
Em 1951, Leo Fender criou seu Fender Bass, que acabou substituindo os pesados contrabaixos acústicos em praticamente todas as bandas de rock and roll. Monk Montgomery, Jacó Pastorious, Stanley Clark e Alfonso Johnson foram os músicos de jazz que também adotaram o instrumento. A Gibson, que era uma das maiores indústrias de instrumentos dos EUA, resolveu entrar em competição com a pequena fábrica de Fender, em 1952, lançando a Gibson Les Paul, que ficou popular entre os músicos de jazz. Mas em 1954, Leo Fender respondeu, lançando a Fender Stratocaster. A Gibson Les Paul só foi conseguir alguma popularidade entre os músicos de rock nos anos 60, quando começou a ser usada por Jimmy Page e Eric Clapton. Mas Jimi Hendrix usava uma Stratocaster. As guitarras que Fender inventou são as preferidas dos guitarristas de rock, de Chuck Berry, Boddy Holly e Jimi Hendrix, Eric Clapton, Keith Richards, Eddie Van Halen, Mark Knopfler, Andy Summers e muitos outros.
Se nos anos 50 Chuck Berry transformou a guitarra em instrumento básico do rock and roll, na década de 60, três músicos ingleses levaram o velho blues de Chicago a um novo formato, ampliando as fronteiras da guitarra. Eram Eric Clapton, Jeff Beck e Jimmy Page. Foram eles que transformaram os amplificadores em verdadeiras usinas sonoras controladas pelas guitarras, geralmente Gibson Les Paul. Embora contemporâneo de Clapton, Beck e Page, Jimi Hendrix é um caso à parte, único em seu estilo. Com sua Fender Stratocaster usada de cabeça para baixo, já que era canhoto, ele integrou a guitarra ao amplificador a tal ponto que ambos pareciam um único instrumento. Hendrix era um verdadeiro mago da guitarra e foi mais além, incorporando definitivamente ao idioma do rock o uso de pedais de efeito como phaser, wah-wah e fuz. Tudo isso, aliado à uma ânsia de experimentar coisas diferentes, fez com eu ele abrisse novos caminhos para a guitarra, ampliando a linguagem do rock e elevando o ruído à categoria de música.
PAULEIRA
Usando as técnicas da música de vanguarda, Frank Zappa levou a utilização dos pedais de efeito às últimas conseqüências, obtendo sonoridades que dificilmente poderiam ser associadas à guitarra como ela era conhecida até então. Egresso da banda de Zappa, Adrian Belew avançou ainda mais nessa direção, arrancando de sua guitarra urros de elefantes, gritos de golfinhos e outros sons animalescos. Numa outra direção, Mark Knopfler retomou a clareza sonora da música pop no início dos anos 60, tocando sua Stratocaster com os dedos em vez e palheta. Carlos Santiago também extraiu de sua guitarra os mais curiosos efeitos percussivos.
O rock da virada dos anos 60/70 foi sacudido pelo heavy metal, música que não usa nenhum metal, mas é feito na base da pauleira, da força bruta das guitarras amplificadas e distorcidas por toneladas de equipamentos. Rick Nielson tinha uma coleção de guitarras o grupo Cheap Trick; Angus Young comanda o AC/DC. Tem ainda o som furioso do Iron Maiden e muitos outros. O poeta e guitarrista Lou Reed ajudou a dar a saída na revolta punk juntamente com Iggy Pop. O punk rock surgiu entre 1974 e 1976, em Nova Iorque e Londres. E o rock garagem lançou Ramones, Dammed, mas foi o Sex Pistols que colocou o movimento punk em fogo para os meios de comunicação de massa. Com o grupo Clash, o punk ficou ainda mais político.
No início dos nos 80, o caso de amor entre o rock e a guitarra parecia perder força. Houve quem falasse em divórcio, novo casamento ao som de sintetizadores. O certo é que as novas gerações de roqueiros – pelas mãos de feras como Adrian Belew, Steve Ray Vaughn e tantos outros – reavivaram a velha chama, a guitarra como alma do som do rock. Na década de 80, a guitarra deixou de ser apenas um instrumento elétrico para se tornar eletrônico. Captadores especiais não mais se limitaram a captar a vibração das cordas e transformá-las em som – eles passaram a codificar esses sons em informações digitais que, através de um interface, são capazes de controlar sintetizadores, samplers, baterias eletrônicas e computadores. Nos anos 90 o rock pesado renasceu com o grupo Nirvana comandado por Kurt Cobain que cantava, compunha e tocava a guitarra principal. Seu tom de voz mistura e se confunde com alguns acordes das guitarras. Outro grupo, o Metallica, ocupou um bom tempo as cabeceiras das paradas. O produtor, guitarrista e vocalista Steve Albini celebrava uma overdose de guitarras sobre bateria eletrônica. Tem ainda o Red Hot Chili, Guns N´Roses, Faith No More, REM, Skid Row, Alice in Chains, Suicidal Tendencies, dentre outros. O movimento de guitar bands (culto iniciado nos anos 60) não pára.
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