11 julho 2013

Negro, uma cor fortemente polarizada ao longo de sua história (4)

A partir dos anos 1900, nessa tirania exercida pelo preto e branco no mundo das imagens, a foografia não é a única em causa: o cinema vem substituí-lo, ampliando a hegemionia. depois da Segunda Guera Mundial que os filmes em cores foram difundidos mais amplamente, mais se tornaram mais numerosos que os filmes em branco e preto no final dos anos 1960.
 


Desde o início do século XX vários costureiros amantes de arte e novidades (Jacques Doucet ou Paul Poiret, por exemplo) dedicam-se ao pretoque voltou a ser, no tecido e na roupa, uma cor integrale fazem dessa cor o seu meio de expressão favorita. O célebtretubindo pretode GabrielleCocoChanel. Criado em 1926 atravessou os decênios. O tailleur preto, símbolo de elegância discreta e prática, produzido por todos os ateliês de costura a partir dos anos 1930, lhe faz concorrência e sua moda perdurar até os anos 1960, ou mesmo mais adiante. E o preto é, ao mesmo tempo, modereno, criativo, sério e dominador.
 
Mas o preto também pode mostrar-se rebelde ou transgressivo. As jaquetas pretas dos roqueiros, as Panteras Negras e todos os movimentos ou pequenos grupos políticos que, na segunda metade do século XX, mostraram sua revolta sob uma roupa preta, tiveram vários ancestras, alguns muito longínquos.

Socialmente o preto está presente nas bandeiras das ideologias contemporâneas. É a cor utilizada pelos totalitarismos mas também pelos movimentos de libertação, não deixado de estar igualmente associado a superstições e mesmo, por vezes, a um bestiário do diabo. Tal como nos primeiros tempos, os múltiplos significado do preto (ou dos pretos) podem ser entendidos nos seus contextos sociais.

No futebol, os árbitros foram durante muito tempo oshomens de preto: esta cor significava sua autoridade. Ao abandonar o preto, para vestir hoje em dia outras cores, eles perderam boa parte dessa autoridade. O amplo trabalho de pesquisa de Michel Pastoureau finaliza com o luxo do preto. Nascido por volta do final do século XIV não encontrando quase nada para expresar-se a não ser no caviar e na embalagem de alguns produtos muito cars (joias, perfumes). Quanto à primazia do preto sobre as outras cores, é reservada às faias de judô e às
postas de esqui, dois domínios próprios do esporte. Na pesquisa feita na Europa, o preto não é nem a mais apreciada (azul) nem a menos estimada (amarelo). Ela situa-se no meio da gama.

Preto. História de uma cor, do historiador francês Michel Pastoureau, especialista em Idade Médida, dedicado ao estudo da história das cores, é uma publicação da Editora Senac com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. A apresentação gráfica do presente volume é bem cuidada, criativa e funcional. Vale a pena conferir.

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