03 janeiro 2012

Tempo, tempo, tempo, tempo (1)

O tempo é o nosso principal recurso não renovável. Tempo é dinheiro. Em termos econômicos, isto significa darmos valor tanto ao tempo que não é diretamente contratado por um empregador, como ao tempo dedicado a atividades socialmente úteis mas que não entram no circuito monetário, como os cuidados com a família, o cuidado com nossos jardins, a arborização das nossas calçadas por vizinhos dedicados e assim por diante, porque o prazer da vida tem valor.


O tempo sempre foi tratado como um conceito adquirido pela vivência do ser humano, impossível de ser expressado em palavras. A concepção do tempo sempre foi motivo de preocupação do ser humano desde o inicio da cultura ocidental, ou seja, desde os gregos até os nossos dias atuais. Foi também motivo de estudo em diversas passagens da história antiga. O filósofo e prosador grego Plutarco afirmava que “o tempo é o mais sábio dos conselheiros”.


O escritor Victor Hugo já dizia: "A vida já é curta e nós a encurtamos ainda mais desperdiçando o tempo". E Leon Uris completava: "Muitas vezes não temos tempo para dedicar aos amigos, mas para os inimigos temos todo o tempo do mundo". Napoleão Bonaparte foi preciso:"Há ladrões que não se castigam, mas que nos roubam o mais precioso: o tempo."


O romancista francês Marcel Proust de “Em Busca do Tempo Perdido” já escrevia: "Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem". O poeta Mário Quintana foi certeiro: “O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo". "As quatro coisas que não voltam para trás: A pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida e o tempo passado" (autor desconhecido)


O tempo flui e é instável no seu movimento. No caso do tempo da meteorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças climáticas provocadas pela ação humana. O tempo do Direito, normatizado dos prazos, dos recursos, da prescrição, da coisa julgada, da vigência das leis e do drama cotidiano da lentidão da Justiça. O tempo tem uma importância fundamental para o Direito. Ele constitui um fato jurídico relevante. Em seus mais variados aspectos o decurso do tempo pode constituir, desconstituir ou modificar direitos. Pode representar a conquista de um status (a maioridade, por exemplo) ou acarretar a cessação de uma condição privilegiada (o fim de um mandato eletivo ou do cargo de direção de uma empresa).


O tempo da mídia é cada vez mais, um tempo online, caracterizado pela instantaneidade e pela fragmentação que a revolução digital magnifica pela atuação das redes. A instantaneidade provoca a repercussão imediata dos eventos nas percepções coletivas. Modernidade, velocidade, informação. A grande mídia faz e desfaz. Para ela, a manchete vale mais que a notícia, a foto vale mais que o fato, os segundos valem mais que o contexto histórico. Heróis e vilões são eleitos.


O tempo financeiro também é um tempo online, de escopo internacional, que lida com a confiança inerente ao crédito. Transita pela volatilidade dos fluxos financeiros. Criar bons hábitos financeiros leva tempo. Para aquele que está engatinhando na área de poupar e investir, os termos estranhos, a quantidade de taxas, os imprevistos e até a decisão entre investir neste ou naquele fundo pode ser o fator decisivo entre ganhar e perder dinheiro. Se você realmente está disposto a mudar de vida, um importante passo é controlar os gastos.


Já o tempo político é mais lento e menos internacional que o da mídia e o financeiro, pois é condicionado pela territorialidade das instituições. O tempo político no Brasil está voltado para dentro do País e o seu horizonte transita pelo calendário das eleições, pelos interesses dos partidos e pelas aspirações e ambições de suas lideranças. Tempo político define a oportunidade política de um determinado projeto.


O tempo econômico (ciclo do investimento, da produção e da distribuição), é mais lento que o da mídia e o das finanças e não tem, como o da política, um horizonte marcado pelo calendário eleitoral. Não comporta a instantaneidade de soluções. Requer tempo. Decifra-me ou te devoro nos diz o tempo da economia. A teoria econômica convencional por longo tempo fingiu ignorar o tempo da economia, mas depois. Para não ser por ele devorada, o reconheceu apenas como tempo lógico ou tempo-espaço, tempo manso manso coabitando com seu equilíbrio. Mas o tempo hoje é de crise...


Felicidade é casada com o Tempo, responsável pela resolução de todos os problemas. Juntos tiveram três filhos: A Amizade, a Sabedoria, e o Amor. A Amizade é a filha mais velha, menina sincera e alegre, une pessoas, pretende nunca ferir, sempre consolar. A do meio é a Sabedoria, culta, íntegra, sempre foi mais apegada ao Pai, o Tempo. A Sabedoria e o Tempo andam sempre juntos. O caçula é o Amor, teimoso, às vezes só quer morar em um lugar... O Amor é complexo, mas é lindo. Quando ele começa a fazer estragos o pai dele, o Tempo, sai fechando todas as feridas que o Amor abriu. Lembre-se: Tudo no final sempre dá certo, se ainda não deu, é porque não chegou o final. Por isso, acredite sempre na minha família. Acredite no Tempo, na Amizade, na Sabedoria e, principalmente no Amor. Aí, com certeza um dia, a Felicidade, baterá em sua porta. Tenha Tempo para os Sonhos: eles conduzem sua carruagem para as Estrelas.

--------------------------------------------------------------------------------------

Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929).

Nenhum comentário: