02 setembro 2009

Presidentes do Brasil (8)

Getúlio Vargas (1951-1954) volta ao poder “nos braços do povo”. Porém, dessa vez, não sairia mais do palácio do governo – pelo menos, não vivo. O país com o qual Vargas deparou era muito diferente daquele que comandara cinco anos antes. O país se debatia entre o nacionalismo, o entreguismo e o estatismo. Firmando a imagem do “Pai dos Pobres”” e pressionado pelos sindicatos, ele começa a afastar-se dos Estados Unidos, cria a Petrobras, faz uma lei sobre remessa de lucros para o exterior. Mas o escândalo que derrubou Vargas foi a tentativa de tramar o assassinato do mais ruidoso e radical de seus opositores: o jornalista Carlos Lacerda. Cria o Programa Nacional de Petróleo e da Petrobras. No Brasil, ganhava vida as chanchadas, filme de comédia e música que tinham nascido no anos 40. Era o auge do rádio. Ele ditava moda, criava ídolos, transmitia emoções, registrava a história.


Café Filho, advogado nascido no RGN. Com o suicídio de Vargas, em 1954, assumiu a Presidência, Café Filho, exercendo o cargo até novembro de 1955. Nesta ocasião, ante os indícios cada vez mais evidentes de que não defenderia a posse do candidato eleito à Presidência, Juscelino Kubitscheck, foi afastado (a princípio temporariamente e depois definitivamente) da Presidência por um movimento político-militar liderado pelo general Teixeira Lott, culminado no Movimento de 11 de Novembro.


O populismo desenvolvido na Era Vargas ganhou novos adeptos no período da República liberal pós-1946. O simpático, bem-humorado, sorridente e falante médico Juscelino Kubitschek (1956-1961) assume a presidência com a bandeira do desenvolvimentismo. Sua meta era mudar a capital federal do litoral para o centro-oeste. “Brasília, a capital da esperança”. O novo impulso estava baseado no incentivo à indústria de transformação, e para isso era essencial atrair empresas estrangeiras que fabricassem produtos com tecnologia importada e incentivar novas fábricas de capital nacional. A indústria automobilística foi o motor desse novo impulso e do mergulho do Brasil no mundo dos investimentos capitalistas internacionais. A urbanização, a ascensão da classe média e as mudanças nas relações do trabalho formariam o mercado comprador dos novos produtos. Era o país entrando na era do consumismo. Em seu mandato presidencial, Juscelino lançou o Plano Nacional de Desenvolvimento, também chamado de Plano de Metas, que tinha o célebre lema "Cinquenta anos em cinco". O plano tinha 31 metas distribuídas em seis grandes grupos: energia, transportes, alimentação, indústria de base, educação e — a meta principal — Brasília. Visava estimular a diversificação e o crescimento da economia, baseado na expansão industrial e na integração dos povos de todas as regiões com a nova capital localizada no centro do território brasileiro.

O líder populista de São Paulo, Jânio Quadros se colocou com o discurso de varrer a corrupção do país. “O homem do tostão contra o milhão” que iria “sanear” a nação. E ele assume a presidência em 1961. Foi eleito presidente em 3 de outubro de 1960 pela extinta UDN (União Democrata Nacional), para o mandato de 1961 a 1966, com 5,6 milhões de votos - a maior votação até então obtida no Brasil - vencendo o marechal Henrique Lott de forma arrasadora, por mais de dois milhões de votos. Porém não conseguiu eleger o candidato a vice-presidente de sua chapa, Milton Campos (naquela época votava-se separadamente para presidente e vice). Quem se elegeu para vice-presidente foi João Goulart, do Partido Trabalhista Brasileiro. Os eleitos formaram a chapa conhecida como chapa Jan-Jan. Qual a razão do sucesso de Jânio Quadros? Castilho Cabral, presidente do antigo Movimento Popular Jânio Quadros, sempre se perguntava por que esse moço desajeitado conseguiu realizar, em menos de quinze anos, uma carreira política inteira - de vereador a Presidente da República - que não tem paralelo na história do Brasil.

Jânio não alcançou o poder na crista de uma revolução armada, como Getúlio Vargas. Não era rico, não fazia parte de algum clã, não tinha padrinhos, não era dono de jornal, não tinha dinheiro, não era ligado a grupo econômico, não servia aos Estados Unidos nem à Rússia, não era bonito, nem simpático. O que era, então, Jânio Quadros? Jânio representava a promessa de revolução pela qual o povo ansiava. Embora Jânio fosse considerado um conservador - era declaradamente anticomunista - seu programa de governo foi um programa revolucionário. Propunha a modificação de fórmulas antiquadas, uma abertura a novos horizontes, que conduziria o Brasil a uma nova fase de progresso, sem inflação, em plena democracia. Assumiu a presidência (pela primeira vez a posse se realizava em Brasília) no dia 31 de janeiro de 1961. Embora tenha feito um governo curtíssimo - que só durou sete meses - pôde, nesse período, traçar novos rumos à política externa e e orientar, de maneira singular, os negócios internos. A posição ímpar de Cuba nas Américas após a vitória de Fidel Castro e a descoberta da África, um novo continente, mereceu sua atenção. Um mestre inato da arte da comunicação, Jânio, no intuito de se manter diariamente na "ribalta", utilizava factóides como a proibição do biquíni nos concursos de miss, a proibição das rinhas de galo, a proibição de lança-perfume em bailes de carnaval, e a tentativa de regulamentar o carteado. Ao condecorar Che Guevara muita gente não gostou e ele alegou “forças ocultas” que agiam contra ele, não o deixando governar, e num blefe, apresentou sua renúncia. O Congresso, para surpresa sua, acatou o pedido.

_________________________________________

Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves) e na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela)

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá,
Parabéns pelo Blog....gostaria de convidá-lo a visitar o nosso....minervapop.blogspot.com
Valeu!
Anselmo - SP