18 fevereiro 2011

Eduardo Barbosa: Uma vida em função do quadrinho nacional. Autêntico (4)

1914-2006


O desenhista, jornalista e arquiteto Eduardo Barbosa (1914-2006), carioca de Bonsucesso chegou em Salvador em 1973 e não voltou mais para sua terra. O batismo de quadrinhos foi com a revista o Tico Tico. De leitor, passou a desenhista no Suplemento Juvenil, de Adolfo Aizen. O segundo batismo foi com Alex Raymond (autor de Flash Gordon, Jim das Selvas e Nick Holmes), seu grande ídolo.


Daí em diante, começou a mudar e a lutar por um quadrinho mais nacional. Chegou a ser relator de uma lei que regulamentava as histórias em quadrinhos no Brasil, no Conselho Nacional de Cultura (no término do Governo de João Goulart). Na oportunidade, reuniram-se vários desenhistas para discutir os problemas do quadrinho nacional. A lei foi engavetada, como aconteceu com todas as outras que a procederam.

Mesmo sem condições de lançar seus próprios personagens, pois as editoras estavam mais interessadas nos quadrinhos de fora, Barbosa continuou a desenhar. Fez quadrinhos para a Série Sagrada (São Judas Tadeu, Cosme & Damião, N.S.da Penha de França, Bom Jesus da Lapa, São Jorge, Santo Agostinho, N.S.da Conceição) e As Grandes Figuras (Rondom, Raposo Tavares) da Editora Brasil América Ltda (Ebal), os Clásicos Ilustrados, Cavaleiro Negro, Reizinho, Fantasma, da Rio Gráfica Editora, Fuzarca e Torresmo para a La Selva, Tio Patinhas para a Abril, entre outras.


Em 1958, escreveu um livro sobre Lampião (Lampião, Rei do Cangaço) que serviu de base para um filme de Carlos Coimbra (pelas Cinedite). Publicou também no Gazetas de Notícias, do Rio, em folhetim, o romance Judas Tadeu, além de escrever colunas de artes plásticas, participar de coletivas, fazer xilogravuras, reformar graficamente diversos jornais, inclusive as revistas de Cultura Vozes. Foi secretário de redação do Diário da Manhã (1961), no Maranhão.


No Rio, foi repórter de polícia e política, chefe de reportagem e diagramador. Nos anos 60 ele e mais dois amigos resolveram editar quadrinhos eróticos (os famosos catecismos onde Carlos Zéfiro já fazia sucesso). Em 1979, Ano Internacional da Criança, ilustrou Gato na Lua, de Maria Lúcia Amaral e A Velha Bizunga de Ofélia e Narbul Fontes. Veio para Salvador e atuou no Diário de Notícias, Correio e Jornal da Bahia.


Criou histórias sobre a Força Expedicionária Brasileira (Histórias e Heróis da FEB) que foram publicadas em 1975/1976 no Diário de Notícias de Salvador. Em 1977 produziu uma HQ sobre a Lenda da Lagoa do Abaeté, em homenagem aos 70 anos de Adolfo Aizen. A historieta foi publicada em 1979 no Jornal da Cidade, em Aracaju.


No início dos anos 80 iniciou uma HQ para a França, intitulada Yama – Le Mage, mas não recebeu retorno. Trata-se de uma história de aventuras que envolve uma série de diferentes países: Egito, India, Tibet, Africa nos anos 30. Além das entrevistas dada ao jornal Correio da Bahia, foi destaque numa reportagem publicada no fanzine Na Era dos Quadrinhos. Casado com a jornalista Naira Sodré, Eduardo Barbosa morreu no dia 07 de julho de 2006.

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Um comentário:

Fred Oliveira disse...

Saudações. Estou fazendo uma pesquisa e numa das minha leituras encontrei uma citação atribuida a um jornalista Eduardo Barbosa. A citação é sobre o Esquadrão da morte e como referência consta apenas Violência (que não sei se é um jornal, uma coluna ou apenas o título da matéria) e a data de junho de 1973. Onde o Eduardo Barbosa trabalhava nessa época. Obrigado. Frederico.