23 março 2020

Conferência sobre Oceanos


Lisboa, a capital de Portugal, vai reunir no dia 02 de junho representantes de governos, ONGs, sociedade civil, academia, comunidade científica, setor privado e filantropia. A Conferência sobre Oceanos, co-organizada por Portugal e Quênia, deve adotar uma declaração intergovernamental sobre a ação climática com base na ciência e vários compromissos voluntários dos países. A meta é apoiar a implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 14, sobre a Vida na Água.



A Conferência dos Oceanos é um marco importante para traçar uma estratégia global para a conservação dos oceanos e para criar ímpeto para a Década das Ciências Oceânicas para o Desenvolvimento Sustentável. Esta Década das Nações Unidas será lançada em 2021 e terminará em 2030. Ao longo dos próximos 10 anos, os povos do mundo devem unir-se para protegerem a nossa casa partilhada, alcançando a Agenda 2030 e entregando um oceano limpo, saudável, resiliente, produtivo e sustentável.




Todos nós estamos dependentes dos oceanos, seja através da nossa profissão, dos alimentos que ingerimos, da energia que utilizamos ou do ar que respiramos. Porém, a saúde dos oceanos está a deteriorar-se. Em todo o mundo, cerca de 8 milhões de toneladas de lixo plástico acabam no oceano anualmente. O aquecimento do mar expeliu o oxigênio das águas. À medida que a atmosfera captura mais calor, os oceanos ficam mais quentes. Gases de efeito estufa tiram oxigênio dos oceanos.



Devemos nos preocupar porque o oxigênio que respiramos também é produzido pelos oceanos. Os gases de efeito estufa são a principal fonte de poluição do ar e incluem dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e hexafluoreto de enxofre. Enquanto alguns gases são produzidos através de processos naturais, como respiração animal e vegetal, a atividade humana, como a queima de combustíveis fósseis, a criação de gado e as emissões de veículos, aumentaram sua quantidade.




Pesca predatória, o aquecimento da água e a presença maciça de plástico nos oceanos, todos causados pelo homem, favorecem a proliferação de águas-vivas, que também invadem as praias. A multiplicação de águas-vivas afeta várias atividades humanas como o turismo, a pesca, a piscicultura, as fábricas de dessalinização e os sistemas de esfriamento de instalações nucleares, que obstruem estes animais. A acidez do oceano já aumentou 26% desde o começo da industrialização, porque parte do dióxido de carbono lançado na atmosfera é absorvido pelo oceano, provocando reações químicas que reduzem o pH da água do mar. Esse processo é conhecido como acidificação ou também chamado de “o outro problema do gás carbônico”, referindo-se ao aumento de temperaturas da água.

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