Grito de revolta (2)
Enquanto os Beatles preservaram sua integridade trilhando um caminho neoromântico, os Rolling Stones aumentaram a sensualidade de suas apresentações. Mick Jagger cantou “I just wanna make love to you” (Eu só quero fazer amor com você) e “Let´s spend the night together” (Que tal passarmos a noite juntos?). Uma mensagem reforçada pela linguagem corporal igualmente inequívoca.Para o professor de história moderna na Universidade de Cambridge, Tim Blanning, “os Rolling

Para ele, o rock “tirou o sexo do armário da classe média de meia idade, trazendo-o para o centro de uma cultura jovem, que é, de forma consciente e agressiva, hedonista e amoral” (p.332, 2001).
“De todas as mídias de massa, o rock é a mais explicitamente voltada à expressão sexual. Isso reflete sua função como forma cultural jovem: o rock trata do problema da puberdade, aborda e explicita as tensões psicológicas e físicas da adolescência, acompanha o momento quando meninos e meninas aprendem seu repertório de comportamento sexual público”. A afirmação é dos sociólogos Simon Frith e Angela McRobbie (Rock and sexuality, em On record: Rock, pop and the written word, org. Simon Frith e Andrew Goodwin (Londres, 1990, p.371)

Na linguagem de Jung, é o homem assumindo a anima, o componente feminino da sua personalidade. O uso de cabelos compridos pelos jovens da década de 60 se deveu principalmente à imagem criada pelos cantores de rock, e o mesmo vale para a revolução nas roupas. O modelo unissex é promovido, sobretudo, no plano cenográfico. Mas também não faltam, nas letras de rock, as citações de natureza sexual. O próprio nome rock’n’roll é expressão quase direta do ato sexual, originando-se de um velho blues que diz “meu homem me embala com um balanço legal (My daddy he rocks me with a steady rolll). O establishment reage ao rock como reagia trinta anos antes ao jazz, cujo nome veio da palavra “jass”, expressão de gíria carregada de conotações copulatórias,. O jazz teria surgido em 1900 no “bairro da luz vermelha”. Storyville, ou seja os bordéis de Nova Orleãs que um sociólogo descreveu como “uns quarenta ou cinqüenta quarteirões de sexo e música”. A associação entre música e sexualidade é uma constante.

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