Tambores, chocalho, flautas ou
apitos foram alguns instrumentos que o indígena usava em seus rituais, além da
prática de bater palmas ou os pés no chão, o que auxiliava nas danças.
Ao chegar à Bahia, em 1500 o
colonizador português, principalmente os jesuítas com musica e instrumentos
europeus, e os africanos, com seus tambores e o vibrante arsenal rítmico,
seduziram os índios com as sofisticadas sonoridades. A mistura desses três
raças e tradições (indígena, africana e europeia) foi formando a música
brasileira. Os batuques e suas danças se misturavam nas horas de folga. As
charangas dos escravos brasileiros eram requisitadas tanto para festas
religiosas de rua e procissões como para festas profanas em que executavam
lundus, fandangos, dobrados ou quadrilhas. Eram os sucessos até meados do
século XIX.
O primeiro gênero musical vocal
brasileiro foi a modinha. E se a modinha teve sua origem na Corte, o lundu era
de origem popular, oriunda das populações negras. Era o primeiro gênero musical
afro brasileiro. Sua dança compreende a umbigada, tipo de movimento de corpos
que sugere libidinagem. Ele é a base do maxixe (virada do século XIX para o XX,
misto de lundu com a música de salão europeia) é do samba.
Os primeiros ranchos
carnavalescos chegam inspirados nas antigas procissões folclóricas religiosas
dos ranchos dos reis nordestinos, formado por ex-escravos e filhos de escravos
nordestinos. Nos desfiles de blocos de folião formam-se os entrudos onde as
pessoas tinham o habito de atirar líquidos e pós nas outras, o que gerava certa
violência e desequilíbrio.
Nos salões o sucesso era a polca,
dança de pares entrelaçados, em tempo binário, leve e movimentada. Misturando a
polca com o lundu e outros motivos ritmos brasileiros, surge o choro. Ele
desenvolveu uma rica e virtuosística linguagem de improvisação instrumental, e
pode ser considerada a primeira forma popular urbana desenvolvida. E de
Pernambuco no final do século XIX surgiu o frevo, o ritmo quente que vem da
polca marcha executada pelas bandas de forma cada vez mais vibrante e
acelerada.
O conhecido tango brasileiro,
maxixe, tornou-se independente na virada do século. Notabilizou-se pela forma
exagerada do requebro de sua dança, a dois, considerada obscena à época.
O processo de gravação eletrônica
chega ao Brasil com o artista de nascimento do samba: “Pelo Telefone”
interpretado por Baiano. A partir dai surge diversos autores como Sinhô, Heitor
dos Prazeres e Ismael Silva. Criam-se as primeiras escolas de samba e, como as
primeiras favelas, o samba de morro.
Chega a era do rádio com grande
programação musical destacando o samba canção que se transformava em um
“bolerão brega”, na base de “ninguém me ama ninguém me quer”. Mas no final dos
anos 1950 alguns que chegam cantando baixinho “chega de saudade” deu uma
explosão silenciosa na nossa música com a bossa nova. Tipo de música de câmara
popular, feita pelos jovens, era afirmativa, descontraída, com harmonias
modernas e melodias mais elaboradas, estruturas ritmicas nova e mais
sofisticadas. Por ser um movimento sofisticado, urbano, interpretado por
artistas e personalidades de boa formação, a bossa nova provocou uma espécie de
tomada de consciência cultural e político a partir da música popular.
Em meados dos anos 1960 uma
segunda geração de rock tomava o mundo de assalto (Beatles e Rolling Stones) e
logo surgiu a versão tupiniquim dessa tendência, apelidada de iê iê iê. Era o
tempo da Jovem Guarda,. A era dos festivais. E dois baianos em 1967 lideravam
em São Paulo um movimento que era uma resposta brasileira e efervescência mundial
de ideias: Tropicalismo que interagia e explodia da música de vanguarda à de
retaguarda, da fina à cafona, da discreta à comportamental, da intimista a
social, do grito ao melódico, do som ao ruído, da poesia concreta à de Cuica de
Santo Amaro, do samba ao rock, do canto ao toque.
Daí surgem Secos e Molhados,
Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Valter Franco, João Bosco, Pepeu Gomes,
Alceu Valença, Raul Seixas e muitos outros. As mulheres se destacaram também
como Elis Regina, Gal Costa, Maysa, Angela Ro Ro entre outras. A vanguarda
paulista deu músicos como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Premeditando o
Breque, Rumo, Lingua de Trapo, Vania Bastos, Tetê Spíndola, Na Ozetti, Marlui
Miranda entre outros.
Nos anos 1980, o meio musical de
Salvador deu ao cenário brasileiro o samba reggae, cujas letras produzidas
pelos blocos afro, o universo negro.
As duplas caipiras investiram na
década de 1990 com cantores de grupos de pagodes. Mas também de artistas como
Marisa Monte, Cassia Eller, Almir Sater, Chico Cesar etc.
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