26 novembro 2017

1837-2017: 180 anos da caricatura no Brasil (05)

1964 - Início da carreira de cartunista e quadrinhista Henfil. Deu-se na Revista Alterosa de Belo Horizonte. Em 1965, começou a fazer caricatura política para o Diário de Minas, em 1967, fez charges esportivas para o Jornal dos Sports do Rio de Janeiro, colaborando ainda nas revistas Visão, Realidade, Placar e o Cruzeiro. A partir de 1969, fixou-se no semanário Pasquim e no Jornal do Brasil, onde seus personagens atingiram um nível de popularidade pouco comum em termos de Brasil. Ele dialogou com as massas em plena ditadura dos anos 1970. Seus personagens futebolísticos como o Urubu (Flamengo), Bacalhau (Vasco), Cri-Cri (Botafogo), Pópó (Fluminenses) foram adotados pelas torcidas. No Pasquim publica a dupla Fradins que estrelariam depois em uma revista própria independente de larga tiragem. Criou também o cangaceiro Zeferino, o Bode Orellana, a Grauna e muitos outros. Em 1980 criou a Codecri (Comando de Defesa do Crioleu), editora que fundou no Pasquim e que ajudou nas finanças do jornal. A sigla era uma equipe de divisa de quem deu a vida em defesa dos oprimidos – crioléus de todas as cores e credos. Seu desenho é sucinto e agressivo. Mestre incontestável do humor brasileiro, seu desenho personaliza, ainda hoje, toda a resistência contra os desmandos da ditadura militar, fazendo eco a sua própria vida e suas convicções pessoais. Além do humor gráfico, enveredou pelos quadrinhos, construindo uma obra de grande apelo popular.


1968 – O argentino Trimano publicou caricatura na imprensa apenas sete anos (1968 a 1975), mas a influencia de seu trabalho foi marcante em mestres como Chico Caruso e Loredano. A distorção de suas caricaturas foi levada a novos extremos, como forma de acentuação do perfil psicológico do retratado, num olhar aparentemente frio, que alia crueza à compaixão.


1968 – Chico Caruso trabalha na imprensa carioca e seu irmão Paulo na paulista. Chico preferiu a charge, enquanto Paulo desenvolve composições geralmente mais elaboradas.

1970 - Laerte Coutinho é um dos quadrinistas mais conhecidos do Brasil. Suas atividades como profissional tiveram início em 1970, na revista Sibila, onde desenhava um personagem chamado Leão. Em meados dos anos 70, em conjunto com Luiz Gê, criou a revista Balão, na USP, considerada um clássico dos quadrinhos underground no Brasil. No fim dos anos 80, foi colaborador e fez publicações nas seguintes revistas: Geraldão (que tinha Glauco como editor) e Chiclete com Banana, de Angeli. Todas elas faziam parte da Circo Editorial, que depois acabou lançando a revista Piratas do Tietê, de Laerte.. Alguns de seus personagens mais populares são: Overman e os Piratas do Tietê. Em criação conjunta com outros cartunistas, Glauco, Adão Iturrusgarai e Angeli, Laerte foi co-criador e desenhista de Los Três Amigos.


1971 – O mineiro Nani começou publicando charges em O Diário. Em 1973, mudou-se para o Rio de Janeiro. Colaborou com O Pasquim, a partir do qual, junto com seis outros artistas, criou O Pingente. Foi também chargista do Jornal da Globo e colaborou na MAD brasileira.

1972 – O carioca Loredano inicia seu trabalho como desenhista profissional no jornal Opinião. Entre 1977 e 1981, vive na Europa, publicando seus trabalhos em importantes jornais da Alemanha, Itália e França. Em 1985 muda-se para Barcelona, onde reside por seis anos colaborando desde 1986 no jornal espanhol El País. De volta ao Brasil, em 1993, publica Loredano: caricaturas, primeiro livro abrangente sobre seu trabalho. Seus desenhos são publicados também em O Estado de S. Paulo e outros periódicos nacionais e internacionais. Loredano foi chamado por um grande caricaturista de “o mais derretidos da figura humana”. Sua definição atinge uma precisão quase científica, ainda que nada previsível, aliando para o leitor a beleza à surpresa.


1973 - Angeli, talvez o artista mais completo de uma geração brilhante de caricaturistas ativos em São Paulo. Ele ganhou notoriedade como cartunista na Folha de São Paulo. Criador de personagens que se tornaram clássicos, apesar de recentes como RêBordosa, Walter Ego, Meiaoito, entre outros. Fundador da revista Chiclete com Banana, lançada em 1985, o trabalho de Angelo como quadrinhista é dos mais originais do país como séries de sucesso como Los Três Amigos.



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