04 agosto 2008

Furacão Grace Jones volta ao disco

Ela tem estilo. A deusa de ébano modelo, cantora e atriz jamaicana radicada nos Estados Unidos, Grace Jones passou 20 anos fora do mercado fonográfico. Dia 29 de outubro ela lança Hurricane que conta com participações especiais de Brian Eno e Sly and Robbie. Seu último álbum foi "Bulletproof", de 1989. Ela nasceu na Jamaica e cedo se apaixonou, primeiramente pelo mundo da alta costura. Nos anos 70 era uma das modelos mais requisitadas pelos grandes estilistas da época. Não é á toa: Grace Jones tem quase dois metros de altura, distribuídos por um corpo perfeito e sinuoso. Aparência enigmática, como um andróide inviolável.

Vivia num ambiente que tinha as artes plásticas e a música como extremidades. O papa da pop art, Andy Warhol apadrinhou-a, abrindo as portas da música. Grace não só entrou por ela como a escancarou. “Portfolio” foi seu primeiro Lp. Seguiu-se “Fame”, “Muse”, “Warm Leatherett”, “Nightclubbing” e “Living My Life”. Depois dos discos, mais reviravoltas. A ida ao cinema: Conan o Destruidor; 007 na Mira dos assassinos, Vamp, etc, al´´em dos incontáveis anúncios em TV e revistas.

Miss Jones é uma cantora contralto e domina algumas técnicas de soprano. Ele tem duas formas de cantar: o canto-falado como nas canções “Private Life” e “Walking In The Rain”, e o modo quase soprano como em “La Vie En Rose” e “Slave To The Rhythm”. Além de ser dona de vocais fortes, autoritários e hipnóticos, Jones também toca acordeão. Embora seu último álbum de estúdio tenha saído em 1989, Grace Jones nunca deixou de se apresentar ao vivo por aí. Ela prefere seguir o estilo underground em seus shows, sem grandes divulgações, o que coloca seus fãs em uma "emocionante caçada".

Nascida Grace Mendoza é uma modelo jamaicana radicada nos Estados Unidos. Antes de se tornar uma modelo de sucesso em Nova Iorque e Paris, Grace estudou teatro na Universidade Syracuse no estado de Nova Iorque. Em 1977 assinou um contrato com a Island Records, o que resultou num estouro de hits Disco e Dance. Os três álbuns Disco que ela gravou - Portfolio (1977), Fame (1978) e Muse (1979) - geraram grande sucesso no mercado da época. Durante esse período, ela também se tornou uma musa para Andy Warhol, que a fotografou incontáveis vezes. Jones também o acompanhou em várias ocasiões ao famoso clube Studio 54 em Nova York.

DIFERENTE - No final dos anos 70, ela se adaptou à música New Wave e decidiu criar um estilo diferente para ela. Ainda na Island Records, ela lançou os álbuns Warm Leatherette (1980) e Nightclubbing (1981). Tais álbuns incluíram re-adaptações de canções do The Pretenders, Sting, Iggy Pop, Roxy Music, Flash and the Pan, The Normal, Ástor Piazzolla e Tom Petty.

Seu visual masculino que inclui vestimentas, maneiras e estatura (1,79m), foi uma grande influência no movimento "power dressing" dos anos 80, e também em artistas como Annie Lennox (Eurythmics) e Claudie Fritsch-Mentrop (Desireless). Ela também exemplificou o corte de cabelo em "caixa" dos anos 70, que seria usado em seguida por muitos negros da América na próxima década. Jones manteve uma carreira de atriz em paralelo com a sua música. Sua forte presença e visual foram levados ao seu trabalho de palco rapidamente: Suas performances mostraram diversas personagens com roupas peculiares e forte atitude. Um bom exemplo disso foi a sua colaboração com o artista visual Keith Haring, que pintou o seu corpo com símbolos tribais e a vestiu com uma armadura de fios. O artista também pintou o corpo de Jones no clipe de “I'm Not Perfect (But I'm Perfect For You)”.

VISUAL - Em paralelo com sua transformação musical, Miss Jones mudou seu visual dramaticamente, um visual criado em parceria com o estilista Jean-Paul Goude. Jones adotou um look severo e andrógino, com um corte de cabelo em formato quadrado e roupas acolchoadas. As capas icônicas de “Nightclubbing” e, em seguida, “Slave To The Rhythm” (1985) exemplificaram essa nova identidade. Até hoje, Grace Jones é conhecida pelo seu look único tanto quanto pela sua música. Sua colaboração com Sadkin e Blackwell continuou com o álbum “Living My Life” (1982), influenciado pelo dub-reggae.

O trabalho de Jones como atriz em grandes filmes começou com o papel de Zula, uma amazona no filme Conan, o Destruidor (1984), ao lado de Arnold Schwarzenegger e a lenda da NBA Wilt Chamberlain. Antes disso ela havia aparecido em filmes de produção baixa, freqüentemente com conteúdo sexualmente explícito. Em seguida ela fez o papel de May Day, no filme 007: A View To A Kill (1985). Jones também apareceu em vários outros filmes, incluindo Vamp (1986), onde ela interpretou uma exótica dançarina vampírica chamada Katrina, usando a pintura corporal de Keith Haring. Ela também fez o papel de Helen Strange no filme Boomerang, de Eddie Murphy - para o qual gravou a canção-título do filme, 7 Day Weekend - em 1992. Em 2001, ela apareceu junto com Tim Curry em Wolf Girl (a.k.a Blood Moon), como um travesti e aberração de circo chamado Christoph/Christine. Ela também apareceu em um episódio do seriado Beastmaster como a Guerreira Impatra.

RELACIONAMENTO - Jones namorou ambos atores/fisiculturistas Dolph Lundgren e Sven-Ole Thorsen nos anos 80. No ano de 1987, ela posou nua para a Playboy em um ensaio sensual ao lado de seu namorado da época, o fisiculturista e ator Dolph Lundgren. Em 1996, ela se casou com um guarda-costas chamado Atila Altaunbay. Tem um filho chamado Paulo, fruto de seu antigo relacionamento com Jean-Paul Goude. Paulo faz parte de um grupo pop francês chamado La Gouache.

Jones ainda marcou presença nas trilhas sonoras de novelas brasileiras. "That's The Trouble" fez parte da trilha de Locomotivas, de 1977; "I Need a Man", de Sem Lenço, Sem Documento (1977/1978); em 1978, "La Vie En Rose" foi hit em O Pulo do Gato, e "Do Or Die" fez parte da trilha internacional da novela Pecado Rasgado.

Nenhum comentário: