Umbu, imbu, ombuzeiro, ambu,
giqui, imbuzeiro, taperebá, são inúmeros os nomes populares dados ao umbuzeiro,
a árvore-símbolo da Bahia. Árvore frondosa e de bons frutos, originário dos
chapadões semi-áridos do Nordeste brasileiro, a exemplo da caatinga baiana, a
planta encontrou boas condições para seu desenvolvimento encontrando-se, em
maior número, nos Cariris Velhos, seguindo desde o Piauí à Bahia e até norte de
Minas Gerais.
No Brasil colonial era chamado de
ambu, imbu, ombu, corruptelas da palavra tupi-guarani "y-mb-u", que
significava "árvore-que-dá-de-beber". Suas raízes superficiais
exploram um metro de profundidade, possuindo uma estrutura conhecida como
xilopódio, uma espécie de batata da raiz, na qual se armazena água, daí tal
acepção. Pela importância de suas raízes foi chamada "árvore sagrada do
Sertão" pelo escritor Euclides da Cunha.
É uma árvore de pequeno porte (em
torno de 6m de altura), seu tronco é curto, sua copa tem forma de guarda-chuva,
a qual projeta sombra densa sobre o solo, além disso, sua vida é longa, cerca
de 100 anos. O fruto, o umbu, contém proteína, cálcio, ferro, fósforo,
vitaminas A, B, C e B1. A frutificação inicia-se em período chuvoso e permanece
por 60 dias, cada planta chega a produzir 300 kg de frutos por sofra.
O umbuzeiro perde totalmente as
folhas durante a época seca e reveste-se de folhas após as primeiras chuvas. A
sobrevivência do umbuzeiro deve-se à existência dos xilopódios que armazenam
reservas que nutrem a planta em longos períodos de seca. O umbuzeiro cresce em
estado nativo, nas caatingas elevadas de ar seco, de dias ensolarados e noites
frescas, requer ainda clima quente.
TUDO SE APROVEITA - O umbu tem
bom valor comercial, é consumido in natura ou preparado na forma de sorvete,
refresco e, principalmente, como ingrediente da tradicional umbuzada, que é a
polpa do umbu “de vez” (estágio entre o verde e o maduro), cozida com leite e
açúcar. Das batatas da raiz do umbuzeiro é fabricado um doce de grande
apreciação nas feiras livres da Bahia, prática que tem contribuído para a
presença cada vez menor da árvore na paisagem nordestina.
Suas folhas frescas podem ser
consumidas em saladas, já as folhas verdes bem como seus frutos, são consumidos
por bovinos, caprinos, ovinos e animais silvestres. A casca do tronco e dos
galhos é utilizada pelo sertanejo no combate as diarreias e verminoses, entre
outros males, se cozida, tem propriedades adstringentes e é usada para combater
infecções da garganta. A água que se acumula nos ocos dos troncos e galhos do
umbuzeiro serve para lavar olhos doentes e inflamados, já a água da batata é
usada como vermífugo.
O sertanejo também usa o umbu
para fabricação de "sabão de decoada". A sombra do umbuzeiro é sempre
procurada pelo trabalhador nas horas de descanso e calor. A árvore fornece
ainda tinta extraída da madeira, esta por sua vez, é usada como lenha, para
carvão, para fazer cachimbos, para obras internas, caixotaria e pasta para
papel. Como se vê, o umbuzeiro é merecedor do título de árvore-símbolo do
Estado, no qual as adversidades jamais se sobrepõem ao desejo maior da
sobrevivência de um povo, e a natureza, generosa como sempre, dá todos os
subsídios para garantir a vida onde pensamos não ser possível.
VÁRIOS PRODUTOS - Segundo
estudiosos, a “ameixa do Nordeste” pode gerar cerca de 48 produtos, entre
doces, farinha, bebida feita com o caroço torrado e moído, gelatinas, umbuzada,
sorvetes, polpas, sucos, iogurtes, acetona, extrato (semelhante ao de tomate),
vinagre, vinho, entre outros. Todos ricos em vitamina C e muito saborosos.
É da árvore sagrada do sertão que
centenas de famílias do semi-árido nordestino garantem sua sobrevivência
durante a seca. Mas a fartura na safra do umbu não se limita a alguns meses do
ano. Em pequenas comunidades de Uauá, Canudos e Curaçá, no Norte da Bahia, o
trabalho com a fruta transformou em fonte de renda fixa. As famílias se
organizaram em cooperativa e estão beneficiando o umbu. O trabalho que começa
com a colheita da fruta, reúne principalmente os jovens e as mulheres da
comunidade.
A integração dessa fruticultura
às atividades de pequenas indústrias de beneficiamento e transformação dos
frutos em doces, geleias e sucos sinaliza para um mercado promissor. Nos
municípios de Curaçá, Uauá e Canudos os pequenos produtores rurais aprenderam a
beneficiar esses frutos. Pelo menos 250 pessoas da região estão se
beneficiando, ampliando a economia doméstica com bons resultados. Eles estão
ligados à Cooperativa Agrícola e Familiar de Curaçá, Uauá e Canudos. O doce de
umbu produzido no semi-árido baiano conquistou os europeus e já está sendo
exportado para a França.
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