Engenheiro. Antônio de Lacerda era um dos seis filhos de Antônio Francisco de Lacerda, comendador, descendente de uma nobre família de Portugal, que chegou à Bahia por volta de 1820 e se estabeleceu em Valença, onde instalou uma importante fábrica de tecidos. Ele estudou nos Estados Unidos numa escola de engenheiros, em 1851, com 17 anos de idade. Regressou em 1856, antes de completar o curso, atendendo ao chamado paterno. No entanto, sua permanência por cerca de cinco anos nos EUA, somada à educação recebida em Genebra, Suíça, entre março de 1844 e dezembro de 1850, lhe propiciara um sólido conhecimento das ciências físicas e naturais. Publicou numerosos trabalhos científicos em boletins, revistas e jornais especializados, sendo laureado duas vezes pela Societé d’Acclimatation de Paris, e manteve contatos com grandes cientistas do seu tempo, como Charles Frederick Hartt e Louis Agassiz. Pelo seu renome e, também, certamente, por ter se casado com uma jovem belga, Adèle de Montobiou, foi nomeado pelo Imperador Leopoldo II, Cônsul Honorário da Bélgica na Bahia. E havendo obtido o beneplácito do Imperador do Brasil em novembro de 1873, assumiu o posto no mês seguinte permanecendo até janeiro de 1884.
No período entre 17 de outubro de 1869 e 08 de dezembro de 1873 o engenheiro baiano idealizou o Elevador Hidráulico da Conceição. No início, quando apresentou seu projeto, Antônio de Lacerda foi desacreditado por uma parcela da população de Salvador, que considerava a realização da obra uma coisa megalomaníaca e inconcebível do ponto de vista técnico. A idéia da construção era antiga mas fora julgada por muito tempo, impraticável. Graças ao idealismo do comendador Antonio de Lacerda, acabou por tornar-se realidade. Em 17 de outubro de 1869 ele iniciaria a perfuração da rocha, a parte mais difícil da empresa, pois pretendia, como aliás o fez, abrir um túnel de comunicação entre a Conceição (Praça Cairu) e o ponto a ser atingido pela base da torre através da qual circulariam as cabinas do elevador, bem como fazer com que esta torre atravessasse a rocha no seu trecho final. Durante 50 meses haviam prosseguido, em meio à expectativa de todos e a descrença e oposição de muitos.
No dia 08 de dezembro de 1873, dia da Conceição, o elevador foi inaugurado. Tratava-se de um elevador hidráulico de fabricação inglesa Hoisting Machinery e foi apelidado pela população como Parafuso da Conceição, com uma capacidade de 25 cavalos de força, utilizada para a operação de injetar água no maquinismo que faria elevarem-se as suas duas cabines. A época em que foi instalado, era o mais alto elevador público do mundo, com 191 pés, pouco mais de 58 metros. Seu mais próximo concorrente, era, naquele tempo, o elevador de Albert Hall, em Londres, com 47,854 metros de altura. Somente muitos anos depois de inaugurado, em 1908, foram as suas máquinas eletrificadas, e em 1930, concluídos as obras que deram ao elevador a sua feição atual em estilo art-decó. Foi nessa reforma que o elevador passou a funcionar por meio de energia elétrica e foram construídas a torre externa, com duas cabines, e o passadiço em concreto armado sobre a Ladeira da Montanha.
