01 junho 2010

República bahiana: a Sabinada

Um movimento republicano que decorreu de 1837 a 1838, na cidade de Salvador, Bahia: a Sabinada. O nome deve-o ao seu líder, o médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira. O movimento espelhou o descontentamento de uma classe média, contra a Corte do Rio de Janeiro, que ignorava as necessidades da Província e que exigia sacrifícios cada vez mais pesados.

A situação tornou-se explosiva quando o chefe do movimento farroupilha, Bento Gonçalves fugiu da prisão e se colocou ao lado dos líderes do movimento, Francisco Sabino Vieira e João Carneiro da Silva Rego.


A 7 de Novembro, com a adesão de algumas guarnições militares, conseguem controlar a cidade durante quatro meses. Pretendiam instaurar um regime republicano provisório até à maioridade de D. Pedro de Alcântara. Contudo, a falta de adesão das elites e das camadas populares deixaram o movimento isolado, condenando a Sabinada ao fracasso. A 15 de Março de 1838, as tropas da Regência chegaram para sufocar o movimento que acabou por cair perante um bloqueio terrestre e marítimo à cidade do Salvador. As repressões foram exemplares, condenando uns à morte e outros como Francisco Sabino Vieira ao exílio.



REBELIÃO


A Bahia, desde o período colonial, se destacou como palco de luta contra a opressão política e o desmando governamental. Entre outras rebeliões de escravos desencadeadas durante a Regência, a Sabinada se destacou enquanto movimento de natureza eminentemente popular. Antes do seu desenvolvimento, um grupo de negros malês tentaram conquistar a cidade de Salvador. Contudo, mediante a delação às autoridades, essa primeira revolta não se desenvolveu. Nesse segundo momento, liderados pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, os participantes da Sabinada se opuseram a mal resolvida questão da centralização política que se arrastava desde o início do Brasil Império.


Causas - Os revoltosos eram contrários às imposições políticas e administrativas impostas pelo governo regencial. Estavam profundamente insatisfeitos com as nomeações de autoridades para o governo da Bahia, realizadas pelo governo regencial. O estopim da revolta ocorreu quando o governo regencial decretou recrutamento militar obrigatório para combater a Guerra dos Farrapos, que ocorria no sul do país.


Objetivos - Os revoltosos queriam mais autonomia política e defendiam a instituição do federalismo republicano, sistema que daria mais autonomia política e administrativa às províncias.


República Bahiense - Com o apoio de vários integrantes do exército, os revoltosos foram para as ruas e tomaram vários quartéis militares. No dia 7 de novembro de 1837, tomaram o poder em Salvador (capital). Decretaram a República Bahiense, que, de acordo com os líderes da revolta, deveria durar até D.Pedro II atingir a maioridade.


O governo central, sob a regência de regente Feijó, enviou tropas para a região e reprimiu o movimento com força total. A cidade de Salvador foi cercada e retomada. Muita violência foi usada na repressão. Centenas de casas de revoltosos foram queimadas pelas forças militares do governo. Entre revoltosos e integrantes das forças do governo, ocorreram mais de 2 mil mortes durante a revolta. Mais de 3 mil revoltosos foram presos. Assim, em março de 1838, terminava mais uma rebelião do período regencial.


Quem desejar conhecer com mais profundidade o assunto, o livro do historiador baiano Paulo César de Souza – “A Sabinada. A revolta separatista da Bahia”, editado pela Companhia das Letras é uma boa pedida. O livro traz desde os prenúncios da revolta, seu alastramento pelo interior do estado, a tomada der Salvador pelos rebeldes, o perfil de seus líderes, as condenações dos mesmos e cartas da época.


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