Neste sábado, dia 26 de setembro, Gal
Costa comemora seus 75 anos. Dona de um dos melhores timbres de nossa música, sua
voz era capaz de soar doce e suave cantando os mais simples dos sambas, ao
mesmo tempo que podia extravasar toda energia do rock’n’roll do final dos anos
60 nas canções da fase mais experimental de sua carreira. João Gilberto definiu
como “a maior cantora do Brasil”. Em sua fase “tropicalista”, que absorveu
influências do canto rasgado de Janis Joplin e da psicodelia de Jimi Hendrix,
lançou seu primeiro disco solo “Gal Costa” (1969). Em 1971 lançou “Fa-Tal: Gal
a Todo Vapor”, gravado ao vivo, que serviu para carregar a bandeira do
Tropicalismo, enquanto seus dois principais compositores, Caetano e Gil,
estavam no exílio.
O disco Índia sai em 1973. Cantar,
produzido por Caetano e com arranjos de João Donato foi lançado em 1974. Em
1975 gravou a música de abertura da novela Gabriela, a canção “Modinha para
Gabriela”, de Dorival Caymmi, que fez grande sucesso. Gal Canta Caymmi, lançado
no ano seguinte, quando Gal, Gil, Caetano e Bethânia se reuniram para o
espetáculo Os Doces Bárbaros, que deu origem ao disco homônimo. Em Aquarela do
Brasil (1980), a cantora revisitou a obra de Ary Barroso. Fantasia, do ano
seguinte, alcançou sucesso nas rádios. O disco “Bem Bom”, de 1985 foi o mais
vendido da cantora. Em 1988, recebeu o Prêmio Sharp de melhor cantora. Plural
(1990), retomou a parceria com Waly Salomão. Em 1993, a cantora lançou O
Sorriso do Gato de Alice, com show dirigido por Gerald Thomas (1954). O disco
Mina D’água do Meu Canto, dedicado à obra de Caetano Veloso e Chico Buarque,
gravado em 1995. Em 1997, revisitou o repertório no álbum Acústico e, em 1999,
um disco com canções de Tom Jobim.
Em 2001 foi incluída no Hall of Fame do
Carnegie Hall, sendo a única cantora brasileira a entrar no Hall, após
participar do show “40 anos de Bossa Nova”, em homenagem a Tom Jobim. Em 2005
lançou o álbum “Hoje”. Em 2011 foi a vez do álbum “Recanto”, concebido e
composto por Caetano Veloso. Esse disco tirou a cantora de um autoexílio
fonográfico de seis anos. Em 2015, Gal Costa lançou “Estratosférica”, em três
formatos: LP, CD e download.
Ao lado de Elis Regina (1945-1982) e Maria
Bethânia, Gal Costa é considerada uma das principais referências vocais
femininas de sua geração e influência para cantoras posteriores, como Marisa
Monte, Tulipa Ruiz e Roberta Sá. Em comparação às cantoras de sua geração, Gal
diferencia-se por trazer o grito do rock para o canto popular – Bethânia
destaca uma interpretação mais teatralizada para seu timbre grave e Elis faz
uso de todos recursos vocais para potencializar a expressividade passional. Samba,
bossa nova, tropicalismo, ou rock’n’roll, Gal Costa canta com maestria tudo o
que lhe vem na voz. Sua voz é doce, bárbara, fatal, estratosférica.
DISCOGRAFIA BÁSICA
Domingo (1967), com Caetano
Veloso.gal-costa-capa-cd-3
Tropicalia (1968), com Caetano Veloso,
Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé.
Gal Costa (1969).
Gal (1969).
Legal (1970).
Índia (1973).
Cantar (1974).
Gal canta Caymmi (1976).
Caras e Bocas (1977).
Água Viva (1978).
Gal Tropical (1979).
Aquarela do Brasil (1980).
Fantasia (1981).
Minha Voz (1982).
Baby Gal (1983).
Profana (1984).
Bem Bom (1985).
Lua de Mel como o Diabo gosta (1987).
Plural (1990).
Gal (1992).
O Sorriso do Gato de Alice
(1993).gal-costa-capa-cd-0
Mina d´Água do Meu Canto (1995).
Aquele Frevo Axé (1998).
Gal de Tantos Amores (2001).
Bossa Tropical (2002).
Todas as Coisas e Eu (2003).
Hoje (2005).
Recanto (2011).
Estratosférica (2015).
A Pele do Futuro (2018).
Álbuns ao vivo
Fa-Tal – Gal a Todo Vapor (1971).
Temporada de Verão (1974), com Caetano
Veloso e Gilberto Gil.
Doces Bárbaros (1976), com Caetano Veloso,
Gilberto Gil e Maria Bethânia.
Acústico MTV (1997)
Gal Costa Canta Tom Jobim (1999).
Ao Vivo (2006).
Live at the Blue Note (2006).
Recanto ao Vivo (2013).
Live in London 71 (2014), com Gilberto
Gil.
Estratosférica ao Vivo (2017).
Trinca de Ases (2018), com Gilberto Gil e
Nando Reis.
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