Era uma vez uma cachorrinha que gostava
muito de crianças. Todas as vezes que seu dono Odemar levava para o passeio,
ela via uma garotinha e começava a abanar o rabo e latir de felicidade. Deitava
no chão para que a criança coçasse sua barriguinha e assim ela vivia de
brincadeiras, de correr atrás de uma
bola, de pular atrás do dono, e de sentir segura, sem sono.
Como ela era muito peralta e ativa, ficava
agitada quando alguém passava diante de
sua janela. Sim, ela gostava muito de
apreciar a paisagem da janela. Mas de uns tempos para cá notou que poucas
pessoas passavam pelo local, e o pior, usavam uma máscara como aquelas de
bandido e mocinho.
Niquita, o nome da cachorrinha não sabia,
mas percebia que algo mudou. Um vírus terrível chegou e ameaçou toda a
humanidade. Seu dono resolveu prende-la numa cólera e, todas as noites ela
chorava de tristeza. Até que um dia a cadelinha ouviu uma voz, da consciência
dizendo:
-- “Corte essa cólera com seus dentes”.
E foi o que ela tentou fazer, mas desistiu
porque seus outros donos a abandonaram e ela não queria ficar sozinha na rua.
Não durou uma semana e a Niquita
conquistou o coração de Odemar que já fazia comida especial pra ela, além de
dormir em sua cama, junto aos seus pés. Conforto? Era o que ela mais tinha.
Estava feliz demais a danadinha. Mas eis que surge o vírus malvado e leva
Odemar para o outro lado, ninguém sabe pra onde. Céu? Estrelas? Vento ou poeira do universo...
Então Niquita voltou a ficar triste, baixou o rabinho e não quis mais comer, só
sofrer.
Mas eis que surge o companheiro de Odemar,
o desajeitado Guto, que não sabe cozinhar, parece até desenho animado de tanto
falar, pensou a cachorrinha. Mas logo Niquita se acostumou. Guto fazia carinho,
dormia de mansinho, fazia até cafuné, levava aos passeios pra brincar com as
crianças e ser feliz ao lado de tantas lembranças.
Quanto ao vírus, ela começou a se cuidar,
limpar os pezinhos, se afastar dos vizinhos e se cuidar pra não adoentar.
Niquita é esperta, balança o rabo e é feliz, mas não é quieta. Agitada como
qualquer criança. Só quer brincar com
segurança.
2 comentários:
Que tristeza essa história. Esse vírus tem levado muita gente, vai ser difícil a gente se recuperar depois que tudo isso acabar. Por causa da responsabilidade de alguns vamos viver um imenso luto coletivo. Resta a esperança de que isso acabe logo
VOCÊ É GUERREIRO GUTO...TAMOS JUNTOS COM VOCÊ NO QUE DER E VINHER!!!!!!
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