06 junho 2013

Consumo Consciente IV: Reduzir, reciclar e reutilizar (três erres) são as palavras de ordem hoje em dia



Deixem lhe chamar de “canguinha”, ou “mão de vaca”, mas comprar o que não precisa está fora de moda. O consumo consciente é sem dúvida um dos meios de educação ambiental de maior eficiência. Pensar e agir antes da compra, reflete em resultados na hora de coletar o lixo. Consumir menos, gera menor produção de resíduos, e menor agressão ao meio ambiente. Para se ter uma idéia da importância de gerar menos é saber que o brasileiro produz diariamente 1 quilo de material que se transforma em lixo, perfazendo um total de 240 mil toneladas por dia. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 76% do lixo produzido vai parar em lixões, 13% em aterros controlados, 10% em aterros sanitários e, pasmem, apenas 1% chega a passar por algum tipo de tratamento (reciclagem, compostagem e/ou incineração).

Hábitos equivocados do consumidor estão pondo em risco o equilíbrio ambiental, já que consumir desenfreadamente gera sintomas de impacto no aquecimento global. A geração de impacto se dá em toda a cadeia produtiva, desde os materiais utilizados para a confecção do produto, seguindo para o transporte até chegar no consumidor, e partindo para a comercialização, o uso e a possível reciclagem do material.

Esse impacto é causado em todas as áreas de consumo, que vão desde as necessidades básicas, como alimentação, higiene pessoal e roupas, passando por necessidades supérfluas ou cômodas, como aparelhos eletroeletrônicos e automóveis. Vamos fazer um teste: quando você compra um medicamento na farmácia, você o guarda diretamente na bolsa que carrega consigo ou aceita que o produto seja embalado em uma sacola plástica que leva milhões de anos para se decompor? Só para lembrar, 100 milhões de toneladas de plástico são produzidos anualmente no mundo e 10% deles vão parar nos oceanos.

ALTERNATIVAS VERDES – Consumir sem afetar o ambiente não é tarefa tão difícil. Para começar, você pode se tornar um agente transformador na diminuição do impacto ambiental, mas para isso
, mudar alguns hábitos são necessários. Por exemplo, escolher produtos que levam o selo ambiental ou optar por empresas que induzem boas práticas na cadeia produtiva. Para quem freqüenta supermercados diariamente ou semanalmente, uma alternativa verde é optar por sacolas retornáveis, como a ecobag, ou os carrinhos de feira. Na hora da limpeza da casa, opte por produtos confiáveis, e acredite, basta apenas de sabão e água para deixar limpo, o restante não passa de grandes filões das campanhas publicitárias.

Se você tem costume em comprar queijos, mussarelas e salames, opte por uma embalagem ecologicamente correta, porque as embalagens de isopor, encontradas em diversos supermercados, agridem consideravelmente o meio ambiente porque são feitos de derivado de petróleo e sua queima é a responsável pelo maior nível de emissão de gás carbônico na atmosfera.

PROFISSÃO CATADOR –  No Brasil 300 mil catadores vivem do lixo reciclável. Na Bahia esse número é de 1.000 profissionais através do Projeto Rede Cata Bahia que está presente em 257 municípios, coletando por mês o montante de 190 a 210 toneladas. A nova profissão surgida com os avanços na luta de conscientização do meio ambiente aquece o mercado brasileiro. A cooperativa de Camaçari, a Coopemarc recolhe mensalmente 150 toneladas de lixo reciclável, transformado em um valor bruto de R$ 35 mil que são divididos na cooperativa. O município de Itabuna realiza o programa de Rede de Ações em Educação Ambiental promovendo agentes multiplicadores.

Distante a 132km da capital do Estado, o município de Governador Mangabeira com 92km² e apenas 19.828 habitantes serve como exemplo de cidade ecologicamente correta. O município recebeu em 2007 o prêmio Abes Bahia de Excelência na Gestão de Resíduos Sólidos, prêmio este que serviu de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na região, que possui coleta seletiva domiciliar e hospitalar. Na ocasião, organizadores do prêmio homenagearam ainda as localidades de Maracás e Jequié pelas alternativas conscientes geradas pelos gestores. Em Mangabeira, os resíduos que não são reciclados são levados para o aterro sanitário do Recôncavo Sul que recebe diariamente 40 toneladas de lixo das localidades de Muritiba, Cachoeira e São Félix. Só em Governador Mangabeira são produzidas sete toneladas de lixo domiciliar e cinco toneladas de lixo hospitalar.

De acordo informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a coleta do lixo   governo. A responsabilidade da ANVISA é cuidar para que o material ou medicamento chegue de forma adequada para consumo nas respectivas áreas de saúde. O IBAMA afirma que não é de competência do órgão, responder sobre lixo hospitalar e com informações obtidas na Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), a coleta do lixo hospitalar é de responsabilidade municipal. Para a SESAB “é dever dos gestores dos municípios, promover programas de incentivo ao consumo consciente e encontrar soluções para o destino desse lixo”. No interior da Bahia, são apenas 35 hospitais geridos pela Secretaria Estadual.


Considera-se lixo hospitalar os resíduos provenientes do serviço da saúde (seringas, agulhas, bisturis, curativos e bolsas de sangue contaminados, tecidos e partes anatômicas de corpos humanos, além de remédios e drogas vencidas). Sua coleta precisa ser feita de forma responsável e cuidadosa por necessitar de tratamento específico na decomposição. No mundo todo, são produzidos 30 trilhões de quilos de lixo hospitalar.  Segundo dados do IBGE, apenas 12,5% dos municípios brasileiros fazem a coleta seletiva de forma adequada. Reutilizar é a palavra de ordem. A cultura do descartável precisa ser abolida o mais rápido possível. Jogar fora, só quando for estritamente necessário. Ao invés de amontoar lixões, a sugestão é consumir até a durabilidade final do produto ou fazer doações para grupos sociais, dessa forma, você contribui para uma sociedade socialmente e ecologicamente mais justa.


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