Professor, jornalista, teatrólogo, folclorista e escritor. Nélson Correia de Araújo nasceu em Capela, no estado de Sergipe, a 04 de setembro de 1926. Desde pequeno, a curiosidade despontou para epopéias em folhetos de cordel, lendas de botijas e lobisomens, histórias sobre pastores e gente de circo. Rapaz, interessou-se vivamente pelo rádio, sintonizando emissoras de todo o mundo, o que levou-o a desenvolver aprendizado de idiomas estrangeiros. Veio a residir em Salvador na década de 40. Foi casado por três vezes e deixou numerosa prole baiana. Militou durante longos anos como jornalista, revisor, tradutor, fotógrafo documentarista e laboratorista, repórter e articulista em muitos órgãos da imprensa na Bahia e Sergipe e trabalhou como editor, sendo um perfeccionista. Publicou 16 livros.
Em 1956 ele era o factotum da Livraria Progresso Editora, na época a melhor da Bahia. No ano seguinte, publicou o seu primeiro livro, Um Acidente na Estrada e Outras Histórias, tendo recebido o Prêmio Gerhard Meyer Suerdieck. Mais dois anos, veio a lume A Companhia das Índias (teatro). Junto com Milton Santos, criou em 1960 a Coleção Tule, seção editorial da Imprensa Oficial da Bahia para dar apoio ao escritor baiano. Nesse mesmo ano foi convidado para lecionar disciplinas História do Teatro e Expressões Dramáticas do Folclore na Universidade da Bahia. Já em 1965, foi um dos editores da Coleção Imagens e Documentos, e co-fundador da Revista Afro-Ásia, do Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade da Bahia. Data de 1967 sua publicação da Coleção Recôncavo, do Museu Wanderley Pinho.
No ano seguinte, era redator-chefe da Revista Universitas, veículo impresso das muitas unidades da Universidade da Bahia. No final dos anos 70, produziu o selo editorial O Vice-Rey. Foram produzidos nessa década os textos para teatro: Rosarosae, rosaerosa e Auto do Tempo e da Fé, uma casa em seu nome se ergueu, este último para as comemorações do tricentenário da Arquidiocese da Bahia. Como consequência de quase duas décadas de ensino acadêmico, escreveu, em 1977, Alguns Aspectos do Teatro no Brasil nos séculos XVIII e XIX e, em 1978, sua principal obra universitária, História do Teatro, que foram acompanhadas no ano seguinte, por Duas Formas de Teatro Popular do Recôncavo Baiano e O Baile Pastoril na Bahia.
Como diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, em 1980, promoveu eventos acadêmicos marcantes, com a participação da comunidade negra local. Publicou pela Nova Renascença, de Porto, Portugal, A Percepção da Realidade Africana no Brasil e, em 1981, publicou por La Nacion, de Buenos Aires, Argentina, La Percepcion de la Realidade Africana em el Brasil, e criou a série de edições Ensaio/Pesquisa. Em 1982 editou os livros Entre Melpômene e Clio (ensaios) e o Teatro do Pobre (pesquisa-ensaio). Em 1982 recebeu o Troféu Martim Gonçalves, como prêmio pelo conjunto de suas obras sobre teatro. Nos próximos cinco anos, editou as suas novelas O Império do Divino visto pelos Olhos de Pisa-Mansinho, Vida, Paixão e Morte Republicana de Dom Ramon Fernandiz y Fernandez e Aventuras de um Caçador de Arcas em Terra, Mar e Sonho, depois reunidas no volume Três Novelas do Povo Baiano. Com data de 1988, saiu Folclore e Política. Em 1986 conseguiu que fosse editado o primeiro volume da trilogia Pequenos Mundos.
Em 1988 foi lançado o segundo volume, e não conseguiu meios para publicar o terceiro volume, o que só aconteceu em 1996. Trata-se de uma extensa investigação de campo sobre as formas populares de espetáculos e o folclore em todo o interior da Bahia, mapeando as regiões geo-culturais do Estado. Um rastreamento e levantamento documental das manifestações vivas, ainda existentes, oriundas dos antigos complexos cultural-civilizatórios no território baiano. Na busca do registro e da análise das expressões coletivas do povo humilde, de modo especial o “teatro do pobre” e o “drama circense”, criou o Grupo de Estudos do Teatro Popular, com o qual efetuou pesquisas nas várias regiões do estado da Bahia.
