Disritmia (Martinho da Vila)
Eu quero me esconder debaixo
dessa sua saia, pra fugir do mundo
Pretendo também me embrenhar
no emaranhado, desses seus cabelos
Preciso transfundir teu sangue
pro meu coração, que é tão vagabundo
Me deixe te trazer num dengo
Pra num cafuné fazer os meus apelos
me deixe te trazer num dengo
Pra num cafuné fazer os meus apelos
Eu quero ser exorcizado
pela água benta, desse olhar infindo
Que bom é ser fotografado
mas pelas retinas dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado
pra acabar de vez com essa disritmia
Vem logo, vem curar teu nego
que chegou de porre lá da boemia
Vem logo, vem curar
vem curar teu nego que chegou
que chegou de porre lá da bo...
Lá da Boemia
Memória (Carlos Drummond de Andrade)
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
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