Terceiro trabalho do quadrinista francês
Cristophe Chabouté no Brasil, SOLITÁRIO publicado pela Pipoca & Nanquim é
protagonizado por um eremita já com seus 50 anos que nasceu e cresceu no farol
instalado em uma ilhota afastado do mundo. O foco do quadrinho está nas breves
interações desse protagonista solitário com o mundo além de sua ilha e em sua
imaginação abastecida pela leitura de um dicionário.
O desenhista francês Cristophe Chabouté
estreou em 1993 com uma série de ilustrações sobre a obra de Arthur Rimbaud,
intitulada Lés Recits. Em 2014 tornou conhecido no Brasil com a adaptação de
Moby Dick para a linguagem dos quadrinhos. Essa produção também lhe rendeu duas
indicações no Eisner Award (Melhor Adaptação e Melhor Escritor/Artista). Aumentando
o catálogo do autor em território nacional, a Pipoca & Nanquim lançou Um
pedaço de madeira e aço em 2018. E agora em 2019 a editora publicou outra obra
prima do artista: Solitário.
Best-seller mundial e uma das obras
selecionadas pelo prestigiado Festival Internacional de Quadrinhos de
Angoulême, sediado na França, Solitário nos apresenta uma história
surpreendente e emocionante, em que sonho e vida cotidiana se mesclam com
sensibilidade sutil, ternura e humor. Repleto de belíssimas ilustrações em
preto e branco de tirar o fôlego, Solitário é uma obra-prima de Chabouté — uma
história inesquecível que retrata de forma impecável como alguém pode ter sua
vida tolhida a ponto de se tornar uma sombra e como uma sombra pode reclamar
sua identidade e se tornar alguém.
E o que se observa em seus desenhos é um
céu aberto com gaivotas livres e o mar com toda sua imensidão com
enquadramentos extremamente exitosos para garantir uma sensação de liberdade ou
claustrofobia. O farol em que vive o protagonista é um verdadeiro labirinto,
pois dele aparentemente não há saída.
Seu belo traço traz influências de
artistas como Didier Comès, Hugo Pratt, Alberto Breccia, Dino Battaglia etc… Ao
longo das mais de 370 páginas que compõem o livro seu criador de forma
inventiva estabelece a rotina de um personagem curioso, uma figura rejeitada
pela sociedade de maneira já conhecida pelo inconsciente popular, excluída por
ser diferente. Vale a pena conferir!
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