01 agosto 2014

Saber e poder na visão de Foucault (02)



De acordo com Michel Foucault (1926-1984), as sociedades modernas são formadas por uma rede deinstituições disciplinares: a escola, a fábrica, a caserna. O sujeito é constituído por práticas disciplinares. A sociedade como um todo é constituída sobre o modelo carceral, formado pelas suas instâncias de vigilância, controle. O objetivo dessas práticas era a produção de corpos dóceis, a produção social da docilidade por meio das tecnologias do poder. As relações sociais modernas têm na base uma relação de força que é constituída historicamente, a ordem civil é apenas aparente, uma trégua que se instala, as lutas e conflitos sociais são resquícios dessa guerra.


De dentro dessas instituições disciplinares que formam a sociedade, o poder emana não somente do estado, mas também dos indivíduos, mais precisamente dos indivíduos que detêm um certo conhecimento científico. Foucault sempre demonstrou desprezo pela objetividade do saber e da ciência, defendendo a ideia de que o saber não é objetivo, pois sua validade é comprometida por uma gênese extra científica, funcionando a serviço de fins extra científicos.

A ciência das riquezas é substituída pela economia política, cujo cerne secreto está no trabalho, a história natural é substituída pela biologia, cujo núcleo invisível é a vida, e a gramática geral é substituída pela filologia, cuja essência latente é a história. Se o homem se define por suas relações com a vida, o trabalho e a linguagem, as ciências do homem tendem a girar em torno da biologia, da economia política e da filologia. Mas, para Foucault, nenhuma delas pode ser considerada ciências humanas, pois o objeto dessas ciências não é o homem, como deveria ser, e sim a representação que o homem tem em um ambiente criado.

Poder e saber são correlativos. Não poder sem seu regime de verdade, cada sociedade tem os tiposde discursos que ela acolhe e faz funcionar como verdadeiros e também possui os mecanismos e as instâncias que permitem distinguir os discursos falsos dos verdadeiros. Foucault idealizava uma consciência intuitiva, não contaminada pela razão, ele não combate o saber, não exalta o não saber. Apenas registra a funcionalização do saber a serviço do poder.


Na formação de Foucault concentrou-se ideias e experiências de várias e complexas naturezas: dafilosofia de Nietzche, Heidegger, Bataille, Blanchot ou Klossowski a história da medicina e das instituições carcerárias e manicômios, da literatura e da semiótica à polemologia e à economia política, da geografia à historiografia.


Foucault queria justamente reencontrar por meio daerudiçãoe também das pesquisas sobre acontecimentos considerados como marginais, a história secreta dopodernas suas vastas e infinitas ramificações.

O poder segrega, vigia, pune, criminaliza a quem lhe opõe, exercita-se nos lugares humildes mais que no esplendor das sessões parlamentares ou das cortes: nos dormitórios dos manicômios e das casernas, nos corredores dos hospitais, nos quartos dos colégios, nas aulas escolares. Eles não trabalha, com efeito, no atacado, irradiando-se de uma única cabeça bem caracterizada e por meio de canais de transmissão privilegiados, mas no varejo, de modomicro-físico, infiltrado-se  e permeando cada dobra da sociedade.

E quem o representa não são apenas os grandes personagens, mas uma miríade de homens pequenos e médios e, no limite, todos, do médico ao enfermeiro, do burocrata ao suboficial, do policial ao professor. E o poder não está sobre, mas dentro da sociedade, não se difunde somente por meio de ideologia ou do consenso, mas por meio de mil práticas que envolvem o corpo e o espaço. Subdivide minuciosamente o território e os ambientes, regula as distancias entre os indivíduos, insinua-se por meio da disciplina e da sexualidade no corpo das pessoas.

HUMOR GRÁFICO NA BAHIA


Uma exposição com as obras dos precursores do grafismo baiano (cartum, caricatura, charge e quadrinhos) até os dias atuais é de grande necessidade para o grande público (jovem e adulto).

É necessário apresentar ao público a história desses artistas que continuam invisíveis e são importantes no registro dos acontecimentos históricos e sociais.

Por esse motivo, vamos apresentar em 2015 uma grande exposição de humor gráfico na Bahia e queremos a participação de todos os artistas.

Paraguassu, K-Lunga, Tischenko, Sinézio Alves, Fernando Diniz, Theo, Lage, Setubal, Nildão, Ruy Carvalho, Cedraz, Cau Gomez, Bfruno Aziz, Valterio, Flavio Luis, Luis Augusto, Valmar Oliveira, Andre Leal, Angelo Roberto, Eduardo Barbosa, Gentil, Jorge Silva, Carlos Ferraz, Helson Ramos, Hector Salas, Tulio Carapiá, Sidney Falcão são alguns dos artistas cujas obras estarão na mostra.
Participe, colabore. Contato: gutecruz@bol.com.br
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em frente a Biblioteca Pública), na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28, Pelourinho. Tel: 3321-1596) e Canabrava (Rua João de Deus, 22, Pelourinho). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.


 



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