Jornalista, cirurgião. Cipriano José Barata de Almeida nasceu no dia 26 de setembro de 1762, em Salvador, na freguesia de São Pedro Velho. Embora homem de poucos recursos, seu pai, o Tenente Raymundo Nunes Barata conseguiu mandar seu filho Cipriano estudar em Coimbra, quando já tinha 24 anos de idade. Em 1786 matricula-se no curso de filosofia, no qual se bacharelou, tomando grau em 1790. Em 1787 matriculou-se, também, no curso de matemática. Fez ainda, na mesma Universidade de Coimbra, estudos de cirurgia, tornando-se cirurgião aprovado, profissão exercida com dedicação durante sua vida. Regressando à terra natal se casa com Anna Joaquina de Oliveira, com quem teve seis filhos.
Nos primeiros anos de casado Cipriano procurou viver do exercício da medicina, que praticava como cirurgião aprovado. Por não auferir grandes rendimentos nessa profissão, nada cobrava dos pobres (sua maior clientela), fez-se, também, lavrador de cana no Engenho de João Ignácio da Silva Bulcão, posteriormente Barão de São Francisco. Nessa atividade, buscava condições financeiras para sobreviver. Foi na imprensa que se realizou, fazendo tremer os inimigos da liberdade e da democracia. Inicialmente, foi redigir a Gazeta Pernambucana. Logo depois, fundou seu próprio jornal, Sentinela da Liberdade. O jornal exerceu enorme influência na vida política brasileira, surgindo, em diferentes pontos do território nacional inúmeras Sentinelas, todas objetivando, também, lutar pelos ideais democráticos. Através da Sentinela da Liberdade exerceu extraordinária influência na vida pública brasileira, tornando-se temido dos déspostas e ditadores. Pagou caro por sua luta em prol da liberdade. Viveu e morreu pobre, mas aqui, sempre, com independência e dignidade.
Cipriano Barata foi o mais autêntico representante do pensamento liberal brasileiro dos fins do século XVIII e primeiras décadas do século XIX. Em 1798 ele foi um dos fundadores da Loja Cavaleiros da Luz, na Bahia, e manteve-se fiel à Maçonaria, sendo, algumas vezes, por ela socorrido financeiramente. Foi preso por se envolver nos movimentos de liberdade. Após prisão que durou mais de um ano, em 1799 foi libertado e dedicou-se à sua clínica e aos trabalhos agrícolas, como lavrador. Envolveu-se na Revolução Pernambucana. Após a derrota da revolução, foram remetidos, presos, para a Bahia, 104 insurgentes, que acabaram se salvando da morte em virtude do decreto de 1812, de D. João. Salvos do fuzilamento, permaneceram presos, mas, já aí, mantendo contactos abertos com os liberais baianos, Cipriano deles se aproximou e foi, logo, considerado “amigo dos presos”. Presidiu comitês para arrecadação de meios para o sustento dos presos. O real prestígio popular de Cipriano seria comprovado em 1821. Ele se pôs à frente de um movimento popular visando prestar apoio à revolução portuguesa.
No dia 03 de setembro de 1821 realizaram-se as eleições para a escolha dos deputados brasileiros às Cortes Portuguesas. Cipriano foi o grande vencedor. Desde a posse, procurou demonstrar ali estar para defender, incondicionalmente, os interesses de sua terra. Deixou patenteado não se considerar português e, sim, brasileiro. Enfrentou o clima de coação. Sua coragem e até mesmo audácia na defesa das coisas do Brasil o tornaram, desde logo, conhecido e odiado por todos. Não era só a coragem no debate que marcava sua qualidade de brasileiro. Também sua indumentária constituía-se numa afirmação de brasilidade e se tornava uma verdadeira provocação aos portugueses, pois calçado e vestido desde os pés até a cabeça com fazendas manufaturadas na Bahia. Em 09 de abril de 1823 saía o primeiro número do seu jornal, Sentinela da Liberdade. É eleito deputado à Assembléia Constituinte, mas recusou e acabou sendo preso. Pretexto: obrigá-lo a assumir a cadeira de deputado à Assembléia Legislativa.
Cipriano foi, por sentença de 22 de novembro de 1825, condenado à prisão perpétua, sendo solto em 1830, após haver a Relação da Bahia modificado a sentença condenatória e proferindo a absolvição. Foi necessária, ainda, a intervenção da Assembléia Legislativa para que, depois de absolvido, fosse posto em liberdade. A prisão não o intimidava. Mal se instalou, cuidou de lançar seu jornal. No dia 12 de janeiro de 1831 circula o Sentinela da Liberdade. Era o mesmo jornalista corajoso e destemido, o mesmo inimigo da tirania e do absolutismo. Mais uma vez ele é preso na madrugada do dia 28 de abril de 1831. E começara a surgir protestos contra a prisão. A imprensa liberal do Rio se pôs, por inteiro, ao lado de Cipriano. Também os liberais pernambucanos se puseram ao lado do velho lutador da causa democrática.
Para se ter uma idéia do prestígio que gozava junto às massas, basta atentar-se no relato do próprio Ministro da Guerra, na sessão do dia 20 de maio de 1833 da Câmara dos Deputados, segundo o qual, na Bahia, as pessoas que não queriam ser molestadas, colocavam nas portas de suas casas o letreiro Barata. Esse prestígio era facilmente constatável em todo o território nacional. Ao ser libertado, estava coberto de glórias e admirado pelos liberais, mas, estava, também, impossibilitado de continuar residindo na Bahia, dadas as perseguições sofridas e em virtude do clima de hostilidade contra ele armado pelos poderosos. Libertado em princípios de 1833, mantinha, praticamente intacto, o prestígio junto aos baianos, mas, devido ao ódio que lhe votavam os ricos e poderosos, retornou em junho de 1834 a Pernambuco, berço de sua vida de jornalista. E ali voltou a publicar seu jornal, agora com o título de Sentinela da Liberdade em sua primeira Guarita, a de Pernambuco, onde hoje brada Alerta!. Foi rápida sua passagem por Pernambuco. Antes de findar o ano de 1835, já velho, doente, desiludido e pobre, transfere residência para Natal. Lá abriu uma farmácia que era gerida por sua filha, reabriu seu consultório e, depois de muitos anos, voltou a clinicar. Lecionou francês no Ateneu, tendo fundado um colégio primário e secundário. Faleceu no dia primeiro de junho de 1838, aos 76 anos de idade.
Nos primeiros anos de casado Cipriano procurou viver do exercício da medicina, que praticava como cirurgião aprovado. Por não auferir grandes rendimentos nessa profissão, nada cobrava dos pobres (sua maior clientela), fez-se, também, lavrador de cana no Engenho de João Ignácio da Silva Bulcão, posteriormente Barão de São Francisco. Nessa atividade, buscava condições financeiras para sobreviver. Foi na imprensa que se realizou, fazendo tremer os inimigos da liberdade e da democracia. Inicialmente, foi redigir a Gazeta Pernambucana. Logo depois, fundou seu próprio jornal, Sentinela da Liberdade. O jornal exerceu enorme influência na vida política brasileira, surgindo, em diferentes pontos do território nacional inúmeras Sentinelas, todas objetivando, também, lutar pelos ideais democráticos. Através da Sentinela da Liberdade exerceu extraordinária influência na vida pública brasileira, tornando-se temido dos déspostas e ditadores. Pagou caro por sua luta em prol da liberdade. Viveu e morreu pobre, mas aqui, sempre, com independência e dignidade.
