27 novembro 2017

1837-2017: 180 anos da caricatura no Brasil (06)

1974 – Lage começou a produzir as charges publicadas na coluna política Raio Laser, na página 2 da Tribuna da Bahia. A charge tornou-se a principal marca de Lage no jornal, sobretudo porque o país vivia sob o rigor do regime militar, em período de total restrição que se refletia diretamente na imprensa.


1976 – O desenhista Setúbal cria para o jornal Coisa Nostra os quadrinhos Maré Mansa, reflexo da vida baiana.


1977 – Nildão começa a publicar no jornal A Tarde, de Salvador, a tira Os Bichim, um bichinho da goiaba que chegava ao mundo e questionava tudo que via. O personagem foi evoluindo, conhecendo o mundo e questionando a realidade. Os personagens da tira diária chegaram a conclusão de que o câncer da humanidade era o homem e resolvera mira o céu pedir a Deus para expulsar o homem da terra. Ao chegarem la encontra o Deus  narcisista, preocupa do com a imagem. Não se interessava pelo que estava acontecendo  aqui na terra. Nessa fase, o jornal deixou de publicar a tira, alegando ser uma empresa de fundamentos religiosos.


1978O Porco com Cauda de Pavão, o mais novo personagem das HQs do baiano Caó (Alvaro Cruz Alves) é também o título da sua primeira exposição em Salvador, no ICBA.

1993Cau Gomez começa a publicar seus cartuns e charges no jornal Bahia Hoje. Apaixonado pela fusão das linguagens do cartum e das artes plásticas, conquista prêmios em diversos festivais e salões de humor no Brasil e exterior.

1996Luiz Augusto começa a publicar uma série de tiras, Fala, Menino! Sobre o diálogo com a infância e o respeito às diferenças. O menino de quase 10 anos, mas que ainda não sabe falar, já começou cativando crianças pequenas e grandes, ganhando prêmios, fazendo amigos e mostrando que não há limites físicos para a gente ser feliz.


1999O cartunista baiano Flávio Luiz coloca no mercado sua publicação independente Jab,  um  lutador e Rota66 . Jab é um cãozinho dálmata, atrapalhado com seu próprio limites que ele busca a todo custo vencer, se envolvendo nas mais variadas modalidades esportivas, principalmente o box, no qual ele apanha sempre. Já na tira Rota66 mostras um cacto e um  a caveira de bisão em algum lugar da estrada mais americana e famosa do mundo.Trata-se de uma coletânea das primeiras tiras.


2001Antonio Cedraz cria em julho no jornal A Tarde as tiras da Turma do Xaxado. Seca, trabalho na roça e falta de dinheiro são temas comuns da serie. Xaxado retrata a vida rural do nordeste mostrando o dia a dia do sertanejo sob os mais diversos aspectos: o dia a dia, a relação com a terra, as lendas e mitos, a seca e muito mais.  A simplicidade e originalidade do autor em muito se assemelha aos seus personagens, seja ele Xaxado (o líder da turma, neto de cangaceiro), Zé Pequeno (o preguiçoso), Marieta (sabe-tudo da turminha), Arturzinho (filho de fazendeiro abastado), Seu Enoque e Dona Fulo (pais de Xaxado), entre outros. Eles dão vida, humor e significado também a cultura baiana.


2010É lançado o álbum Lucas da Vila de Sant´Anna da Feira, patrocinada pelo Banco do Nordeste/Ministério da Cultura através do Edital de Microprojetos Culturais. Fruto  de anos de pesquisa do roteirista Marcos Franco e de entrevistas realizadas em conjunto com o também roteirista Marcelo Lima, com pesquisadores e líderes de associações de bairros feirenses, resgata a história do escravo rebelde Lucas da Feira. Os diálogos coloquiais e os desenhos de Hélcio Rogério ajudam a ambientar a região.


2016 - Os autores Camilo Fróes, Moreno Pacheco e Bruno Marcello mostram Salvador do futuro. Em Cidade-Motor, a primeira incursão dos autores pelo mundo dos quadrinhos, uma Salvador distópica se torna pano de fundo para uma narrativa policial onde os carros viraram casa, o trânsito virou a vida, e a cidade se transformou em via para automóveis. Nesse ambiente, o destino do policial Celso se cruza com o de Moema, jovem da classe média empobrecida. Moema é uma jovem motogirl que se vê emaranhada em um perigoso jogo de interesses depois de sofrer um acidente de trânsito envolvendo dois policiais: um corrupto, do controle de trânsito, e outro, civil e honesto, chamado Celso. E o desfecho desse encontro passará pelas mãos de um grupo radical clandestino que busca medir forças com o poder público de um futuro nem-tão-distante. A produção é da RV Cultura e Arte.



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