16 junho 2010

Prêmio de Literatura de Cordel

O Ministério da Cultura lançou o Edital Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 - Edição Patativa de Assaré. Serão selecionadas 200 iniciativas culturais vinculadas à criação e produção, pesquisa, formação e difusão da Literatura de Cordel e linguagens afins. Estão orçados R$ 3 milhões, distribuídos entre as iniciativas contempladas. As inscrições encerram-se dia 30 de julho de 2010. 2009, Patativa do Assaré recebeu in memorian a Comenda da Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura em comemoração ao seu centenário e em reconhecimento a sua relevante contribuição à cultura popular brasileira. Também em sua homenagem o Programa Mais Cultura dedica a primeira edição do Prêmio de Literatura de Cordel.


O prêmio vem ressaltar a importância da Literatura de Cordel como patrimônio imaterial brasileiro, entendendo sua unicidade e papel fundamental na construção da identidade e da diversidade cultural brasileira. Podem concorrer poetas, repentistas, cantadores, emboladores, xilógrafos e demais artistas populares e profissionais da cultura em quatro categorias.

Na primeira categoria, voltada para a Criação e Produção, serão 100 prêmios, sendo 80 publicações de obra inédita ou reeditada em folheto de cordel no valor de R$ 7 mil cada, e 20 produtos artísticos formatados em livro, CD e DVD voltados para a literatura de cordel, xilogravura, repente, cantoria, coco, aboio e embolada no valor de R$ 22 mil cada. Para a categoria de Pesquisa (dissertações de mestrado, teses de doutorado ou reedição de livros publicados até 30 de maio de 2010) serão contempladas 10 iniciativas, no valor de R$ 25 mil cada.


Outros 50 projetos serão contemplados na categoria de Formação, destinada tanto para a qualificação de profissionais como para a formação leitora do público em geral, através do Cordel (cursos, seminários, oficinas, dentre outras atividades sócio-culturais de caráter educativo). Serão 10 prêmios para a manutenção e ampliação de atividades existentes, no valor de R$ 25 mil cada e outros 40 para projetos novos, no valor de R$ 15 mil cada.

Aqueles que divulgam o cordel e suas manifestações afins também poderão concorrer ao prêmio nesta edição, na categoria Difusão, que beneficiará 40 propostas. Os projetos podem ser em formato de evento (festivais, mostras, de shows e espetáculos, feiras, etc.) ou de produto cultural (como jornais, revistas, programas de rádios e sites, entre outros). Em qualquer um dos formatos, os prêmios serão divididos da seguinte forma: 10 iniciativas existentes (manutenção e ampliação da programação), no valor de R$ 30 mil cada, e 30 novas iniciativas, no valor R$ 20 mil cada.


Podem participar Pessoas Físicas com comprovada atuação na área literária ou cultural e Pessoas Jurídicas de direito privado, com ou sem fins econômicos com no mínimo três anos de existência e comprovada atuação em atividades de cunho literário, artístico-cultural e/ou editoriais. Neste caso, a inscrição está aberta para as categorias de produção, formação e difusão. Cada candidato poderá inscrever até dois projetos, em categorias diferentes, podendo ser selecionado em apenas uma das categorias inscritas. O edital completo poderá ser acessado nos sites: www.cultura.gov.br ou mais.cultura.gov.br.


JORNAL DO SERTÃO


Histórico, moralista, biográfico, humorístico e até mesmo político são alguns temas que a literatura de cordel vem abordando desde o seu aparecimento até os dias atuais. Um dos poetas de cordel mais conceituado do Brasil foi o baiano Cuíca de Santo Amaro, justamente por causa de sua mordacidade – era um poeta satírico na linha de Gregório de Matos. Exibidos ao público em cordas estiradas no alto das barracas das feiras nordestinas – daí a expressão “literatura de cordel” -, os folhetos aparecem com as pequenas tipografias do interior e são consumidos principalmente por vaqueiros, lavradores e vendedores ambulantes.


Os mais variados temas são abordados pelos autores desses folhetos, desde pitorescas histórias, criadas pelo matuto (“A moça que dançou com uma caveira”), à crítica social (“O gozo da mocidade”), passando pela crendice popular (“A moça que sonhou com Padre Cícero e jogou no cavalo”). Também o fato político – real ou resultante da fantasia do povo – mereceu farta bibliografia.


O cordel ainda é o jornal por excelência do povo do interior, e o trovador é o seu repórter. Quando acontece um fato importante, ele tem de escrever o folheto rapidamente, mesmo que não dê lucro. Naqueles tempos, na zona rural, em lugares que nem o rádio alcançava, o povo só acreditava nos acontecimentos depois que lesse sobre eles nos versos do cordel. É famoso (e verídico) o caso do matuto que só acreditou que o homem foi à lua depois que leu os detalhes num folheto popular. É a literatura de cordel refletindo a problemática social do homem nordestino.

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