09 julho 2009

Contexto Midiático, obra de Sérgio Mattos, expõe o jornal, a rádio, a tevê e a internet

Para celebrar o bicentenário da fundação da imprensa na Bahia, em 2011, o jornalista, poeta e professor Sérgio Mattos lança uma obra com reflexões sobre políticas nacionais de comunicação, projetos pedagógicos e os impasses conceituais com que se defrontam professores e estudantes do campo midiológico. Trata-se de O Contexto Midiático, livro publicado pelo Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), José Marques de Melo, no prefácio do livro, “produzidos no período 1982-2007, os estudos que formam esta coletânea estão amalgados pelo fator que os interliga dialeticamente, bem explícito na palavra-chave do título: contexto. Trata-se do contexto pressentido por seu mestre McAnany: a globalização que perpassa a conjuntura pós-guerra fria, projetando-se, no espaço brasileiro, através da tumultuada reconstrução democrática”.

Dividido em cinco partes, o primeiro aborda conceitos e tendências, refletindo sobre o contexto teórico e histórico da periodização da televisão (definindo as fases do desenvolvimento histórico da tevê brasileira): Multimídia – uma nova revolução da informação mostra o impacto das novas tecnologias na mídia, considerando-se a influência da Internet no jornalismo e na televisão; a convergência das mídias, as redes pessoais e o profissional multimídias; as tendências; O papel social do rádio: a mão dupla da comunicação, levanta questões que levam a refletir sobre o papel social das emissoras de rádio educativas; E os efeitos da publicidade: uma introdução ao debate.
A segunda parte do livro (A Censura, o estado e os Meios de Comunicação) está dividido em três capítulos. O primeiro aborda O Estado e os meios de comunicação: o controle econômico. Segundo o professor Mattos, “como reflexo direto do modelo de desenvolvimento econômico adotado, a indústria publicitária do país cresceu tão rapidamente que, hoje, o Brasil está entre os dez maiores países do mundo em investimento publicitário. Como resultado da política do governo de entregar suas contas de publicidade apenas para agências nacionais, em 1980, sete das dez maiores agências do país eram domésticas. Em resumo, a influência do Estado no desenvolvimento da indústria publicitária tem sido realizada através da legislação (contra e a favor), como também pela sua participação direta na economia. Como resultado dessa participação, o governo se transformou no maior anunciante individual do país. Como anunciante, o Estado tem contribuído de várias maneiras para o crescimento do setor publicitário, além de ter aumentado o seu poder de pressão e controle sobre o meio de comunicação”.
O segundo capítulo, Mecanismos de controle da informação e da cultura, discute a atuação do Estado como entidade reguladora dos fluxos informativos e da difusão cultural na sociedade, por meio da legislação, dos subsídios e da seleção e ou indução de conteúdos. Um balanço sobre os instrumentos de censura no Brasil identifica os instrumentos de controles utilizados pelos regimes constituídos a partir da segunda metade do século XX, e as novas formas de censura praticadas no dia a dia, tanto pelo cidadão como pelo governo.

Educação, Jornalismo e Comunicação. Três assuntos discutidos e analisados na terceira parte. A começar por Freire e a natureza política da educação onde o educador revela a “politicidade da educação” e a “educabilidade do político e do ato político”. Em Proposta de Trabalho para a UFBA (1988-1992) ele expõe a plataforma de reforma da UFBA quando se inscreveu como candidato reitor (1987). Estatuinte para a UFBA e Universidade de Verdade são artigos que complementam suas propostas. Meio de comunicação a serviço da educação (pedagogia dos meios) ele mostra a luta para engajar nossas escolas no processo tecnológico de nosso tempo, procurando desenvolver tecnologias alternativas para usufruir os benefícios dos meios de massa no processo ensino-aprendizagem. Afinal, educação é a solução para todos os nossos problemas, conclui. Ensino do Jornalismo: sem integração entre a teoria e a prática não haverá solução estimula o debate sobre o ensino do Jornalismo e sua prática laboratorial.. E Vinte anos de conquistas que deram respeitabilidade à comunicação ((1957-1977) mostra a expansão da industria cultural devido à criação, nas universidades, das escolas de Comunicação, que se multiplicaram por todo o país.
A quarta parte da obra, Contribuição Ético-Profissionais aborda a ética na mídia e na saúde, e a trajetória de sucesso de Roberto Marinho, responsável pela implantação das Organizações Globo. A quinta e última parte analisa a televisão na Bahia, e singularidade regional – A Tare Municípios: uma experiência jornalística voltada para o municipalismo.
Autor de inúmeros trabalhos acadêmicos, Sérgio Matos já lançou obras como “O vigia do tempo” ('977), “Estandarte” (1995), “Mídia controlada: a história da censura no Brasil e no mundo” (2005), “Memória da imprensa contemporânea da Bahia” (2008), “Amadeu, um bandido nordestino” (2008) e “Só Você pode Jayme – um perfil de Jayme Ramos de Queiroz” (2009). Segundo a presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Consuelo Pondé de Sena, na orelha do livro, “esta obra tem tudo para agradar aos jornalistas e comunicadores, não só pelo conteúdo histórico, mas especialmente por tratar de assuntos poucos explorados, a exemplo de Á censura, o Estado e os meio de comunicação´, tão presentes no passado quanto nos dias de hoje (...) Expõe, também, sua visão da mídia regional, trazendo à consideração dos leitores da Bahia a televisão no Estado, além da sua experiência como editor de A Tarde Municípios”.
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um estado d´alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Roha na Praça Castro Alves) e na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela)

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