Com 72 metros de altura, desde sua base, no Comércio, até o topo na Praça Municipal, o Elevador Lacerda foi criado com a intenção de tornar mais prático o acesso dos pedestres entre a Cidade Baixa e Cidade Alta, interligando as duas principais linhas de bonde de Salvador na época (Calçada/Praça Cayrú e Praça Municipal/Graça). E segundo a versão brasileira do Guinness Book de 1995, O Livro dos Recordes, o Elevador Lacerda é o maior elevador comercial do Brasil. Em 21 de junho de 1896, por recomendação do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, o elevador foi rebatizado com o nome de Elevador Antônio de Lacerda, em homenagem ao esforço de seu idealizador, e mais tarde simplificado para Elevador Lacerda. O engenheiro não foi apenas o idealizador do Elevador Lacerda, mas também o sócio majoritário do empreendimento, tendo tirado do próprio bolso 35% dos recursos empregados na obra e inclusive associou à Empresa de Transportes Urbanos. No tempo da inauguração do Elevador, além de dirigir a Companhia Transportes Urbanos, participava da diretoria do Banco da Bahia, e representava na praça de Salvador várias companhias de navegação nacionais e estrangeiras. Nessa mesma época exercia a superintendência interina da Companhia de Navegação Bahiana. E colocou, por ocasião da chegada ao nosso porto, em dezembro, do navio Hooper que conduzia o cabo submarino, à disposição da Associação Comercial da Bahia, o vapor Paulo Afonso para transportar a sua junta diretora até a entrada da barra e acompanhar o barco inglês ao longo do último trecho de colocação do referido cabo, que uniria, por via telegráfica, as províncias do Pará, Pernambuco e Bahia.
Logo após, em janeiro, passaria a participar da junta diretora da referida Associação. A Companhia Transportes Urbanos continuou a expandir-se. Inaugurado o elevador e prolongada a linha de bondes da Piedade à praça do Palácio, tratou Antônio de Lacerda de estabelecer a ligação entre o Campo Grande e o Rio Vermelho, valendo-se de uma concessão obtida em junho de 1872. Bem como de estender a linha de bondes do largo da Vitória na direção da Barra, através da ladeira da Barra Avenida. E em 1878 contratava com a Presidência da Província os serviços para a abertura de uma nova rua na cidade, ao longo da encosta para o mar, a conhecida Ladeira da Montanha, inaugurada em 1881. Parece contudo que a situação financeira de Antônio de Lacerda tinha se deteriorado. Fora já forçado a afastar-se da Companhia que fundara e dirigira. E quando recusou o título de Barão de Lacerda que lhe ofereceu o Imperador D. Pedro II, alegou não possuir condições para sustentá-lo. Em agosto de 1885 faleceu o construtor do elevador que tomou o seu nome.
No período entre 17 de outubro de 1869 e 08 de dezembro de 1873 o engenheiro baiano idealizou o Elevador Hidráulico da Conceição. No início, quando apresentou seu projeto, Antônio de Lacerda foi desacreditado por uma parcela da população de Salvador, que considerava a realização da obra uma coisa megalomaníaca e inconcebível do ponto de vista técnico. A idéia da construção era antiga mas fora julgada por muito tempo, impraticável. Graças ao idealismo do comendador Antonio de Lacerda, acabou por tornar-se realidade. Em 17 de outubro de 1869 ele iniciaria a perfuração da rocha, a parte mais difícil da empresa, pois pretendia, como aliás o fez, abrir um túnel de comunicação entre a Conceição (Praça Cairu) e o ponto a ser atingido pela base da torre através da qual circulariam as cabinas do elevador, bem como fazer com que esta torre atravessasse a rocha no seu trecho final. Durante 50 meses haviam prosseguido, em meio à expectativa de todos e a descrença e oposição de muitos.
No dia 08 de dezembro de 1873, dia da Conceição, o elevador foi inaugurado. Tratava-se de um elevador hidráulico de fabricação inglesa Hoisting Machinery e foi apelidado pela população como Parafuso da Conceição, com uma capacidade de 25 cavalos de força, utilizada para a operação de injetar água no maquinismo que faria elevarem-se as suas duas cabines. A época em que foi instalado, era o mais alto elevador público do mundo, com 191 pés, pouco mais de 58 metros. Seu mais próximo concorrente, era, naquele tempo, o elevador de Albert Hall, em Londres, com 47,854 metros de altura. Somente muitos anos depois de inaugurado, em 1908, foram as suas máquinas eletrificadas, e em 1930, concluídos as obras que deram ao elevador a sua feição atual em estilo art-decó. Foi nessa reforma que o elevador passou a funcionar por meio de energia elétrica e foram construídas a torre externa, com duas cabines, e o passadiço em concreto armado sobre a Ladeira da Montanha.
