09 abril 2010

Música, música & Poesia, poesia

Bem ou Mal (Maurício Gaetani)


Pode ser que seja normal

Acordar querendo te ver

Pode ser que seja fatal

Para mim, ficar sem você

Pode ser que o amor seja assim

E o remédio seja esperar

Pode ser que eu ria de mim

Quando tudo isso acabar

Antes que eu sinta mais saudades de você

Quem sabe a gente não se encontra pela rua

Ainda é cedo e tudo pode acontecer

A chance é toda sua

Pode ser seu jeito de olhar

Um sorriso basta pra mim

Faz o mundo inteiro parar

Faz o coração dizer sim

Pode ser que eu queira demais

E você nem queira saber

Pode ser que seja fugaz

Mas eu quero estar com você

Eu visto a roupa mais bonita pra te ver

Quem sabe a gente não se encontra pela rua

A noite cai e tudo pode acontecer

Debaixo dessa lua

Bem ou mal

Tudo se mistura, tudo é natural

Prazer e tortura juntos, bem ou mal

Se você quer calma, eu quero um temporal

De amor e prazer



Coisa tua (Música: Waltel Branco/Letra: Alice Ruiz)


Assim que vi você

logo vi que ia dar coisa

coisa feita pra durar,

batendo duro no peito

até eu acabar virando

alguma coisa

parecida com você

parecia ter saído

de alguma lembrança antiga

que eu nunca tinha vivido,

mas ia viver um dia

alguma coisa perdida

que eu nunca tinha tido

alguma voz amiga

esquecida no meu ouvido

agora não tem mais jeito,

carrego você no peito

poema na camiseta

com a tua assinatura

já nem sei se é você mesmo

ou se sou eu que virei alguma coisa tua



Os Deuses de Hoje. Segundo soneto (Bruno Tolentino)


É preciso que a música aparente

no vaso harmonizado pelo oleiro

seja perfeitamente consistente

com o gesto interior, seu companheiro


e fazedor. O vaso encerra o cheiro

e os ritmos da terra e da semente

porque antes de ser forma foi primeiro

humildade de barro paciente.


Deus, que concebe o cântaro e o separa

da argila lentamente, foi fazendo

do meu aprendizado o Seu compêndio


de opacidades cada vez mais claras,

e com silêncios sempre mais esplêndidos

foi limando, aguçando o que escutara.



A voz do mar (Geraldo Carneiro)


Na nave língua em que me navego

só me navego eu nave sendo língua

ou me navego em língua, nave e ave.

eu sol me esplendo sendo sonhador

eu esplendor espelho especiaria

eu navegante, o anti-navegador

de Moçambiques, Goas, Calecutes,

eu que dobrei o Cabo da Esperança

desinventei o Cabo das Tormentas,

eu desde sempre agora nunca mais

cultivo a miração das minhas ilhas.

eu que inventei o vento e a Taprobana,

a ilha que só existe na ilusão,

a que não há, talvez Ceilão, sei lá,

só sei que fui e nunca mais voltei

me derramei e me mudei em mar;

só sei que me morri de tanto amar

na aventura das velas caravelas

em todas as saudades de aquém-mar.

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