28 março 2014

Homenagens - 60 anos (03)



Interrompemos nossa Cronologia das Histórias em Quadrinhos por alguns dias para publicar essas homenagens dos amigos


Mestre do jornalismo

“Um mestre do jornalismo, da pesquisa e das descobertas de grandes talentos; amante das artes de
uma maneira incomum, um arquivo memorável de grandes histórias; um amante da música, da literatura, do teatro, do cinema, mas acima de tudo dos quadrinhos. Sabe tudo! Um conhecedor sensível do que há de melhor em termos de cultura ao seu redor e à distância.  Um amigo incansável, daqueles que a vida nos premia com a generosidade farta que só os grandes seres humanos possuem. Esse é Gutemberg Cruz!

“Tive o privilégio de trabalhar com ele no Caderno de Cultura do Correio da Bahia, quando ele era o editor, numa época em que este era sem dúvidas o melhor espaço impresso de divulgação e informação para as artes de todas as tendências de Salvador. Que aprendizado maravilhoso! Quantas viagens, entrevistas deliciosas, descobertas incríveis, conteúdo de primeira; tantas matérias formatadas em seu arquivo pessoal, cedido à publicação por seu generoso prazer de dividir conhecimento! Quanta sensibilidade em perceber talentos que ainda pulsavam latentes em artistas que hoje brilham no cenário internacional... O tempo passou depressa demais... Lá se vão alguns pares de anos (não vou dizer quantos, nem sob tortura! rs), mas o privilégio continua na amizade, no carinho, no respeito, traduzidos na admiração que tenho por você! Obrigada por ter marcado a minha trajetória profissional tão positivamente!

“Que seus 60 anos sejam um marco de sucesso em todos os setores da sua vida e que continue fazendo o que lhe faz feliz, porque você merece o melhor, por ser o melhor!” (Alcidéa de Oliveira – Jornalista – Rio de Janeiro – RJ)


Identidade cultural

“No meu caso, falar de Gutemberg Cruz é fácil. Conheci ele em 1997, época em que fundava o Jornal da Chapada. Não vou esquecer nunca as dicas que me deu no início da careira como editora chefe de um periódico regional. Sempre muito franco e prestativo, Gutemberg falava das suas experiências como pesquisador de arte, cultura e política, e não hesitava ao tecer críticas ao sistema. Nos vemos pouco devido ao corre-corre do nosso trabalho, mas seu ofício a frente da assessoria de imprensa da UPB e como escritor merece destaque, sem falar que nunca deixou de honrar a tarefa de ser um olho público em uma época em que falta opinião dos jornalistas.

“Exímio comunicólogo e pesquisador, Gutemberg, além de conhecer a Bahia, tem conhecimento da identidade cultural e administrativa de muitos municípios especialmente os da Chapada Diamantina. Eterno guardador de datas alusivas à imprensa baiana, eu mesmo me reportei muitas vezes aos seus préstimos nesse sentido. Acredito que nenhum jornalista do interior, por mais experiente que seja, tenha tantos elementos informativos sobre a imprensa regional e da capital do que Gutemberg Cruz”. (Deninha Fernandes. Editora Chefe do Jornal da Chapada)

Pura Paixão
 
“Gutemberg, você foi um dos heróis da minha adolescência. Você faz parte de uma das coisas mais especiais que vivi na minha adolescência que foi meu encontro com os quadrinhos. É verdade que eu já pesquisava, já tinha iniciado minha aventura em torno dos quadrinhos quando te conheci. Mas você me proporcionou algumas experiências fantásticas! Robert Crumb, foi você quem me apresentou. E que apresentação! Jamais vou esquecer uma manhã dentro da Fundação Casa de Jorge Amado quando você exibiu um documentário sobre o mestre, durante um curso sobre a história dos quadrinhos, que tive o prazer de participar. Foi lá que criei Dona Dedé, meu primeiro personagem verdadeiramente pensado, pesquisado e registrado.

“Foi você quem me fez procurar o Lage, na TVE, com minhas histórias de Dona Dedé debaixo do braço. Ele leu cada página que mostrei, deu risada, e me incentivou a produzir mais.

“Uma história de participação, envolvimento e realização nas artes gráficas, aqui na Bahia. Como não admirar e não ser grato a Gutemberg Cruz?

“Como não se orgulhar? E eu sei que ele dedicou muitos anos de sua vida aos quadrinhos, a movimentação, à realização de eventos por pura paixão. Não foi favor a nada nem a ninguém. Foi amor! Parabéns Gutemberg!” (Wilton Bernardo, artista gráfico)

Sorrimos, brigamos e voltávamos ao grude de sempre

“Não tem distância certa Eu tinha 16 anos quando vi Gugu pela primeira vez, no nosso segundo ano do curso científico, no Central. A gente colou de um jeito que onde um estivesse o outro também estaria. Fora as reuniões do Clube de Quadrinhos, eu estava em todas as ondas. Os amigos da época eram Paulo Dourado, que partiu pra o teatro, e Gaudemar, um magrinho de Catu que já bebia e fumava feito uma caipora, enquanto eu e Gugu vibrávamos só em pensar no sorvete vendido na porta do colégio. Gugu era a minha conexão com as letras, com a arte.

“Por causa dele, antes de entrar na Ufba, eu já vivia em consumindo livros, frequentando salas de cinema, em exposições, shows. Já na EBC (hoje Facom) eu e uns outros fazíamos farra e ele me levava pra casa depois de longa espera pelo último buzu que pegava a gente na Barroquinha pra deixar na Cidade Nova. Minha família gostava porque eu chegava pelas mãos de um cara sério, sóbrio. Meu irmão mais velho, Tom, curtia a cultura musical de Gugu e trocavam em miúdos durante horas tudo sobre a bossa nova e outros sons.

“Sorrimos muito, brigamos demais e voltávamos ao grude de sempre sem nem precisar um pedir perdão ao outro. Fizemos caminhos diferentes no jornalismo, mas ficaram pra sempre as lembranças bacanas e engraçadas como do tempo da Rádio Cruzeiro, quando o nosso chefe, seu Alírio, aconselhava a gente assim: ‘Não andem com viados porque não fica bem pra vocês’. É isso. É tudo isso. Gugu, você sempre vai estar na minha vida, ainda que eu esteja em outro continente. Ninguém lhe esquece. E salve o mais novo sessentinha. Vida longa!!” (Marlene Lopes, jornalista, Gerente na empresa Núcleo de Comunicação - Angola)

                            Marlene (foto) na época do relato

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