No início, o som foi usado para o
ser humano se comunicar com o próximo – através da voz, depois de tambores, e,
mais tarde, de instrumentos artificialmente construídos. Em seguida, o som
começou a ganhar conteúdos e ser trabalhado de diversas formas, adquirindo
funções no dia a dia. Foi usado para incentivar o trabalho, despertar o
espírito patriótico, provocar o instinto da disputa e da luta, induzir o ser
humano ao sentimento religioso, erotismo, guerra, e a todos os tipos de manifestações
e sensações da alma. Até a Idade Média a música sempre esteve ligada a algo,
não era nunca uma manifestação para ser consumida isoladamente.
Enquanto na China a música (de
cinco sons) era usada na prática de ritos místicos, no Egito a prática era mais
diversificada. Na cultura hebraica era monódica (expressada através de uma
linha melódica isolada), e influenciou todo o canto religioso cristo da Idade
Média, o chamado canto gregoriano.
O canto gregoriano ou cantochão
era usado nas liturgias católicas – missas e solenidades menores. A música
caracterizada da Idade Média foi monocárdica, baseada em oito escalas modais de
origem grega, não tendo acompanhamento. Os instrumentos não entravam na Igreja,
já que eram símbolos da música profana e “do pecado” e era cantado
exclusivamente por homens – a voz feminina era proibida na igreja, pois
igualmente “induzia ao pecado”.
Na Idade Média havia várias
espécies de menestréis que divertiam as pessoas nas praças, nas ruas, viajando
pelas comunidades. Embora mais cronistas de costumes que traziam novidades do
que compositores ou poetas, colaboraram para preservar muitos cantos. Esses
trovadores contavam com improvisos e acompanhamentos de instrumentos de cordas.
Eles vieram da Provença, sul da França, e atuaram do século XI ao XIII.
Foi no século IX da Era Cristã
que houve o mais importante acontecimento da música ocidental com o advento da
polifonia, a superposição de vozes que perfaziam um todo harmônico (de 800 a
1600).
O século XV representa a passagem
da idade Média para a Renascença. Houve uma quebra do feudalismo e a ascensão
da classe burguesa, particularmente nos grandes centros comerciais. O século
XVI é um dos momentos mais inspirados da historiadas artes, o da Renascença ou
Renascentista. A música profana ganha importância. A religiosa é patrocinada
pela Igreja Católica e a profana, pela nobreza.
Na Renascença iniciou-se o
interesse pela música instrumental. O estilo barroco durou de 1600 a 1750. O
espírito do estilo barroco na música, na pintura e na arquitetura
caracterizou-se pela teatralidade, pela grandiosidade e pelos efeitos de
brilho. Nasceu na Itália como consequência da Contra Reforma, com o objetivo de
reconquistar, através do impacto cultural, a influência da Igreja católica.
No período de 1750 a 1820 o
estilo clássico se destacou. O termo clássico relaciona-se diretamente com os
ideais apolíneos da antiga Grécia: objetividade, controle emocional, clareza
formal e respeito pelos princípios estruturais no discurso musical. A expressão
rococó também é usada para definir o espírito e o estilo da arte e da música do
período. Ela é quase sinônimo de “delicadeza”, ornamentação e galanteria. É
nesse período que surge o maestro ou regente, o líder isolado do conjunto, a
orquestra.
Chega ao século XIX, o século do
romantismo (de 1820 a 1900). Foi o período do individualismo, da
emocionalidade, da subjetividade, o culto à Antiguidade, particularmente
medieval, do sobrenatural (magia, bruxaria, fadas, espíritos), do fantástico,
do místico e do nacionalismo. Surge a figura do compositor intérprete, aquele
que compõe uma música para ele próprio executar, como Chopin, Liszt ou
Paganini.
O século XX foi o mais
revolucionário da história. Muito “ismos” na criação musical e artística em
geral que em toda a história. Estilos em outras épocas duravam centenas de ano.
No Século XX não chegavam a ultrapassar uma década. O custo dessa “velocidade
de criação” para a relação autor-ouvinte foi muito alto. O grande público, que
via na música um elemento prazeroso e emotivo de entretenimento cultural,
sentiu-se pressionado com frenética
enxurrada de ideias vanguardistas, antes mesmo de saborear suas mensagens. O
público começou a rejeitar os ousados “experimentadores” de época e a
“desenterrou” e curtiu autores muitos esquecidos. Expressionismo, atonalismo,
dodecafonismo, neoclassicismo, jazz, rock and roll, rap, reggae, wold music,
techo, pop, etc..
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