Criada em 1964 em tiras de jornal a hippie
e baiana Tina era uma pré-adolescente que usava calças com boca de sino e um
medalhão com o símbolo da paz. Em 1973 cresceu e se tornou adolescente. Em 1977
a cultura hippie não fazia mais parte da vida dos jovens da época, o que estava
no auge era a Discoteca. Tina então passou a ser uma mulher de cerca de 18
anos, com traços muito femininos e com roupas da moda. Nos anos seguintes, ela
continuou evoluindo em visual e personalidade, acompanhando as tendências
jovens de cada época
Não é de se espantar que uma das personagens
mais velha da Turma da Mônica trate de temas como assédio, aceitação e
afirmação. Muito mais que uma simples HQ. Necessária, com um tema que precisa
ser debatido e combatido. Sempre. Mas o texto e a arte mostram a força, a
coragem da mulher, o absurdo de assédios ainda serem usuais e que isso é uma
luta de todos. A 24º edição do selo Graphic MSP da Editora Panini lança agora Tina
– Respeito. A obra aborda o assédio no ambiente de trabalho, problema
enfrentado por muitas mulheres, e mostra como lidar com diversas situações
delicadas que, muitas vezes, envolvem o poder hierárquico.
Na história cuja arte e roteiro são
assinados pela catarinense Fefê Torquato, a personagem, agora uma jornalista
recém-formada, passa por situações que mostram as diversas formas de assédio
que uma mulher sofre ao longo do dia. O traço e a finalização em aquarela e
lápis de cor usadas por Torquato têm movimento e leveza. A edição traz, na
capa, um texto assinado pela vlogueira, escritora e jornalista, Jout Jout. Casos
como o de Tina são reais e, geralmente, os assediadores não são denunciados por
puro medo. O objetivo desta Graphic MSP é alertar e instruir jovens e adultos a
respeito de situações em que se sintam constrangidos no ambiente de trabalho.
Não se calar é a melhor forma de lutar contra o assédio.
Jornalista recém-formada, aos 22 anos,
Tina finalmente realiza o sonho de trabalhar em uma redação. Em meio ao
aprendizado constante, novas amizades e muito esforço para buscar o seu espaço,
ela só não esperava que seu maior desafio fosse ser pessoal, e não
profissional.
Assédio moral é uma realidade cada vez
mais próxima e deve ser levado a sério, principalmente nas relações de
trabalho, em que o poder diretivo do empregador, muitas vezes, é confundido com
abuso de poder. Nenhum ser humano é obrigado a tolerar situações degradantes,
principalmente por ter assegurada sua dignidade na Constituição Federal
Mulheres, por exemplo, maioria da
população brasileira, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), são minoria entre os brasileiros que trabalham (42,8%). E, quando
chegam ao mercado de trabalho, voltam a representar o maior número, mas entre
as vítimas de assédio, como aponta o relatório da Organização Internacional do
Trabalho de 2018.
Moral e sexual são as duas formas com mais
recorrências nesse tipo de violência. Apesar de algumas consequências comuns
entre as duas, como a desestabilização da vítima em relação ao ambiente de
trabalho, forçando a desistir do emprego e da sua produtividade
Nenhum comentário:
Postar um comentário