08 abril 2020

Forte ligação entre música e quadrinhos (03)


No gênero ficção, a Heavy Metal (1977-1992, filial americana da francesa Metal Hurlant (Metal Uivante, criada em 1974-1987 por Jean Giraud e Phillipe Druillet), sempre teve o rock instalado em suas páginas e quando algumas de suas histórias foram transformadas em desenhos animados com trilha sonora de Nazareth, Devo, Blues Oester Cule, Black Sabbatt e Cheap Trick.



A premiada Love and Rockets, revista dos irmãos Hernandez teve seu nome adotado por uma banda inglesa devido à admiração que tinham pelos quadrinhos. Os Love and Rockets foram uma banda de rock alternativo britânica, criada em 1984, por ex-membros dos Bauhaus. O universo de Maggie, Hoppey, Penny, Luba e de outras garotas incríveis que protagonizam a série é uma mistura surreal de literatura fantástica latino americana, ficção científica, cultura pop e outras referências. A série foi uma das precursoras em levantar bandeiras como: igualdade entre sexos, relacionamentos  gays, desmistificação da feminilidade,  luta por melhores condições de trabalho, preconceito racial, drogas, relações familiares, política, sexualidade da mulher, entre outros assuntos relevantes  que eram tabus na década de 1980 e que em pleno século 21 ainda chocam muita gente.




Em 1966/67, Guy Peelaert se serviu dos dois maiores nomes da música pop francesa para dar forma às suas duas heroínas: Pravda e Jodelle. Pravda, la Survireuse foi inspirada em Françoise Hardy e publicada, inicialmente, na revista Hara Kiri. A motociclista Pravda exibe seu corpo com orgulho. Sua única roupa é um largo cinturão. Elástica, ágil, linda, ela lidera um grupo de mulheres dentro de um mundo de motonetas, gritos estridentes e formas alucinógenas.




Jodelle, inspirada na cantora Sylvia Vartan, representa a introdução da pop art na HQ. É mais colorida, menos clássica, mais sadomasoquista, não deixando por menos suas aventuras sexuais numa mistura de Roma antiga, dolce vita atual e espionagem à James Bond. O cenário se desenrola entre Las Vegas e a Roma antiga. Jodelle, linda e amoral, vive aventuras desenfreadas num mundo dominado pelos mass media. Jodelle é uma espiã que vive em um Império Romano futurista e trabalha para uma versão satírica do Imperador Augusto.



A banda de punk-rock The Ramones tem uma paixão pelos quadrinhos. Ela embarcou na onda dos quadrinhos com o clipe “I Don’t Want To Grow Up”, do disco Ádios Amigos. Basta ouvir a pauleira Spider Man, homenagem ao paladino aracnídeo. E não ficou só nisto: em 2005, a banda lançou a coleção “Weird Tales of The Ramones”, que traz nos traços elementos da Pop Art de Roy Lichestein. Junto com o gibi, três cds e um dvd fazem parte da coletânea.




A História da Música em Quadrinhos foi produzida pelos franceses Bernard Deyres, Denys Lemery e Michael Sadler. Com muito humor e criatividade, o trio mostra a evolução desde a pre-historia até a música contemporânea.



Em 2002, música pop, mais desenho animado, internet e quadrinhos fez surgir Gorillaz. Criado como uma crítica à indústria de entretenimento por um roqueiro consagrado, o vocalista Damon Albarn (da banda inglesa Blur), um desenhista de HQ, Jamie Hewlett (Tank Girl) e um produtor, Dan Nakanura. O Gorillaz se transformou numa fibra mundial.




Primeiro grupo virtual a explorara tecnologia e as possibilidades abertas pela internet, o Gorillaz começou o ataque em 2001 com Clint Eastwood. O single já tinha contaminado a molecada pela letra e pela levada em forma de rap na coreografia animada em showckwave ou no videoclip de MTV. Formado por Murdock (Baixista), Russell (baterista), 2-D (vocalista) e Noodle (guitarrista japonesa de 11 anos e fã dos Pokemons), o grupo lançou um álbum Gorrillaz/2001 que vendeu milhões, ganhou vários prêmios.

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