Teve também participação em produções áudio-visuais como editor do disco Som e Voz da Bahia (1968); direção dos documentários A Baía de Tinharé (1973), Garimpos e Garimpeiros da Bahia (1974), Frederico Edelweiss (1976, ao lado de Getúlio Vargas Menezes) e O Último Major (1971). Recebeu, em 1969, menção honrosa pela foto Carroussel, no II Salão Baiano de Fotografia Contemporânea. Trabalhou na redação do jornal A Tarde, onde foi tradutor de telegramas e atuou também como colaborador. Recebeu o título de Cidadão da Cidade do Salvador em 1985, concedido pela Câmara Municipal. Em 1990, surgiram as peças Joana Angélica, Um Homem Maduro para Morrer e A Guerra de Gabali, juntados no volume Quatro Textos para Encenação. Também deste ano é A História de Duas Famílias. Em 1991, quatrocentos anos depois da passagem do Visitador do Santo Ofício pelas terras baianas, inspirou-se, escreveu e publicou sua maior obra de ficção, 1591 - A Santa Inquisição na Bahia, e também mais um livro, Oliveira dos Campinhos, passado e presente de um arraial do Recôncavo. Em 1992 produziu O Amor Amargo de Belira e Roque, e começou a sua derradeira obra, Os Sinos do Pilar, cujos originais preparou pouco antes de falecer, e que aguarda publicação pela Editora da UFBA. Em 1997 o Instituto Baiano do Livro lançou o volume de estréia da série Conversa de Editor, intitulado Editoração, Ato de Amor ao Livro, em que divulga a palestra que Nélson de Araújo proferiu na abertura do I Encontro de Editoração da Bahia, em setembro de 1990.
Após longo período de enfermidade, Nélson Araújo faleceu aos 67 anos de idade no dia 07 de abril de 1993 e foi sepultado no Cemitério do Campo Santo. O seu funeral, que saiu da Escola de Teatro da UFBA para o Cemitério do Campo Santo, foi cercado por muitas demonstrações do elevado conceito que sempre teve no mundo intelectual e na imprensa.
Em 1956 ele era o factotum da Livraria Progresso Editora, na época a melhor da Bahia. No ano seguinte, publicou o seu primeiro livro, Um Acidente na Estrada e Outras Histórias, tendo recebido o Prêmio Gerhard Meyer Suerdieck. Mais dois anos, veio a lume A Companhia das Índias (teatro). Junto com Milton Santos, criou em 1960 a Coleção Tule, seção editorial da Imprensa Oficial da Bahia para dar apoio ao escritor baiano. Nesse mesmo ano foi convidado para lecionar disciplinas História do Teatro e Expressões Dramáticas do Folclore na Universidade da Bahia. Já em 1965, foi um dos editores da Coleção Imagens e Documentos, e co-fundador da Revista Afro-Ásia, do Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade da Bahia. Data de 1967 sua publicação da Coleção Recôncavo, do Museu Wanderley Pinho.
No ano seguinte, era redator-chefe da Revista Universitas, veículo impresso das muitas unidades da Universidade da Bahia. No final dos anos 70, produziu o selo editorial O Vice-Rey. Foram produzidos nessa década os textos para teatro: Rosarosae, rosaerosa e Auto do Tempo e da Fé, uma casa em seu nome se ergueu, este último para as comemorações do tricentenário da Arquidiocese da Bahia. Como consequência de quase duas décadas de ensino acadêmico, escreveu, em 1977, Alguns Aspectos do Teatro no Brasil nos séculos XVIII e XIX e, em 1978, sua principal obra universitária, História do Teatro, que foram acompanhadas no ano seguinte, por Duas Formas de Teatro Popular do Recôncavo Baiano e O Baile Pastoril na Bahia.
