14 maio 2008

Pele, o mais visível órgão do corpo humano (1)

Para além da faceta dermatológica, a pele sempre teve um papel preponderante na sociedade humana e é esse lado que agora é revelado no livro Pele - Uma História Natural (Skin: A Natural History, University of California Press, 290 págs). O fascinante livro da professora de antropologia na Universidade Estadual da Pensilvânia, Nina Jablonski, é tão abrangente quanto a própria pele. Jablonski trata de tópicos que vão da história evolutiva da pele a perspectivas futuras, tais como peles robóticas ou eletrônicas, passando por temas como suor, cor, tato e dermatite. No processo, ela demonstra que a pele é não apenas crucial para nossa saúde como também um importante veículo para a expressão pessoal. Uma combinação de três atributos torna a pele humana única no reino animal. Primeiro, ela não é revestida por pêlos e sua. Segundo, é produzida naturalmente em ampla variedade de cores, “um fascinante arco-íris em sépia”, nas palavras de Jablonski, que varia do marrom escuro ao branco marfim pálido. Terceiro, ela é uma superfície para decoração, de maquiagem e outras formas de pintura temporária a cicatrizes e tatuagens.

A pele representa 16% do peso do corpo humano. Parece pouco? A pessoa que tem 70 kg, a pele é responsável por cerca de 12 kg do seu peso. Toda a superfície da sua pele mede de 1,5 a 2 metros quadrados. A pele é formada por três camadas, bem unidas entre si. São elas: epiderme, derme e hipoderme. Todas são importantes para o corpo, e cada uma tem características e funções diferentes.

A epiderme é a camada mais externa da pele, aquela que você pode ver, formada, na sua superfície, por células achatadas, chamadas queratinócitos, ricas em uma proteína chamada queratina. É a queratina quem, entre outras substâncias, ajuda a evitar a desidratação, ou perda de água, do organismo. Isso porque esta proteína mantém as células mais unidas e, conseqüentemente, com menos espaço para ocorrer a evaporação da água.

A epiderme tem ainda outras células, chamadas melanócitos, as que produzem a melanina, outra proteína, de cor escura, responsável pela pigmentação da pele. A quantidade de melanina determina a cor da pele de cada um. Além disso, a melanina protege a pele dos efeitos nocivos do sol. A epiderme está em constante renovação: as células mais antigas são substituídas por outras mais novas. As células (queratinócitos) nascem mais redondinhas e vão se achatando à medida que chegam na superfície.

A derme é a camada do meio da pele. Ela mede de um a quatro milímetros. É formada por fibras e por grande quantidade de vasos sangüíneos e terminações nervosas. As terminações nervosas (as extremidades dos nervos, a “pontinha” dos nervos), que estão localizadas na derme, recebem os estímulos do meio ambiente, e os transmitem ao cérebro, através dos nervos. Estes estímulos são traduzidos em sensações, como dor, frio, calor, pressão, vibração, cócegas e prazer.

A hipoderme é a terceira e última camada da pele. Esta camada é formada basicamente por células de gordura. Sendo assim, sua espessura é bastante variável...(depende se a pessoa é gordinha ou magrinha). Ela apóia e une a epiderme e a derme ao resto do seu corpo. E permite que as duas primeiras camadas deslizem livremente sobre as outras estruturas do organismo. Além disso, a hipoderme mantém a temperatura do seu corpo e acumula energia para o desempenho das funções biológicas.

A pele tem várias funções: Transmissão de estímulos e sensações (frio, calor, tato, pressão, dor, vibração, cócegas e prazer), regulação da temperatura corporal (elimina ou conserva o calor do seu corpo, conforme a necessidade), suor , arrepio, proteção (serve de “armadura” para você: suas estruturas protegem o corpo das agressões do meio ambiente, como bactérias e fungos, condições climáticas, poluição e substâncias químicas, entre outras.)
A pele é o maior e mais visível órgão do corpo humano. Sua riqueza e sua complexidade biológicas só são excedidas pelas do cérebro e do sistema imunológico. E, agora, ela enfim ganhou o livro que merece. Nina Jablonski escreveu a obra voltada ao grande público que cobre a pele humana em todos os aspectos “à maneira de uma antiquada história natural”, na definição da autora. Esperamos que a obra seja publicada no Brasil.

”Nossa pele é uma espécie de roupa espacial, dentro da qual nos movemos em meio a uma atmosfera de gases agressivos, de radiação solar e de obstáculos de todos os tipos”, escreveu Diane Ackerman em sua obra “Uma História Natural dos Sentidos”. “Nossa pele – escreveu – é o que fica entre nós e o mundo. Se pensarmos sobre o assunto, verificamos que nenhuma outra parte nossa entra em contacto com outra coisa além de nós como a pele. Ela nos aprisiona, mas também nos fornece a forma individual, protege-nos contra invasores, resfria-nos ou aquece-nos quando necessário, produz a vitamina D de que necessitamos, contém os fluídos de nosso corpo. Talvez o fato mais extraordinário seja sua capacidade de se recuperar e de, constantemente, se renovar. Pesando de três a cinco quilos, é o maior órgão que possuímos e o mais importante para a atração sexual (...) É à prova d´água, lavável e elástica. Apesar de ficar flácida ou enrugada quando envelhecemos, resiste surpreendentemente bem ao tempo. Em quase todas as culturas, é a tela ideal para ser decorada com pinturas, tatuagens e jóias. Porém, mais importante do que tudo, é o centro do tato”.

3 comentários:

Cris Bonfim disse...

gostei muito do seu blog,além dos temas das postagens serem uteis,ainda são bem colocadas.....
bjkas

Gutemberg disse...

Cris

Obrigado pelas palavras de incentivo.
Se desejar pode sugerir temas
Um forte abraço
Gutemberg

Anônimo disse...

Vo comer o cu de todos