06 abril 2019

Guia dos saudosistas (02)


ANOS 70:



Garrastazu Médici foi o político da Transamazônica, o tri e a repressão política. Na época o visual era boca-de-sino - é a década do excesso de pano, a vitória do brega.



Led Zeppelin dá peso no rock, discoteca se destaca, os Bee Gees cantam e a turma segue os passos do Travolta. Os punks assustam, o rock progressivo enche a paciência, mas o que importa é dançar. 

 


Tem Tropicália, fusion (fusão do rock com o jazz), as peças Gota d´Agua e Calabar, de Chico Buarque de Holanda, O Pasquim na contramão do jornalismo, a pornochanchada desviando da censura, O Último Tango em Paris, de Bernardo Bertolucci discutindo a sexualidade e O Exorcista - o cinema de terror vira campeão de bilheteria, apesar de muita gente que teve medo de assistir. Uma menina que se masturba com um crucifixo destruiu os limites da época. 



A frase da década: "Brasil: ame-o ou deixe-o", "Graças a Deus. É Sexta feira!".



Ataques de grupos terroristas em todo o mundo.



Crise de petróleo abala a economia mundial.



Brasil, ame-o ou deixe-o é o tema.



Leila Diniz vira símbolo de emancipação feminina.



Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison morrem de overdose de drogas.



As discotecas nos EUA vivem a febre de sábado à noite.



Censura veta 500 filmes, 450 peças, 200 livros, 100 revistas e 500 musicas no Brasil.



EUA saem do Vietnam. Nixon renuncia após o Watergate.





ANOS 80:



Tancredo Neves uniu o país duas vezes: na esperança e no luto. E o visual era Yuppie - jovem profissional, você é o que você consome. Darks, Smith, Joy Division, new wave, rock brasileiro, Blitz, aeróbica, reggae, breaks, Gerald Thomas. O som era de Michael e Madonna. Ele, cada vez mais famoso, rico e branco, e ela, cada vez mais sexo e polêmica, transformam a venda de discos num furor planetário. Tem Paris Texas, de Wim Wenders nas telas. Rock in Rio, axe music. E.T. o Extraterrestre - o entretenimento chega à fórmula perfeita. Primeiro, o encanto. Depois, a angústia. No fim, rios de lágrimas e dinheiro. E quem não levaria o ET para casa?. A frase: "Minha prioridade, agora, é o meu trabalho", "Diretas já!".

 



Gorbatchev assume o poder na URSS e dá inicio a abertura que levou ao fim do bloco comunista.



A Aids se transforma em epidemia mundial.



Surge os yuppies, jovens profissionais bem sucedidos.



Thriller, de MJ é o disco mais vendido da década.



Xuxa se transforma em rainha dos baixinhos.



Movimento pelas Diretas Já.



Queda do muro de Berlim.





ANOS 90:



FHC é ministro, pai do real e presidente atrás do bi. O visual: Piercing - o mundo num buraco e você se enche de furo. O som: Xuxa - ela, Sandy, Júnior, Carla...Será que só criança compra CD? Pagode e sertanejo empolgam, mas são os baixinhos que decidem o CD que toca em casa. Filme: Titanic - o público quer histórias com mocinho e bandido, começo, meio e fim, mais um CD com a trilha baba. E aprova o maior turbilhão de dinheiro de Hollywood.  A frase: "Mas você não tem e-mail?", "É proibido fumar".



Neoliberalismo torna-se a doutrina hegemônica no mundo, suprimindo as barreiras comerciais e consolidando o processo da globalização.



Internet chega ao grande público e revoluciona a comunicação.



Difusão do CD, telefone, celular e da Internet.



Clonagem da ovelha Dolly cria expectativa sobre a possibilidade de se clonar humanos.



Dupla sertaneja, pagode e axé music abriram o gosto popular no Brasil.



Tecnologia influencia o mundo pop com a música eletrônica.



Crise atinge até os tigres asiáticos e promove o crash global.



Estagnação econômica elege o desemprego mundial.



A partir do ano 2000 a onda é outra e você pode muito bem estar lembrado, não precisa de blog nenhum para isso.



Como cantou Raul Seixas em A Verdade sobre a Nostalgia: “por isso, a nostalgia eu tô curtindo sem querer/porque está faltando alguma coisa acontecer/mamães já ouvem Beatles/papai já deslumbrou/em :com meu cabelo grande/eu fiquei contra o que já sou/na curva do futuro, muito carro capotou/talvez por causa disso é que a estrada ali parou/porém, atrás da curva perigosa, eu sei que existe/algum coisa nova mais brilhante e menos triste”.



Fui!

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