Lisboa, a capital de Portugal, vai reunir
no dia 02 de junho representantes de governos, ONGs, sociedade civil, academia,
comunidade científica, setor privado e filantropia. A Conferência sobre
Oceanos, co-organizada por Portugal e Quênia, deve adotar uma declaração
intergovernamental sobre a ação climática com base na ciência e vários
compromissos voluntários dos países. A meta é apoiar a implementação do
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 14, sobre a Vida na Água.
A Conferência dos Oceanos é um marco
importante para traçar uma estratégia global para a conservação dos oceanos e
para criar ímpeto para a Década das Ciências Oceânicas para o Desenvolvimento
Sustentável. Esta Década das Nações Unidas será lançada em 2021 e terminará em
2030. Ao longo dos próximos 10 anos, os povos do mundo devem unir-se para
protegerem a nossa casa partilhada, alcançando a Agenda 2030 e entregando um
oceano limpo, saudável, resiliente, produtivo e sustentável.
Todos nós estamos dependentes dos oceanos,
seja através da nossa profissão, dos alimentos que ingerimos, da energia que
utilizamos ou do ar que respiramos. Porém, a saúde dos oceanos está a
deteriorar-se. Em todo o mundo, cerca de 8 milhões de toneladas de lixo
plástico acabam no oceano anualmente. O aquecimento do mar expeliu o oxigênio
das águas. À medida que a atmosfera captura mais calor, os oceanos ficam mais
quentes. Gases de efeito estufa tiram oxigênio dos oceanos.
Devemos nos preocupar porque o oxigênio
que respiramos também é produzido pelos oceanos. Os gases de efeito estufa são
a principal fonte de poluição do ar e incluem dióxido de carbono, metano, óxido
nitroso e hexafluoreto de enxofre. Enquanto alguns gases são produzidos através
de processos naturais, como respiração animal e vegetal, a atividade humana,
como a queima de combustíveis fósseis, a criação de gado e as emissões de
veículos, aumentaram sua quantidade.
Pesca predatória, o aquecimento da água e
a presença maciça de plástico nos oceanos, todos causados pelo homem, favorecem
a proliferação de águas-vivas, que também invadem as praias. A multiplicação de
águas-vivas afeta várias atividades humanas como o turismo, a pesca, a
piscicultura, as fábricas de dessalinização e os sistemas de esfriamento de
instalações nucleares, que obstruem estes animais. A acidez do oceano já
aumentou 26% desde o começo da industrialização, porque parte do dióxido de
carbono lançado na atmosfera é absorvido pelo oceano, provocando reações
químicas que reduzem o pH da água do mar. Esse processo é conhecido como
acidificação ou também chamado de “o outro problema do gás carbônico”,
referindo-se ao aumento de temperaturas da água.
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