sai ano, e Cauby
Peixoto, Elke Maravilha, Elvis Presley e outras respeitáveis figuras jamais
saem de moda. Pelo contrário, estão sempre na moda. Só o kitsch explica. Kitsch
é uma palavra que resolve problemas, qualifica objetos, pessoas ou situações.
Antes de tudo, o kitsch é uma espécie de mentira artística, um equívoco. Feito
com a intenção de ser arte, mas não é. É uma corruptela de “verkitschen” (verbo
do dialeto austro-bávaro para vender por preço mais baixo”), que se tornou
adjetivo usado em todo o mundo para indicar o que tem gosto discutível, apelo
fácil, peca por ser pretensioso ou exagerado, não é autêntico, não é
adequado...mas que agrada à maioria das pessoas, para desespero dos críticos.
O termo kitsch é muito relativo e
subjetivo na sua definição. Trata-se de um termo muito expressivo, mas de
difícil tradução; por isso, é universalmente empregado no idioma original.
Assim, para alguns, kitsch é o produto caracterizado pelo mau gosto; para
outros é sinônimo de vulgar; para outros ainda é artesanato seriado, é
pseudo-arte, anti-arte ou ainda pode ser considerada como signo de
industrialização, podendo ser confundido com o próprio folclore urbano das
sociedades industrializadas.
MISCELÂNIA – Os meios de
comunicação de massa vieram suprir a lacuna que antes era preenchida pela arte;
o produto dessa “cultura” era uma
miscelânia onde o kitsch foi encontrar o seu meio propício. Os artistas, ao
invés de reagirem e de encontrarem nova forma de comunicação para um público
maior, fecharam-se num processo de individualismo e introspecção,
enclausularam-se em seus mundos, distanciando-se das massas, por terem achado
que estas gostavam de se enganar com os estereótipos que a nova sociedade lhe ofereciam.
Ao fazerem isso, os artistas se constituíram numa casta – por vezes chamada
vanguarda -, que produzia para uma elite privilegiada, quer pelos dotes
intelectuais, quer pelos econômicos.
Esses meios de comunicação de
massa voltaram-se para um público heterogêneo e desprovido de cultura; para
atingi-lo, adotaram uma média de gosto e, ao se utilizarem dela, destruíram as
características distintas de vários grupos, criando, em conseqüência, um tipo
único a que integrava a massa. Esta, por sua vez, não tinha consciência de si
como grupo seguro e caracterizado, tornando-se alvo fácil de mistificação tanto
política como artística.
EXAGERADO – O objeto kitsch é
feito com intenção de ser arte, mas não é. A pop art, a literatura popular e a
pornografia não são kitsch, mas estão intimamente ligadas a ele. O kitsch
ultrapassa todos os gêneros, não se prende a nenhum deles a não ser ao
princípio do exagero. Por isso, chega facilmente ao bizarro. Pra Abraham Moles
(1920/1992), o kitsch constitui um estado de espírito, eventualmente
cristalizado em objetos. É o oposto da simplicidade, o inverso da sobriedade, o
avesso da austeridade. Tudo no objeto kitsch remete aos sentidos, à profusão.
Não há espaço para mesquinharia no kitsch. Ele é multicolorido, repleto de reentrâncias,
de informações visuais.
O abajur de fuxico (retalhos
coloridos, costurados à mão), a almofada transparente de plástico, repleta
de
plumas lilás, as velas de gel com duas serpentes enlaçadas, o puf forrado de
pelúcia em forma de dado, a luminária espetada por tubo de plástico... Um mundo
de cores e formas a explorar. “O kitsch é a arte da felicidade”, sentencia
Abraham Moles. “O kitsch tem humor”, emenda Sig Bergamin. O arquiteto e
decorador distingue o kitsch do cafona. Para ele a diferença está na
brincadeira. “O Pós-Modernismo revigorou o kitsch”, afirma a professora da
Escola de Comunicação e Artes da USP, Ana Mãe Barbosa.
Há, na nossa época, uma obsessão
pelos objetos e uma veneração pelo autêntico, pelo que é velho, pelo
tradicional. Essa característica é uma decorrência das mudanças bruscas que
ocorrem em nossos dias, de movimento e velocidade das transformações
técnico-científicas que distanciam do que antes era o natural – que, hoje,
substituído pelo artificial. No afã de se produzir, criam-se objetos na sua
maioria inúteis.
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Canções da música popular que ouço o tempo todo (Vol.15)
Avenida emoção, Araketu (De Periperi)
Sambas de rosa, Sarajane (Tempero Tropical)
Carona de Candidato, Wilson Aragão (Canção de Pescador)
Devastação da calma, Cordel do Fogo Encantado (O Palhaço do
Circo sem Futuro)
Tô fazendo a minha parte, Diogo Nogueira (Tô Fazendo a Minha
Parte)
Só nos resta viver, Ângela Ro Ro (Só Nos Resta Viver)
No jardim do mundo, Moises Santana (Terra em Trânsito)
Cor de rosa choque, Rita Lee (Rita Lee, Roberto de Carvalho)
Proibido pra mim, Zeca Baleiro (Líricas)
Belo balão, Gonzaguinha (Olho de Linci – Trabalho de Parto)
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do
nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas),
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Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em
frente a Biblioteca Pública) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28,
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