Com 72 metros de altura, desde sua base, no Comércio, até o topo na Praça Municipal, o Elevador Lacerda foi criado com a intenção de tornar mais prático o acesso dos pedestres entre a Cidade Baixa e Cidade Alta, interligando as duas principais linhas de bonde de Salvador na época (Calçada/Praça Cayrú e Praça Municipal/Graça). E segundo a versão brasileira do Guinness Book de 1995, O Livro dos Recordes, o Elevador Lacerda é o maior elevador comercial do Brasil. Em 21 de junho de 1896, por recomendação do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, o elevador foi rebatizado com o nome de Elevador Antônio de Lacerda, em homenagem ao esforço de seu idealizador, e mais tarde simplificado para Elevador Lacerda. O engenheiro não foi apenas o idealizador do Elevador Lacerda, mas também o sócio majoritário do empreendimento, tendo tirado do próprio bolso 35% dos recursos empregados na obra e inclusive associou à Empresa de Transportes Urbanos. No tempo da inauguração do Elevador, além de dirigir a Companhia Transportes Urbanos, participava da diretoria do Banco da Bahia, e representava na praça de Salvador várias companhias de navegação nacionais e estrangeiras. Nessa mesma época exercia a superintendência interina da Companhia de Navegação Bahiana. E colocou, por ocasião da chegada ao nosso porto, em dezembro, do navio Hooper que conduzia o cabo submarino, à disposição da Associação Comercial da Bahia, o vapor Paulo Afonso para transportar a sua junta diretora até a entrada da barra e acompanhar o barco inglês ao longo do último trecho de colocação do referido cabo, que uniria, por via telegráfica, as províncias do Pará, Pernambuco e Bahia.
Logo após, em janeiro, passaria a participar da junta diretora da referida Associação. A Companhia Transportes Urbanos continuou a expandir-se. Inaugurado o elevador e prolongada a linha de bondes da Piedade à praça do Palácio, tratou Antônio de Lacerda de estabelecer a ligação entre o Campo Grande e o Rio Vermelho, valendo-se de uma concessão obtida em junho de 1872. Bem como de estender a linha de bondes do largo da Vitória na direção da Barra, através da ladeira da Barra Avenida. E em 1878 contratava com a Presidência da Província os serviços para a abertura de uma nova rua na cidade, ao longo da encosta para o mar, a conhecida Ladeira da Montanha, inaugurada em 1881. Parece contudo que a situação financeira de Antônio de Lacerda tinha se deteriorado. Fora já forçado a afastar-se da Companhia que fundara e dirigira. E quando recusou o título de Barão de Lacerda que lhe ofereceu o Imperador D. Pedro II, alegou não possuir condições para sustentá-lo. Em agosto de 1885 faleceu o construtor do elevador que tomou o seu nome.
7 comentários:
Como descendente da familia Lacerda, agradeço o texto bem escrito e se desejar posso acrescentar umretrato de Adelia montobio.
saudações
Isabella,
Eu é que agradeço. Esse texto está incluindo em um de meus livbros publicado: Gente da Bahia. Se puder, pode enviar a foto.
Obrigado pela ateção
Gutemberg Cruz
olá!
gostei muito do seu blog e da maneira como você escreve.
estou fazendo um trabalho sobre o elevador lacerda e seu construtor, então queria saber onde posso encontrar mais informações sobre a construção do elevador e fotos de antônio de lacerda.
ficarei muito feliz se você possuir essa informação, mas desde ja agradeço!
vou sempre olhar o blog caso você poste essas informaçoes tude bem?
obrigada!
Você pode encontrar muita coisa da trajetória de Lacerda nos arquivos dos jornais de Salvador. Aproveite e vá a Biblioteca Central, Arquivo Público para pesquisar a vida desse idealizador.
Forte abraço
Gutemberg
Parabéns pelo seu blog. Gostei muito das informações e do modo que foram escritas. Fico feliz em ver blogs como o seu, o meu e tantos outros que tentam transmitir um pouco de nossa rica história. Ainda mais falando sobre um personagem tão importante como Antônio de Lacerda
Boa noite!
Alguém poderia indicar onde posso encontrar o poema escrito em homenagem a Antônio de Lacerda, cujo trecho está em uma placa na entrada do elevador, na parte baixa da cidade de Salvador?
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