Cientificamente,
a água é mãe
A água
já foi definida como o ouro do terceiro milênio. Desperdício e
poluição são os problemas, mas se todos conhecessem seu poder
curativo, ela seria valorizada tanto quanto o precioso metal.
As fontes
de água que estão secando em todo o mundo são um sintoma deste
aproveitamento que insiste em não considerar o desenvolvimento
sustentável.
O valor
curativo da água espalhou pela redondeza. Os tropeiros viajantes,
quem primeiro sentiu o efeito benéfico dessas águas.
E as
águas habitavam a gruta
Na maior
parte do tempo, essa gruta fica alagada, tornando impossível
qualquer tipo de habitação.
As grutas
foram utilizadas, em idades remotas, como ambiente seguro e morada
para o homem primitivo, facto comprovado pela imensa variedade de
evidências arqueológicas e arte rupestre encontrados no seu
interior.
Depois,
vieram os índios
Os índios
que habitavam a região consideravam a caverna como um lugar sagrado
e acreditavam que as estalactites e estalagmites eram pessoas e
animais que haviam sido petrificados, bem como imaginavam que se
ousassem colocar os pés dentro da caverna, uma gota de água cairia
e o incauto viraria pedra.
Os
caboclos e habitantes da região acreditavam que a caverna era a
morada do demônio e a porta de entrada para o inferno. Sequer
ousavam chegar perto de medo.
Mas na
realidade a caverna era um espetáculo da natureza imperdível, rica
em espeleotemas. Era possível encontrar estalactites, estalagmites,
helictites, travertinos e amplos salões que encantam o visitante,
oferecendo uma imagem surreal.
Dentro da
caverna, o silêncio só é quebrado pelas águas que deslizam pelas
rochas. Mas, lá dentro, o som é diferente. No interior da caverna
tem-se a impressão de estar no maior lugar do mundo e, ao mesmo
tempo, no menor cantinho, prestes a desabar. No ar sente-se o cheiro
do perigo.
E os
índios moraram no morro. Acendendo fogo, caçando. Eram os coroados.
Os bandeirantes, na sua marcha pelos sertões, um dia deram com esse
aldeamento de índios, no pé do morro. O morro, na linguagem
primitiva, tinha o nome de Itaberaba, morada das onças. As cavernas
eram imensas. Selvagens. lembravam grandes catedrais.
Era um
mundo de espanto coberto de ouro. Os bandeirantes levaram a notícia
da descoberta daquela gruta até outras terras.
Nosso
Brasil já foi povoado por milhões de índios, com inúmeras etnias
e dialetos. Um povo que historicamente manejou os recursos naturais,
provocando poucas perturbações ambientais até a chegada dos
conquistadores europeus. Embora vários tenham se envolvido com
formas predatórias de exploração desses recursos deve-se
reconhecer que o fizeram submetidos a pressões.
Ainda se
estuda a possibilidade do ambiente sustentável, uma chance para os
índios equacionarem no futuro o domínio de terras. Reduzidos em
população e sempre sujeitos a frentes de expansão econômica,
seguem em busca de um lugar nos projetos de futuro nos países onde
sobrevivem. Estima-se que na época do descobrimento 5 milhões de
índios habitavam o território brasileiro. Hoje são pelo menos 350
mil índios.
De todas
essas etnias restaram apenas 225 que falam 180 idiomas. Os demais
falam somente português porque perderam sua língua de origem.
Água,
gruta, índios, sonhos (3)
Água,
gruta, índio
Conta
a lenda que em meio a floresta existia uma grande gruta de onde
brotava uma fonte de águas límpidas. Certo dia, um índio tentou se
abrigar na gruta e ao beber da água da fonte, viu refletir no
espelho d'água a imagem de uma mulher.
Na grande
floresta havia uma esplendorosa árvore centenária, um jequitibá
que tem história, que fez história.
Esse
jequitibá nasceu porque foi plantado por um índio que fez a
travessia do longo sertão de florestas intocáveis, em busca do seu
grande amor, uma bela índia de longos cabelos negros, sempre vista
em seus sonhos, como estando sob a água, ou lhe espiando por olhos
d’água.
Esse
índio foi em busca de sua amada. Ao matar a sede em uma mina de
singular bica, tal qual havia sonhado, sua amada flutuava sob águas
planas e serenas, vista por uma cortina de água que faziam bolhas
possibilitando ver, pelos olhos d’água, um oásis paradisíaco
escondido no meio da mata, com uma piscina natural de águas
cristalinas.
Sem poder
chegar próximo à amada sonhada ele resolveu plantar um jequitibá e
cultivá-lo com constantes folhas secas e farta água, para
homenageá-la esperando que do alto pudesse avistar sua amada, pois,
para ele, não existiria tempo, não existiria demora, para ter a
oportunidade de viver o grande amor sonhado.
Enquanto
o jequitibá crescia, a garota se tornava uma bela mulher. E o índio
foi cavando uma parede de pedra para construir, ainda que
vagarosamente, a sua tenda de fortaleza, como lhe inspirava o seu
amor. Os anos se passaram e no pé do jequitibá o índio morreu. As
folhas foram caindo em seu corpo e, dias depois, a bela arvore junto
ao rio se transformou na sua sonhada amada que juntos viveram, no
olho d´água.
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