O evento é promovido pela Multi Planejamento Cultural e pela Fala Menino Produções, com o objetivo de fazer parte fixa do calendário cultural da Bahia, incentivando e difundindo a produção dos quadrinhos brasileiros. A programação promete atividades como exposições, oficinas e lançamento de livros e revistas. Além do Festival, as duas produtoras também estão à frente do I Salão de Humor da Bahia, que recebeu inscrições de 141 obras entre tiras, cartuns e charges de artistas de todo o Brasil.
BLACK SEMBA – Quem vem se destacando na música pop afro baiana é o cantor e percussionista Magary Lord. Em seu trabalho ele mescla sons da Bahia e Angola com black music dos EUA. Para comprovar basta ouvir seu segundo disco, Escutando Magary. Há uma profusão de rítmos: semba, kuduro, kizomba (angolanos), zouk (Antilhas), bachata (favelas dominicanas), samba de bordão, chula, samba de roda (Brasil), jazz, soul, rock (EUA), reggae (Jamaica) e samba reggae (Bahia). O experimentalismo percussivo do rapaz está agitando a noite baiana. Vale conferir.
ENCANTAMENTO – Uma graphic novel surpreendente: Homem Gravidade Zero, da Editora Jaboticaba. Escrita por Leo Slezyngir, filósofo e literato formado pela Universidade de Boston em Literatura e Filosofia com co-autoria de Filippo Croso e desenhos de Kris Zullo. O álbum conta a história de um botânico sonhador que busca muito mais do que aparências. Ele embrenha-se nas florestas do Peru, conhece um xamã e entra em outra dimensão espiritual. A obra filosófica não trata só de temas cotidianos, mas de um processo de descoberta e transformação. Vale a pena mergulhar nesse trabalho e fazer a travessia pelos mistérios do ser, realidades paralelas para questionar sua própria realidade.
VERSO LIVRE – O CD Rosa Fuba, do grupo baiano Pirigulino Babilaque apresenta 19 faixas inspiradas, todas compostas por Pietro Leal e parceiros (Guto Miranda, Vinicius Nunes, Davi Brandão, Bernardo Fialho, entre outros). O grupo é formado por Pietro Leal (voz e violão), Gugu Pinto (percussão e vocais), Guto Miranda (guitarra e percussão), Vinicius Nunes (baixo e vocais), Davi Brandão (guitarra) e Rafael Menduyn (bateria e vocais). Momentos brilhantes no álbum são os versos livres recitados como Coisa de Mulher:
Quem foi que disse
Que homem não gosta de flor?
Que não acha o por do sol lindo?
Qual homem nunca dormiu chorando?
Qual deles nunca acordou sorrindo?
Quem te falou que pra ser homem de verdade
Não pode sentir medo
Nem tremer a ponta dos dedos
Nem sentir saudade?
Confesso que a gente não nasceu com a manha
Que nem mulher quando se assanha
Pedindo um pouco de carinho
Chega faceira, devagarzinho
Faz um chamego, bebe uma taça de vinho
Não muito diferente do cabra valente, enfezado
Basta pôr o amor do seu lado
Logo recebe um cheiro no pé do pescoço
Vai ver ficar manso o cabra que era um grosso
Tem que acabar com esse negócio
De tanto casamento, tanto divórcio
Que fulano é, ou fulana não é
Que isso é coisa de homem,
Que aquilo é coisa de mulher
Quero encher o peito e soltar o grito
E entrar na igreja todo bonito
Ir até o padre e dizer Amém,
Se isso é coisa de mulher,
Eu quero ser mulher também.
Tem ainda Guarda-Chuva, Feliz foi Ary Barroso, O Nó e o Laço, O Feitiço da Mulher Borboleta. Pirigulino Babilake traz canções que passeiam por diversos estilos da música brasileira e tem como forte característica a refinação poética da canção. O CD irradia poesia em toda parte.
POESIA - O compositor e ensaísta paulistano Zé Miguel Wisnik, um dos mais importantes teóricos brasileiros da canção, lançou o álbum duplo Indivisível, quarto disco de sua carreira. Produzido por Alê Siqueira, que assina a produção de discos de nomes como Marisa Monte, Bebel Gilberto e Omara Portuondo, o trabalho traz 25 músicas, todas cantadas por Wisnik, entre faixas autorais, parcerias e versões. Cada um dos discos do duplo é dedicado a um instrumento principal. O primeiro álbum, capa bege, conta com o piano de Zé Miguel Wisnik para construir o clima mais denso dos arranjos das primeiras 13 músicas do trabalho. Já o segundo, capa azul, elege a leveza e a precisão do violão de Arthur Nestrovski que desenha as 12 canções seguintes. Parcerias com nomes como Chico Buarque, Jorge Mautner, Marcelo Jeneci, Guinga, Alice Ruiz, Luiz Tatit, Paulo Neves e Zé Tatit pontuam todo o trabalho. Nesse trabalho ele traz poemas musicados, dentre reles, “Os Ilhéus”, de Antonio Cícero (irmão de Martina Lima), “Mortal Loucura”, de Gregorio de Matos, “Tenha Dó das Estrelas”, de Fernando Pessoa, “Anoitecer”, de Carlos Drummond de Andrade, entre outras. Para ouvir e refletir.
LIVRO – A cidade de Cachoeira está de parabéns. De 11 a 16 deste mês será realizada a Primeira Feira Literária Internacional da Bahia (Flica) com uma programação de debates e atrações musicais gratuitas. O evento aquece a economia local e muda o clima na cidade histórica.
De 28 de outubro a 06 de novembro será realizado no Centro de Convenções da Bahia, a 10a Bienal do Livro da Bahia. Esperamos que este evento respeite o público ao abrir os portões porque nos anteriores muitas editoras só foram montar seus estandes nos últimos dias. E muitas abriram sem os lançamentos prometidos, expondo livros encalhados. É o mesmo que se espera de um evento desse porte: respeito ao público!.
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