Lero Lero (Edu Lobo & Cacaso)
Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me quer
Porque no amor quem perde quase sempre ganha
Veja só que coisa estranha, saia dessa se puder
Não guardo mágoa, não blasfemo, não pondero
Não tolero lero lero devo nada pra ninguém
Sou descasado, minha vida eu levo a muque
Do batente pro batuque faço como me convém
Eu sou poeta e não nego a minha raça
Faço versos por pirraça e também por precisão
De pé quebrado, verso branco, rima rica
Negaceio, dou a dica, tenho a minha solução
Sou brasileiro, tatu-peba taturana
Bom de bola, ruim de grana, tabuada sei de cor
Quatro vez sete vinte e oito nove fora
Ou a onça me devora ou no fim vou rir melhor
Não entro em rifa, não adoço, não tempero
Não remarco, marco zero, se falei não volto atrás
Por onde passo deixo rastro, deixo fama
Desarrumo toda a trama, desacato Satanás
Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me quer
Porque no amor quem perde quase sempre ganha
Veja só que coisa estranha, saia dessa se puder
Diz um ditado natural da minha terra
Bom cabrito é o que mais berra onde canta o sabiá
Desacredito no azar da minha sina
Tico-tico de rapina, ninguém leva o meu fubá
Flor do destino (Nilson Chaves e Vital Lima)
Te amei assim como água de chuva
Que vai penetrando pra dentro do mundo
Te bebi assim como poço de rua
Que eu olhava dentro mas não via o fundo
Tu me deste um sonho
Eu te trouxe um gosto de tucumã
Tu me deste um beijo
E a gente se amou até de manhã
Veio o sol batendo
E nos despertou
Da gente virando terra, mato
Galho e flor
Água de riacho é clara e limpinha
Mas às vezes turva com a chuva violenta
Teu amor é um papagaio que "xina"
Dentro do silêncio da tarde cinzenta
E o amor é um rio, profundo rio
De muitos sinais
Onde os barcos passam
Conforme o vento deseja e faz
Ai, que inda me lembro
Disso que ficou
Da gente virando terra, mato
Galho e flor...
De ardor se morre um poeta (Jamile Gonçalves)
A minha alma está inquieta:
li de um passarinho, que queria ser poeta,
o desejo de um poema que me matasse de amor.
Aqui, morta, estou.
Morri de tanto ardor.
O mesmo ardor que faz o poeta é o mesmo que o consome.
Matou-me aos poucos estar longe do que amo.
O meu tempo me come, devora-me e lambe os dedos, após.
E choro de saudades da minha arte.
O meu ar - te dei.
Há vida (Jamile Gonçalves)
Vão-se os meus dias
como os de quem tem fé.
Não creio em coisa alguma,
acontecimentos me trouxeram isso.
Planejo os meus passos porque gosto, apenas.
Não creio em um futuro melhor,
porque nunca o vivemos: e se o melhor não existe?
Esvaem-se de mim toda e qualquer esperança
de que os planos agreguem segurança aos passos
que dou.
Não acontece.
Apenas, não.
Desenho as linhas do meu destino,
planejo porque gosto, apenas.
Pelo vão da porta se vão
meus gostos
meus gestos
meus dias...
E a vida?
Bate à porta antes ou depois de sair?
Não avisa.
Não nos visa...
Ah, vida !
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2 comentários:
Ola Gutemberg...
Essa música “Lero Lero” é ótima, muito boa na voz do Edu Lobo.
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Diego,
Concordo plenmente
Um abraço
Gutemberg
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