11 março 2009

Relicário de Sérgio Mattos


Depois de lançar Amadeu um bandido nordestino, Os funerais de dona Camila, As confissões sexuais de Maria Francisca e Memória da Imprensa Contemporânea da Bahia, Sérgio Mattos reúne seus artigos, reportagens, orelhas, prefácios e resenhas em sua obra atual intitulada Relicário Comunicacional e Literário, editado pela Editora Contexto e Arte. Segundo o professor Edivaldo Boaventura no prefácio do livro, “poesia e comunicação são os pilares básicos do intelectual bem formado e melhor exercitado na imprensa e no departamento universitário. É na condição de escritor que, generosamente, estimula estreantes e veteranos apresentando inúmeros poetas, ensaístas. O importante é que o poeta Sérgio Mattos, pleno de bons sentimentos para com outros bardos, lança-os em prefácios incentivadores”.


Relicário está dividido em quatro partes. A primeira é dedicada aos artigos e reportagens. A começar pelo jovem Dorival Caymmi, seu primeiro encontro na casa de Jorge Amado, cultura importada, o cacique xavante Juruna, misticismo político (comunista macumbeiro), bairro do Rio Vermelho (e sua associação dos moradores e amigos), São Cristóvão, a cura através da arte, a fundadora da Escola de Teatro da UFBa Anna Edler, e o eterno palhaço Chaplin.

HOMENAGEM - Na segunda parte estão as orelhas e os prefácios. Com justa homenagem ao cinquentenário de vida do educador Edivaldo Boaventura, a produção expressiva do movimento cultural Contemp, portais poéticos, focus poético, a poesia de Kleyde Ramos, Franklin Maxado, Derval Evangelista de Magalhães, Ubiratã dos Santos, a última viagem do São Francisco, homens que fizeram história, entre o mito e a realidade, os dez anos da Turma do Xaxado, televisão na era da globalização, análise semiótica da telenovela, aspectos da trajetória da imprensa baiana, entre outros.

Resenhas estão enfileiradas na terceira parte dedicada aos comentários: para ler Tiêta, de Jorge Amado, o percegonho de Guido Guerra, narrativa de bastidores da notícia, revendo a mídia eletrônica, estudos da imprensa nanica, BBC um modelo de tv, e para entender a produção da tv brasileira. A quarta e última parte é dedicada aos perfis. Os escolhidos foram Jorge Calmon (o decano dos jornalistas baianos), Nonato Marques (o poeta da baixinha), e Paulo Gaudenzi (um profissional da cultura e do turismo).

MOSAICO - Assim, o Relicário de Sérgio Mattos é um mosaico de experiências de vida, aprendizado que vai da poesia a semiótica, do teatro ao cinema, da tevê para a imprensa. Tudo sob a ótica aprimorada do articulista que passeia com desenvoltura nos diversos assuntos da contemporaneidade. “Caminhar com Sérgio é desbravar novos espaços e rotas, abertos em ritmos variados desde os parágrafos e entrelinhas, pinçando aqui e ali gotas de sentimento daquele que considero a maior incógnita do universo – o multifacetado ser humano, com seus conflitos, verdades, angústias e dúvidas, desafio permanente para quem tem coragem de tentar decifrá-lo. Sérgio tem. É ler para crer!”, escreveu o jornalista José Jorge Randam na orelha do livro.

Mattos dedica-se à pesquisa e ao ensino mas não abdicou de atuar no mercado e sempre se manteve no exercício o jornalismo diário, em inúmeras funções editoriais nos jornais baianos. Foi o primeiro professor a orientar tese de doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Contemporânea. Tem tratado de temas como tevê, imprensa, rádio, internet em publicações e simpósios. Recebeu o Prêmio de Comunicação Luis Beltrão, na categoria de maturidade acadêmica. Poeta com oito livros publicados e compositor com dezenas de composições gravadas por diversos intérpretes.

Criou a revista Neon, de arte cultura e entretenimento que circulou de 199 a 2004, foi presidente fundador da Academia de Letras e Artes de Salvador, diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa do Estado da Bahia e desde 2008 ingressou na Universidade Federal do Recôncavo como professor concursado. Assim é Sérgio Mattos, o “vigia do tempo” sempre atento ao que passa pela vida, revigorando o sentido do novo, em busca do “princípio invisível do existir”.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --
Dia 26 tem lançamento do livro “Bahia, um estado d´alma” no Espaço Uni Banco de Cinema (Galeria do Livro)

Um comentário:

Anônimo disse...

ola sou pablo u beijao para meu irmao patrique