21 agosto 2013

Há 160 anos falecia a heroína da independência Maria Quitéria



Uma das principais guerreiras na luta da independência da Bahia em 2 de julho de 1823 foi a cachoeirana Maria Quitéria de Jesus, primeira cadete do exército baiano na luta contra os portugueses. Existe uma medalha militar e uma comenda na Câmara Municipal de Salvador que levam seu nome. Sua imagem é presente em todos os quartéis, estabelecimentos e repartições militares do país por determinação do Ministério da Defesa. Em 28 de junho de 1996 foi reconhecida como Patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro, um dos poucos que acolhem oficiais do sexo feminino. Mesmo com todo esse reconhecimento póstumo, poucos conhecem a história dessa pracinha. No dia 21 de agosto de 1853 a heroína faleceu.

A história de Maria Quitéria começa em 1792 no sitio Licurizeiro, localizado em São José das Itaporocas, atualmente cidade de Cachoeira, na Bahia sendo reconhecida como filha de Gonçalo Alves de Almeida e Quitéria Maria de Jesus. Com a morte da mãe quando a menina tinha apenas nove anos de idade, o pai preocupado com o bem estar das crianças (Quitéria ainda tinha dois irmãos mais novos) casa-se pela segunda vez com Eugênia Maria dos Santos. Nesse ínterim, a menina cuidava da casa e dos irmãos enquanto seu pai estava fora. Com pouco tempo de casado, a esposa vem a falecer e Quitéria continua com os afazes domésticos e com a responsabilidade das crianças. Seu pai casa-se pela terceira vez, agora com Maria Rosa de Brito e, com a nova esposa, teve outros três filhos.

Maria Quitéria tinha independência nata. Cuidava sozinha da casa e não precisava de ninguém para dizer o que deveria fazer de sua vida, e essas razões eram suficientes para começar uma briga dentro de casa com sua madrasta que não apoiava as ações de jovem libertária. Nessa época a menina já caçava, montava e manejava armas de fogo.

SOLDADO MEDEIROS – Ainda em casa, Maria Quitéria mostrou-se interessada e participar da luta armada. Foi advertida por seu pai que a proibiu de ingressar no combate. Decidida, Quitéria foge para a casa de sua irmã Teresa Medeiros e pede ajuda. Prontamente a irmã apóia Quitéria entregando a ela a farda de seu marido. Maria Quitéria corta os longos cabelos e adota o sobrenome da irmã, tornando-se a partir de então o soldado Medeiros do Regimento de Artilharia onde permaneceu até ser descoberta, semanas depois pelo seu próprio pai.

Defendida pelo Major José Antônio da Silva Castro que não pretendia perder um bom soldado, ela foi incorporada ao Batalhão dos Voluntários dos Príncipes, que era conhecido popularmente como Batalhão dos Periquitos por causa da gola verde no uniforme. Ao seu fardamento, foi-se incorporado um saiote, para diferenciá-la do grupo. A partir daí, seguiu com seu batalhão para guerrear, começando na batalha da Ilha de Maré, Itapuã e Pituba, este último agindo com bravura, por atacar uma trincheira apreendendo dois soldados inimigos e escoltando-os sozinha até o acampamento.

Foi elevada ao posto de Cadete em 31 de março de 1823, pertencendo então ao Conselho Interino da Província, tendo direito de portar espada. Em dois de julho de 1823 o exército libertador entrou em Triunfo na cidade do Salvador e Maria Quitéria foi homenageada pela população em festa. Foi recebida por D. Pedro com toda glória que merecia e posteriormente volta a Fazenda. No entanto, solicita ao imperador uma carta de desculpas para ser entregue ao pai por sua desobediência.

Na fazenda, casa-se com Gabriel Pereira Brito, e dá a luz a Luísa Maria da Conceição, sua única filha. Já viúva, em 1835 muda-se para Feira de Santana e posteriormente para Salvador, onde cria sua filha e vive até os 61 anos, vindo a falecer em 21 de agosto de 1853. A sua iconografia mais conhecida é um retrato de corpo inteiro, pintado por Domenico Failutti em 1920. Presenteado pela Câmara Municipal de Cachoeira, integra o acervo do Museu Paulista.

INDEPENDÊNCIA DA BAHIA - Em fevereiro de 1821, eclode na Bahia uma necessidade de
participar da luta pela desvinculação do poder Português. Ainda nesse ano, soldados portugueses foram as ruas atacando soldados brasileiros na Praça da Piedade, em Salvador. No interior da Bahia, comandos são formados para a luta em Salvador, a exemplo da Junta de Defesa, localizado em Cachoeira. Diversas batalhas foram travadas em localidades da cidade do Salvador e no interior do município, fortalecendo o combate contra Portugal.

Um dos principais papéis de importância na luta armada foi a participação dos indígenas, que receberam homenagens em 1896 com um monumento erguido na Praça do Campo Grande, em Salvador, e sendo considerado símbolo da Independência da Bahia.

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Um comentário:

Anônimo disse...

legal