O cinema tem muita influência sobre seu
trabalho. Sua formação no teatro e no cinema explica. E mistura literatura com artes plásticas e
HQ. Seu trabalho tem um certo nível de erotismo. Influências de Georges
Bataille, Fellini, Nelson Rodrigues, Truffaut, Carlos Zéfiro entre outros. Seu
trabalho dialoga não só com os quadrinhos, mas com cinema, teatro, política e
artes plásticas. É de encher os olhos e a mente. Trata-se de MONDO SAMA, obra
de Eduardo Filipe que adota a alcunha de O Sama e lançado pela Editora Noir.
Observem bem esta obra pois o papel
é especial em alta gramatura, impressão em duas cores, e o acabamento bem caprichado.
São contos curtos, violentos e virulentos.
Artista multimídia, ele colhe os frutos do
sucesso como ator, diretor, artista plástico e quadrinista de mão cheia. A
Balada de Johnny Furacão, graphic novel noir foi lançada pela editora Flaneur
em 2011. A obra lançada agora pela Noir é uma compilação de 20 histórias
escritas e desenhadas pelo autor, tratando de inúmeros temas que refletem sua
formação como indivíduo e artista – formação tanto local, nos circuitos
alternativos de arte e cultura do Brasil durante a época da ditadura, assim
como uma formação geral, inspirada na elite dos quadrinhos underground e
alternativos nos grandes centros do mesmo período.
Seu trabalho esbanja habilidade tanto em
traços mais particulares como também emulando estilos de suas grandes
referências. Destaques para a diagramação e o contraste no trabalho em
branco-e-preto e no uso da cor magenta. Nas suas narrativas há uma mistura de fantástico,
realismo mágico, momentos autobiográficos e outros delírios gráficos. A obra é
filha da contracultura. E isso diz tudo.
Muito pouco conhecido no Brasil, Sama vive
em Portugal. Publicou o livro de arte Belles de Jour, as HQs Caderno do Sama,
La Doce Vita, Xmas Thing e a primeira versão de Mondo Sama. Uma obra
indispensável para quem gosta de quadrinhos de qualidade.
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