24 fevereiro 2011

Altos e Baixos em Salvador (3)

O que falta nessa cidade? Verdade. Que mais por sua desonra? Honra. Falta mais quer se lhe ponha. Vergonha?” (Gregório de Mattos)


De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto” (Ruy Barbosa)


Hospitais


A saúde em Salvador vai de mal a pior. Cerca de 426 pacientes morreram à espera de vaga nos hospitais públicos em 2009. Muitos culpam a carência de leitos que é agravada pela imigração de pacientes do interior para a capital. Mas outros informam que a demanda de alguns municípios não chega a 40% e que o Estado arca com esses custos. E de quem é a culpa? Salvador não possui uma rede complementar eficiente, formada pelos hospitais filantrópicos e privados. Afinal, Salvador é uma das poucas capitais do País que não possui um hospital municipal. Há também deficit de leitos de alta complexidade, principalmente os de UTI.



Parques


Salvador está cada vez mais abandonada. Os parques estão destruídos e as autoridades não enxergam. Os parques Metropolitano de Pituaçu, do Abaeté e São Bartolomeu (Pirajá) são provas desse abandono. Nessas locais a insegurança é total e o uso de drogas é constante. Ausência do poder público causa problemas. Os ambientalistas informam que a população ainda não tem total conhecimento da importância dos parques ambientais para uma cidade. É preciso criar uma campanha eficaz de conscientização da população sobre o assunto e fazer trabalhos com as comunidades carentes que moram no entorno desses parques para torná-los parceiros dos ambientalistas e instituições de preservação ambiental. Afinal, cuidar da natureza é cuidar da vida.


Desigualdades


“Nos somos os maiores criadores, os maiores produtores culturais, mas, no entanto, quem se apropria da riqueza cultural é um punhado de pessoas da elite branca baiana. Eles se apropriaram até mesmo da logomarca. O samba reggae virou axé music (…) A Bahia tem um viés de desigualdade muito forte, que se expressa na pobreza, na educação, na moradia e na questão da raça. Nós temos um racismo fortíssimo na Bahia, apesar de sermos maioria. (…) Nós temos uma elite extremamente insensível e arrogante”: Zulu Araújo, arquiteto e presidente da Fundação Palmares (Revista Muito n.136, 07/11/2010)


Complicado


“Moro no Rio de Janeiro porque é complicado viver aqui. Lá, você circula muito mais, como músico é valorizado de outra forma”. O discurso do percussionista baiano Orlando Costa – é repetido por 09 entre 10 artistas que vão embora em busca de maior reconhecimento. (Revista Muito n.137, 14/11/2010)


Rios da cidade


Salvador tem 12 rios em seu território. A maioria dos habitantes desconhece. Muitos desses rios foram comprometidos pela expansão urbana com esgotos interferindo no equilíbrio ambiental e na qualidade de vida dos moradores. Das 41 fontes existentes na cidade, 35 ainda corre aqui, mas todas apresentam problemas. A pesquisa sobre a qualidade das águas na capital baiana está no livro O Caminho das Águas em Salvador, da socióloga Elisabete Santos.

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