28 agosto 2009

Presidentes do Brasil (5)

O governo do mineiro Venceslau Brás Pereira Gomes (1914-1918) coincidiu com a Primeira Guerra Mundial. Ele adotou uma política financeira de austeridade diante da crise das importações: as importações mundiais diminuíam e as nossas só aumentavam. Em seu governo foi aprovado o Código Civil (1916) e teve fim a luta do Contestado. Mas o verdadeiro flagelo do período foi a gripe espanhola que matou mais de 600 mil só no Brasil. Candidato único, logo de início teve de combater a Guerra do Contestado (crise herdada do governo anterior) e, após debelar a revolta, mediou a disputa de terras entre os Estados do Paraná e Santa Catarina, tendo sido um dos fatores a dar origem ao conflito. Venceslau Bras definiu em 1916 os atuais limites entre Paraná e Santa Catarina. Enfrentou também diversas manifestações militares, entre elas a Revolta dos Sargentos (1915), que envolvia suboficiais e sargentos.

Promulgou o primeiro Código Civil brasileiro, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1916 e que foi a primeira lei a grafar o nome Brasil com a letra S. O torpedeamento de navios brasileiros, em 26 de outubro de 1917, por submarinos alemães, levou o Brasil a entrar na Primeira Guerra Mundial. Os navios brasileiros à procura de submarinos alemães travaram a Sangrenta Batalha do Toninhos, confundindo essa espécie de boto como seus inimigos, mataram dezenas deles. Devido às dificuldades em importar produtos manufaturados da Europa durante o seu mandato, causadas pela guerra, Venceslau Brás incentivou a industrialização nacional, porém de forma inadequada, já que o país ainda era essencialmente agrícola, e o governo necessitava de armamentos bélicos que requeriam uma indústria mais sofisticada que a do Brasil de 1914. Durante o quatriênio de Hermes, porém, Brás se revelou o mesmo ausente, passando a maior parte do tempo em sua fazenda, em Itajuba (MG). Em seu governo, revelou-se o tipo político mineiro: reticente e ardiloso, afastou-se do senador Pinheiro Machado. Com a ajuda de um empréstimo, tentou equilibrar as finanças do país.

Outro mineiro Delfim Moreira da Costa Ribeiro (1918-1919) teve mandato curto, só de oito meses, que ficou conhecido como regência republicana. Vice-presidente de um Rodrigues Alves eleito pela segunda vez, assumiu no lugar do presidente eleito, que morreria pouco depois, de gripe espanhola (mais tarde é homenageado dando seu nome à cidade de Presidente Alves, e considerado hoje o presidente que mais se preocupou com a população da República Velha). Delfim, na verdade, não estava em condições de governar, pois sofria de um tipo de arteriosclerose precoce. Durante o período de regência, quem governou de fato foi seu ministro de Viação, Afrânio de Melo Franco. No seu governo, o Brasil se fez representar na Conferência de Paz em Paris, pelo senador Epitácio Pessoa, eleito presidente em 13 de maio, em disputa com Rui Barbosa. Logo após a volta do novo presidente do exterior, Delfim Moreira passou-lhe o cargo, voltando à vice-presidência.

Seu curto mandato (que ficou conhecido como regência republicana) foi um período assinalado por vários problemas sociais, especialmente um grande número greves gerais. Delfim Moreira sofreu durante sua presidência de uma doença que o deixava totalmente desconcentrado e desligado de suas tarefas, sendo que, na prática, quem tomava as decisões era o ministro Afrânio de Melo Franco. Reformou a administração do território do Acre, republicou o Código civil brasileiro com várias correções ao texto original de 1916. Decretou intervenção no estado de Goiás.
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