No Brasil Colonial encontramos o entrudo, uma maneira violenta de brincar o carnaval, com bisnagas ou limões de cera, atirava a água, cal e outros tipos de pós nas pessoas. O primeiro baile de carnaval foi realizado em 1840 na cidade do Rio de Janeiro. A partir de 1870 generaliza-se o baile de carnaval em teatros, clubes e hotéis. Nessa época, a polca, a valsa, o tango e o maxixe eram dançados nos bailes de carnaval, só mais tarde é que surgiram as músicas compostas especialmente para o carnaval. As músicas carnavalescas – sambas, marchas, frevos, etc – eram cantadas, mas sem danças, as pessoas preferiam pular obedecendo ao ritmo marcado pela orquestra. Nos bailes de antigamente era comum o uso de máscaras que foram introduzidas no carnaval brasileiro em meados de 1830, por influência francesa.
“E viva o Zé Pereira!/que a ninguém faz mal/e viva a bebedeira/nos dias de carnaval/zim, balalá!Zim balalá/e viva o carnaval//Uma tarde passeando/la na rua do sabão/eu fiquei sem meu chapéu/por causa da viração/eu não sinto o meu chapéu/nem que isto aconteça/sinto, só deixar com ele/a minha pobre cabeça/e viva o Zé Pereira!//Uma vez brincava eu/com dois caroços de manga/e em casa sem querer/de vidro.,partir as mas mangas/fujo pra rua que a velha/queira escovar-me o pó/e uma manga d´água ensopa-me/as mangas do paletó//E viva o Zé Pereira...(Zé Pereira)
1899:
“O abre alas/que eu quero passar/eu sou da Lira/não posso negar//Ô abre alas/que céu quero passar/Roda de Ouro/é que vai ganhar...” (Ô Abre Alas, de Chiquinha Gonzaga)
1906:
“Vem cá, mulata/não vou lá não//Sou democrata/sou democrata/sou democrata/de coração//Os Democráticos/gente jovial//Somos fanáticos/do carnaval/do povo vivas/nós recolhemos/de nós cativas/almas fazemos//Ao povo damos/sempre alegria/e batalhamos/pela folia/não receamos/nos sair mal/a letra damos/no carnaval” (Vem Cá Mulata, de Arquimedes de Oliveira)
1912:
“Sempre, sempre em movimento/sempre, sempre em movimento/vassourinha varre o chão/e o abano faz o vento/e o abano faz o vento/para acender o fogão//Rica vassoura/ai quando serás minha/tu queres de abano/passar a varredor//Varre, varre querida vassourinha/abana, abana meu abanador” (Vassourinha, de Felipe Duarte)
“O chefe da folia/pelo telefone/manda me avisar/que com alegria/não se questione/para se brincar//Ai,ai, ai/e deixar mágoas pra trás/ô rapaz/ai, ai, ai/ficas triste se és capaz/e verás/tomara que tu apanhes/pra não tornar a fazer isso/tirar amores dos outros/depois fazer teu feitiço//Ai, se a rolinha/Sinhô, Sinhô/se embaraçou/Sinhô, Sinhô//É que a avezinha/Sinhô, Sinhô/ nunca sambou/Sinhô, Sinhô/porque este samba/Sinhô, Sinhô/de arrepiar/Sinhô, Sinhô/põe perna bamba/Sinhô, Sinhô/mas faz gozar/Sinhô, sinhô” (Pelo Telefone)
1929:
“Ele é paulista?/é sim senhor/falsificado?/é sim senhor/cabra farrista?/é sim senhor/matriculado?/é sim senhor/ele é estradeiro?/é sim senhor/habilitado?/é sim senhor/mas o cruzeiro?/é sem senhor/ovo gorado?/é sim senhor” (É Sim Senhor, de Eduardo Souto)
1930:
“Oh quebra quebra, gabiroba/eu quero ver quebrar/oh quebra, quebra, gabiroba/eu quero só te amar/oh quebra, quebra, gabiroba/eu quero só brincar/oh quebra aqui e quebra ali/eu quero ver quebrar//E no Rio de Janeiro/que é a terra do amor/não se vive sem dinheiro/mas se goza com calor/toda moça já passada/qe não tem mais ambição/dá sorriso por um nada/só não dá seu coração”. (Quebra, Quebra, Gabiroba, de Plínio de Brito)
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