Rock Dreams retrata com um estilo hiper-realista e toques surreais momentos e flagrantes da vida dos ídolos do rock´n´roll no período entre 1945 e 1970, e cada imagem traz um tanto da história do rock ora com doses de ironia otimista ora com atmosfera melancólica. As ilustrações vêm acompanhadas por textos curtos do jornalista musical inglês Nik Cohn que se encaixam com perfeição aos trabalhos de Peellaert.
A capa traz Elvis Presley, John Lennon, Bob Dylan, Mick Jagger e David Bowie reunidos num balcão de uma lanchonete. E ao longo das páginas de Rock Dreams, estão lá, por exemplo, Bill Halley em frente a um espelho cuidando da maquiagem. E mais Elvis Presley ajoelhado a rezar. Gene Vincent, Chuck Berry. Eddie Cochrane numa esquina a flertar garotas.
Outra página que chama a atenção é que simula uma espécie de Última Ceia com uma mesa repleta de cervejas, Elvis Presley ao centro, à semelhança de Jesus Cristo, e ladeado por ídolos adolescentes da fase inicial do rock´n´roll
. E tem ainda Sinatra. Big Joe Turner sentado com seu barrigão em evidência com duas negonas maravilhosas em seu colo em frente a uma prateleira de garrafas de bebida. Ray Charles. Fats Domino.
Tem ainda The Drifters, James Brown, Marvin Gaye, Diana Ross, Wilson Pickett, Motown, Otis Redding, James Dean, Johnny Cash, Bo Diddley, Jerry Lee Lewis, Beatles, Rolling Stones, The Who. Uma ilustração que ficou famosa é a que apresenta Bob Dylan como uma superestrela. Vestido num casaco de peles e postado no banco de trás de uma limusine carregando nos braços um gato siamês, Dylan é retratado de maneira sarcástica e incorpora a persona descrita em sua canção Like A Rolling Stone. The Band enverga uniformes da guerra civil americana. Os Rolling Stones está em várias situações, ora como travestis sadomasoquistas, ora fantasiados de oficiais da SS nazista ao lado de ninfetas pré-adolescentes e nuas, ou então em um banquete-bacanal com mesa farta e mulheres a granel.
Tina Turner em dois momentos: ainda anônima com uma comportada farda de empregada doméstica enquanto é observada pelo seu mentor, e depois marido, Ike Turner; e outra, cheia de volúpia empunhando o microfone como
se nele estivesse a fazer um boquete. Hendrix e sua guitarra, Janis Joplin abatida pela solidão, Jim Morrison decadente e barbudo num banheiro.
Adquiri essa obra na Bienal do Livro em São Paulo, no anos 80 e fiquei chapado até hoje. Divido alguns imagens com os leitores, mas o bom mesmo é folhear a obra.
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