25 setembro 2009

Tempero da vida (5)

A comida no cinema

Muitos críticos comparam o filme grego “O Tempero da Vida” com o mexicano “Como Água Para Chocolate” por causa, talvez, do efeito transformador da comida sobre as pessoas. A comida como alimento da alma, da vida e do aprendizado da história de cada um. Além de usar a comida como desculpa para falar de temas mais complexos e filosofar sobre a vida, as duas produções também têm em comum os altos valores de produção, resultando num filme bem acabado com o intuito de conquistar as audiências internacionais. “Como Água...” conseguiu ganhar o Oscar de filme estrangeiro. Já “O Tempero” era o representante da Grécia na premiação, mas nem conseguiu ser indicado.

Sucesso na Grécia, o longa O Tempero da Vida estreou no final de 2003, e lida com as conturbadas relações entre turcos e gregos, mas ao invés de apontar as diferenças, através da cozinha mostra as semelhanças das duas culturas. O diretor e roteirista Tassos Boulmetis se baseou em experiências pessoais para escrever o roteiro que se desenvolve como um grande flashback, no qual o professor de física relembra a sua infância e adolescência. No estilo de "A Festa de Babete" - que utiliza a gastronomia como metáfora - "O Tempero da Vida" usa a comida e seus temperos, como um modo de mostrar as pessoas, as simplicidades da vida. O filme é uma experiência sensorial que compara a comida, os temperos aos prazeres e momentos e fases da vida. Pimenta, sal, canela, cada coisa com seu sabor e sua medida, afinal, tanto a comida quanto a vida precisam de um pouquinho de pimenta para ter gosto.


Você tem fome de quê?!

O prazer é algo que está sempre permeando a vida do homem, seja lá de que maneira ele venha. Tem gente que foca todo seu prazer no sexo, outros a voltam para uma outra atividade, como ouvir uma música, praticar esportes, dançar… E há ainda os que voltam seu prazer todinho para a comida É essa a idéia central de “Estômago” (Brasil / Itália 2007).

O filme conta a história da ascensão e queda de Raimundo Nonato (João Miguel), um cozinheiro com dotes muito especiais. Trata de dois temas universais: a comida e o poder. Mais especificamente, a comida como meio de adquirir poder. E pode ser definido como “uma fábula nada infantil sobre poder, sexo e culinária”. A trama toda fica passeando entre os prazeres que a comida desperta nas pessoas, além de despertar uma certa ojeriza pela maneira que vemos alguns pratos serem preparados. Estômago é isso, sem trocadilho, um filme pra mexer com o nosso estômago, em todos os sentidos.

Em sua estréia mundial no Festival do Rio 2007, o filme consagrou-se como grande vencedor, tendo recebido quatro prêmios: Melhor Filme pelo Público, Melhor Diretor, Melhor Ator e Prêmio Especial do Júri. Em sua estréia européia, no Festival Internacional de Rotterdam, na Holanda, recebeu o prêmio Lions Award e foi o segundo colocado, entre 200 longas, na preferência do público. Teve participação especial no Festival de Berlim 2008, com direito a jantar inspirado nos pratos do filme, e venceu o Festival Internacional de Punta Del Este, no Uruguai, com os prêmios de Melhor Filme e Menção Especial de Melhor Ator. A fita marca a estréia de Marcos Jorge na direção de longas-metragens, depois de uma bem-sucedida carreira como diretor de curtas-metragens, filmes publicitários e artista-plástico especializado em vídeo-instalações. O filme foi inspirado no conto “Presos pelo Estômago”, de Lusa Silvestre, que assina, junto com Marcos Jorge, o argumento do filme.
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