Cipriano Barata foi o mais autêntico representante do pensamento liberal brasileiro dos fins do século XVIII e primeiras décadas do século XIX. Em 1798 ele foi um dos fundadores da Loja Cavaleiros da Luz, na Bahia, e manteve-se fiel à Maçonaria, sendo, algumas vezes, por ela socorrido financeiramente. Foi preso por se envolver nos movimentos de liberdade. Após prisão que durou mais de um ano, em 1799 foi libertado e dedicou-se à sua clínica e aos trabalhos agrícolas, como lavrador. Envolveu-se na Revolução Pernambucana. Após a derrota da revolução, foram remetidos, presos, para a Bahia, 104 insurgentes, que acabaram se salvando da morte em virtude do decreto de 1812, de D. João. Salvos do fuzilamento, permaneceram presos, mas, já aí, mantendo contactos abertos com os liberais baianos, Cipriano deles se aproximou e foi, logo, considerado “amigo dos presos”. Presidiu comitês para arrecadação de meios para o sustento dos presos. O real prestígio popular de Cipriano seria comprovado em 1821. Ele se pôs à frente de um movimento popular visando prestar apoio à revolução portuguesa.
No dia 03 de setembro de 1821 realizaram-se as eleições para a escolha dos deputados brasileiros às Cortes Portuguesas. Cipriano foi o grande vencedor. Desde a posse, procurou demonstrar ali estar para defender, incondicionalmente, os interesses de sua terra. Deixou patenteado não se considerar português e, sim, brasileiro. Enfrentou o clima de coação. Sua coragem e até mesmo audácia na defesa das coisas do Brasil o tornaram, desde logo, conhecido e odiado por todos. Não era só a coragem no debate que marcava sua qualidade de brasileiro. Também sua indumentária constituía-se numa afirmação de brasilidade e se tornava uma verdadeira provocação aos portugueses, pois calçado e vestido desde os pés até a cabeça com fazendas manufaturadas na Bahia. Em 09 de abril de 1823 saía o primeiro número do seu jornal, Sentinela da Liberdade. É eleito deputado à Assembléia Constituinte, mas recusou e acabou sendo preso. Pretexto: obrigá-lo a assumir a cadeira de deputado à Assembléia Legislativa.
Cipriano foi, por sentença de 22 de novembro de 1825, condenado à prisão perpétua, sendo solto em 1830, após haver a Relação da Bahia modificado a sentença condenatória e proferindo a absolvição. Foi necessária, ainda, a intervenção da Assembléia Legislativa para que, depois de absolvido, fosse posto em liberdade. A prisão não o intimidava. Mal se instalou, cuidou de lançar seu jornal. No dia 12 de janeiro de 1831 circula o Sentinela da Liberdade. Era o mesmo jornalista corajoso e destemido, o mesmo inimigo da tirania e do absolutismo. Mais uma vez ele é preso na madrugada do dia 28 de abril de 1831. E começara a surgir protestos contra a prisão. A imprensa liberal do Rio se pôs, por inteiro, ao lado de Cipriano. Também os liberais pernambucanos se puseram ao lado do velho lutador da causa democrática.
Para se ter uma idéia do prestígio que gozava junto às massas, basta atentar-se no relato do próprio Ministro da Guerra, na sessão do dia 20 de maio de 1833 da Câmara dos Deputados, segundo o qual, na Bahia, as pessoas que não queriam ser molestadas, colocavam nas portas de suas casas o letreiro Barata. Esse prestígio era facilmente constatável em todo o território nacional. Ao ser libertado, estava coberto de glórias e admirado pelos liberais, mas, estava, também, impossibilitado de continuar residindo na Bahia, dadas as perseguições sofridas e em virtude do clima de hostilidade contra ele armado pelos poderosos. Libertado em princípios de 1833, mantinha, praticamente intacto, o prestígio junto aos baianos, mas, devido ao ódio que lhe votavam os ricos e poderosos, retornou em junho de 1834 a Pernambuco, berço de sua vida de jornalista. E ali voltou a publicar seu jornal, agora com o título de Sentinela da Liberdade em sua primeira Guarita, a de Pernambuco, onde hoje brada Alerta!. Foi rápida sua passagem por Pernambuco. Antes de findar o ano de 1835, já velho, doente, desiludido e pobre, transfere residência para Natal. Lá abriu uma farmácia que era gerida por sua filha, reabriu seu consultório e, depois de muitos anos, voltou a clinicar. Lecionou francês no Ateneu, tendo fundado um colégio primário e secundário. Faleceu no dia primeiro de junho de 1838, aos 76 anos de idade.
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