30 maio 2021

A cadela feliz

 

 

Era uma vez uma cachorrinha que gostava muito de crianças. Todas as vezes que seu dono Odemar levava para o passeio, ela via uma garotinha e começava a abanar o rabo e latir de felicidade. Deitava no chão para que a criança coçasse sua barriguinha e assim ela vivia de brincadeiras,  de correr atrás de uma bola, de pular atrás do dono, e de sentir segura, sem sono.

 


Como ela era muito peralta e ativa, ficava agitada quando  alguém passava diante de sua janela.  Sim, ela gostava muito de apreciar a paisagem da janela. Mas de uns tempos para cá notou que poucas pessoas passavam pelo local, e o pior, usavam uma máscara como aquelas de bandido e mocinho.

 


Niquita, o nome da cachorrinha não sabia, mas percebia que algo mudou. Um vírus terrível chegou e ameaçou toda a humanidade. Seu dono resolveu prende-la numa cólera e, todas as noites ela chorava de tristeza. Até que um dia a cadelinha ouviu uma voz, da consciência dizendo:

 

--  “Corte essa cólera com seus dentes”.

 

E foi o que ela tentou fazer, mas desistiu porque seus outros donos a abandonaram e ela não  queria ficar sozinha na rua.

 

Não durou uma semana e a Niquita conquistou o coração de Odemar que já fazia comida especial pra ela, além de dormir em sua cama, junto aos seus pés. Conforto? Era o que ela mais tinha. Estava feliz demais a danadinha. Mas eis que surge o vírus malvado e leva Odemar para o outro lado, ninguém sabe pra onde. Céu?  Estrelas? Vento ou poeira do universo... Então Niquita voltou a ficar triste, baixou o rabinho e não quis mais comer, só sofrer.

 


Mas eis que surge o companheiro de Odemar, o desajeitado Guto, que não sabe cozinhar, parece até desenho animado de tanto falar, pensou a cachorrinha. Mas logo Niquita se acostumou. Guto fazia carinho, dormia de mansinho, fazia até cafuné, levava aos passeios pra brincar com as crianças e ser feliz ao lado de tantas lembranças.

 

Quanto ao vírus, ela começou a se cuidar, limpar os pezinhos, se afastar dos vizinhos e se cuidar pra não adoentar. Niquita é esperta, balança o rabo e é feliz, mas não é quieta. Agitada como qualquer criança.  Só quer brincar com segurança. 

2 comentários:

Marina Menezes disse...

Que tristeza essa história. Esse vírus tem levado muita gente, vai ser difícil a gente se recuperar depois que tudo isso acabar. Por causa da responsabilidade de alguns vamos viver um imenso luto coletivo. Resta a esperança de que isso acabe logo

Unknown disse...

VOCÊ É GUERREIRO GUTO...TAMOS JUNTOS COM VOCÊ NO QUE DER E VINHER!!!!!!