25 abril 2012

A praça ainda é do povo?


Praça é um lugar de encontro, de namoro, de criança brincar, de festas com coretos e bandas de música, de chafariz, pipoqueiro, de gente. Espaço aberto, livre, acessível a todos, da interação social. As praças já foram locais mais importantes das localidades. Historicamente a praça sempre foi o templo da política. Os políticos se reuniam para fazer discursos. Ultimamente a praça se despolitizou. Existem praça da luz, da sé, do santo, do encanto e da apoteose. Praça da liberdade, da paz, da guerra e da humanidade. Tem programa de humor A Praça é Nossa, o boa praça (o soldado que trata bem às pessoas), além de locais com a história de várias gerações como a Praça Tiradentes, no Rio, base da implantação do Reinado de D.João VI

No mundo inteiro há praças memoráveis. Composta por órgãos federais representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, a Praça dos Três Poderes em Brasília foi projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Lá estão localizados o Palácio do Itamaraty, o Palácio do Planalto, o Palácio da Justiça, o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional, o Panteão da Liberdade e Democracia e o Espaço Lúcio Costa. A Praça Vermelha é famosa em Moscou, conhecida pelos desfiles militares soviéticos durante a era da União Soviética. Exaltada pelo poeta Vladimir Maiacóvski (1893-1930) como o centro do mundo, a praça Vermelha tem um ligeiro declive que parece acompanhar a curvatura da Terra. Cenário de coroações, execuções e desfiles militares, é o palco principal da vida pública russa.

Mães foram para as praças chorar pelos seus filhos. A Praça de Maio sempre foi o centro da vida política de Buenos Aires. Desde a década de 70 as Mães da Praça de Maio se reúnem com fotos de seus filhos desaparecidos pelos militares durante a ditadura argentina. O povo argentino foi a Praça para exigir o fim da ditadura, e , mais tarde, para celebrar outros momentos. Em frente à Basílica de São Pedro, no Vaticano, situa-se a Praça de São Pedro Foi desenhada por Bernini no século XVII em estilo clássico mas com adições do barroco. Ergue-se um obelisco do Antigo Egipto no centro. Quase todos os visitantes que chegam ao Estado do Vaticano visitam primeiro a Praça, uma das melhores criações de Bernini, que o romancista francês Stendhal chamou “a arte da perfeição”.

Praça Castro Alves: a praça batizada em nome do poeta Antônio de Castro Alves é palco e coração do Carnaval de Salvador, maior manifestação popular do Brasil. O monumento do escultor italiano Pasquale Di Chirico, feita em bronze e granito, imortaliza o poeta em atitude de declamação. No início de 1866, na Bahia, Castro Alves fundou a associação abolicionista. Em novembro, o governo imperial, demagogicamente, decretou a liberdade dos cativos estatais que fossem lutar no Paraguai. Em dezembro (há 140 anos), Castro Alves publicou vibrante poema contra a repressão policial de comício republicano - "O povo ao poder". Diz o poema: “A praça! A praça é do povo/Como o céu é do condor/É o antro onde a liberdade/Cria águias seu calor...” . Tem ainda os Poetas da Praça, em salvador, reunidos na Praça da Piedade.

A música popular brasileira é cheia de praças. O samba chorou quando a urbanização acelerou na Praça Onze, composição de Herivelto Martins e Grande Otelo: “Vão acabar com a Praça Onze/Não vai haver mais Escola de Samba, não vai/Chora o tamborim/Chora o morro inteiro/Favela, Salgueiro/Mangueira, Estação Primeira/Guardai os vossos pandeiros, guardai/Porque a Escola de Samba não sai”. Zé Keti compôs Praça 11, Berço do Samba: “Favela/Do camisa preta/Dos sete coroas/Pra ver o teu samba/Favela/Era criança na praça onze/Eu corria pra te ver desfilar”

“Peço licença, peço em nome de quem passa/Onde a rua fez-se em praça/Tempo passa e vai-se embora/Eu vou cantar um samba/Pra quem chegar agora”, a letra A Praça já foi cantada por Nara Leão, mas A Praça que todos lembram é da canção de Carlos Imperial que teve como intérprete Ronnie Von, aquele da Jovem Guarda: “Hoje eu acordei com saudades de você,/Beijei aquela foto que você me ofertou,/Sentei naquele banco da pracinha só porque/Foi lá que começou o nosso amor.//Senti que os passarinhos todos me reconheceram/Pois eles entenderam toda a minha solidão/Ficaram tão tristonhos e até emudeceram/Aí, então, eu fiz esta canção//A mesma praça, o mesmo banco, / As mesmas flores, o mesmo jardim./Tudo é igual mas estou triste, / Porque não tenho você perto de mim./Beijei aquela árvore tão linda, onde eu/Com meu canivete, um coração eu desenhei/Escrevi no coração o meu nome junto ao seu/E meu grande amor então jurei...”.

“A praça Castro Alves é do povo/Como o céu é do avião/Um frevo novo,/um frevo novo,/um frevo novo/Todo mundo na praça,/manda a gente sem graça pro salão” cantou Caetano Veloso em Um Frevo Novo. E Moraes Moreira, em pleno carnaval, atacou de Chão da Praça: “Olhos negros cruéis, tentadores das multidões sem cantor/Olhos negros cruéis, tentadores das multidões sem cantor/Eu era menino, menino um beduíno com ouvido de mercador/Lá no oriente tem gente com olhar de lança na dança do meu amor//Tem que dançar a dança que a nossa dor balança o chão da praça ôuôuô”


No dia 25 de abril de 2006 estreava este blog com a seguinte apresentação:



A partir de hoje estarei escrevendo diariamente (de segunda a sexta) este blog abrangendo uma infinidade de assuntos que vão desde cinema, música, quadrinhos, poesia, ideias, fotografias, filosofia, artes plásticas, cidadania, enfim, tudo que acontece em nossa aldeia global. Durante anos escrevi em diversos jornais e revistas assuntos diversos, estou aproveitando muitos desses assuntos, atualizando e colocando no blog. Conto com o apoio e a participação de todos vocês.

Criado como uma ferramenta para publicação de diários pessoais na internet, os weblogs, ou simplesmente blogs, estão sendo cada vez mais usados por jornalistas para publicar, de forma ágil, informações e opiniões. Blog é um termo criado pela abreviação da união das palavras inglesas Web (rede) e Log (diário de bordo). Na versão básica é, portanto, um diário eletrônico publicado via internet. Similar a um site, sua popularidade se deve a dois fatores: facilidade no manuseio e possibilidade de interatividade.

Os textos são geralmente curtos e de leitura rápida. No nosso blog os textos não serão tão curtos assim, pois estarei comentando assuntos (comportamentos) como paixão, amor, ciúme, poder, filósofos, psicólogos, escritores, poetas, pensadores, e refletindo sobre atualidade.

Estamos há seis anos na rede. Haja conexões!!!
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