20 agosto 2013

Jesser, o pensamento do mundo pela condição humana



O jornalista Jesser Oliveira foi aceito como membro da Academia Jacobinense de Letras – AJL.  A reunião foi conduzida pelo presidente da AJL, professor Edmundo Isidoro dos Santos. A posse será no dia 28 de setembro quando será comemorado o jubileu de prata da Academia. Na ocasião, será lançado o livro da AJL: Letras Douradas IV Cultura e diversidade da caatinga na Chapada Norte. A obra é uma coletânea de textos dos membros da academia.

Jesser, além de trabalhar na assessoria de comunicação da UPB, tem uma fanpage www.facebook.com/poesiasaltoalto.

CAMINHADA
 
Ao iniciar sua caminhada, o poeta leva consigo a convicção de que o homem é um ser destinado à liberdade. Contra a visão de um ser humano impotente em um mundo que lhe é hostil, ele prefere buscar a compreensão de um mundo que só é plenamente humano pelas mãos dos que aqui vivem, mesmo quando erram e são condenados.

A busca pelo sentido da vida no livre arbítrio encontra eco em sua escrita. Neste terreno ele segue quase literalmente, e a força da sua palavra está na exploração dos meandros de nossa liberdade e sua íntima conexão com os atos mais banais do cotidiano.

Interrogativo, investigativo, inconclusivo. Assim é Jesser em seus percalços pela filosofia da vida, adentrando na psicologia do ser, na busca de viver uma vida harmoniosa e em paz. Para ele, a virtude não é impossível no mundo dos homens, ainda que se faça rara nos tempos funestos que correm pelo Brasil. Ao contrario de muitos, ele acredita que é possível falar de virtude no terreno das relações humanas.

Para ele, o amor é componente essencial de nossa natureza. Ele olha para o amor como olhamos para o desejo. Ao desejar algo esse sentimento pode ser tão poderoso que esquecemos de limitá-lo com as barreiras impostas pela moral e com a busca da realização do bem. O amor, assim, é o elemento central de uma condição humana, dirigida para a procura do bem, mas marcada pela possibilidade de erro.

Ao analisar ser percurso, descobrimos que Jesser mergulha em uma viagem de nossa própria condição. As crenças religiosas, a ética, a moral, a responsabilidade social, a gentileza, a boa ação, a satisfação. Esse e Jesser e o alimento da fantasia do poeta, do escritor que, ao longo de tantas jornadas, caminha na certeza de encontrar a sua companheira, e com isso suporta tão bem os medos e as ameaças de um percurso de iniciação.

O fascínio da viagem que ele nos oferece é que rapidamente nos sentimos parte de seu mundo. Não é à toa que ele foi viver em Porto Seguro, passou por Miguel Calmon até chegarem Salvador. E em cada porto, um mergulho nos encontros e nas emoções com novas pessoas. O escritor Erich Auerbach já lembrou que o poema é território de uma série de encontros. E a viagem que ele empreendeu é fruto dos seus olhos, da bagagem que estrutura a narrativa e de sua eterna capacidade de nos revelar a nós mesmo.

Na poesia a emoção se cristaliza na palavra e na palavra se cristalizam os sentimentos. Os poetas estão em busca da palavra certa, mágica que conecte todo o sentimento ao leitor. Como um químico perfeito, ele extrai a quintessência da melancolia, dos fogos de artifícios e das erupções de alegria, das vozes sedutoras e do olhar incendiário pelo prazer, do aroma inebriante e do toque enlouquecedor, do amor em expansão e do desejo de libertação.

E como toda viagem é pessoal, ele prossegue em seu caminhar podendo encontrar algumas pedras, como Drummond, mas a beleza da contemplação do olhar cotidiano, do dia a dia das coisas tidas como banais realça seu trabalho. Esses pequenos olhares que se arriscam no cotidiano, não se escondem para fazer parte da liberdade, pequenos feitos iluminados. Jesser não se sente alheio aos dramas humanos, muito pelo contrário, se apresenta a nós em suas varias roupagens.

E em cada verso, palavra, sílaba ou letra pode conter problemas, sentidos e segredos que tornam impossível a tarefa de decifrá-los de forma definitiva. Nossa leitura e interpretação podem ser bela pela forma como conseguimos vivenciar tais sentimentos que movem o autor.

O amor que transborda em seu texto é pessoal, sensual. Ele fala/escreve em termos de memórias, imaginação e sentimento. Não diz o que é o amor, mas o que ele significa e nele provoca o leitor. Nas suas viagens literárias o amor se da na fugacidade e no transitório, no sofrimento que nos faz intuir e desejar o eterno e libertarmos daquilo que nos angustia. Suas palavras são construídas com as matérias de nossa precariedade e de nossa finitude, e não está nem antes nem depois de nosso presente, mas nas suas dobras. E é nesse mundo que transitamos. Longa caminhada para Jesser.

Jazz ser

Dos olhos vem todo o seu saber
Da sua escrita o tempo vai dizer
Que seus versos ao longo do tempo para sobreviver.

E das suas lágrimas, perolas raras
Que ardia sob as cinzas do passado
Abre-se a luz de beleza clara.

E como a cada manhã o velho sol é novo
A sua passagem terrena na escrita
É fixa, espanta e encanta quem a fita.

Quando planta as palavras em seu jardim
A árvore transborda e dá frutos
Você pode degustar a semente até o fim. 


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