Como diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, em 1980, promoveu eventos acadêmicos marcantes, com a participação da comunidade negra local. Publicou pela Nova Renascença, de Porto, Portugal, A Percepção da Realidade Africana no Brasil e, em 1981, publicou por La Nacion, de Buenos Aires, Argentina, La Percepcion de la Realidade Africana em el Brasil, e criou a série de edições Ensaio/Pesquisa. Em 1982 editou os livros Entre Melpômene e Clio (ensaios) e o Teatro do Pobre (pesquisa-ensaio). Em 1982 recebeu o Troféu Martim Gonçalves, como prêmio pelo conjunto de suas obras sobre teatro. Nos próximos cinco anos, editou as suas novelas O Império do Divino visto pelos Olhos de Pisa-Mansinho, Vida, Paixão e Morte Republicana de Dom Ramon Fernandiz y Fernandez e Aventuras de um Caçador de Arcas em Terra, Mar e Sonho, depois reunidas no volume Três Novelas do Povo Baiano. Com data de 1988, saiu Folclore e Política. Em 1986 conseguiu que fosse editado o primeiro volume da trilogia Pequenos Mundos.
Em 1988 foi lançado o segundo volume, e não conseguiu meios para publicar o terceiro volume, o que só aconteceu em 1996. Trata-se de uma extensa investigação de campo sobre as formas populares de espetáculos e o folclore em todo o interior da Bahia, mapeando as regiões geo-culturais do Estado. Um rastreamento e levantamento documental das manifestações vivas, ainda existentes, oriundas dos antigos complexos cultural-civilizatórios no território baiano. Na busca do registro e da análise das expressões coletivas do povo humilde, de modo especial o “teatro do pobre” e o “drama circense”, criou o Grupo de Estudos do Teatro Popular, com o qual efetuou pesquisas nas várias regiões do estado da Bahia.
Teve também participação em produções áudio-visuais como editor do disco Som e Voz da Bahia (1968); direção dos documentários A Baía de Tinharé (1973), Garimpos e Garimpeiros da Bahia (1974), Frederico Edelweiss (1976, ao lado de Getúlio Vargas Menezes) e O Último Major (1971). Recebeu, em 1969, menção honrosa pela foto Carroussel, no II Salão Baiano de Fotografia Contemporânea. Trabalhou na redação do jornal A Tarde, onde foi tradutor de telegramas e atuou também como colaborador. Recebeu o título de Cidadão da Cidade do Salvador em 1985, concedido pela Câmara Municipal. Em 1990, surgiram as peças Joana Angélica, Um Homem Maduro para Morrer e A Guerra de Gabali, juntados no volume Quatro Textos para Encenação. Também deste ano é A História de Duas Famílias. Em 1991, quatrocentos anos depois da passagem do Visitador do Santo Ofício pelas terras baianas, inspirou-se, escreveu e publicou sua maior obra de ficção, 1591 - A Santa Inquisição na Bahia, e também mais um livro, Oliveira dos Campinhos, passado e presente de um arraial do Recôncavo. Em 1992 produziu O Amor Amargo de Belira e Roque, e começou a sua derradeira obra, Os Sinos do Pilar, cujos originais preparou pouco antes de falecer, e que aguarda publicação pela Editora da UFBA. Em 1997 o Instituto Baiano do Livro lançou o volume de estréia da série Conversa de Editor, intitulado Editoração, Ato de Amor ao Livro, em que divulga a palestra que Nélson de Araújo proferiu na abertura do I Encontro de Editoração da Bahia, em setembro de 1990.
Após longo período de enfermidade, Nélson Araújo faleceu aos 67 anos de idade no dia 07 de abril de 1993 e foi sepultado no Cemitério do Campo Santo. O seu funeral, que saiu da Escola de Teatro da UFBA para o Cemitério do Campo Santo, foi cercado por muitas demonstrações do elevado conceito que sempre teve no mundo intelectual e na imprensa.
2 comentários:
Estive na Bahia e me foi recomendado o livro de Nelson de Araujo...Revolução Brasileira de Tiradentes a Tancredo, não localizo em nenhuma livraria, o Sr.pode me ajudar?...grata...vaniaoliveira_nat@hotmail.com
Conheci e morei no condomínio dele . Ele morreu no quarto do meu sobrinho
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