22 novembro 2016

Floriano Teixeira, senhor de um desenho de traço refinado (2)



Sobre o desenho de Floriano, disse Carybé: “(...) São desenhos elaboradíssimos onde o traço obedece
à intenção ora dramática, ora política da cena. Um emaranhado de linhas doces, violentas, amargas ou suaves, que obrigam os olhos a seguir, o caminho por ele desejado para parar no ponto, no acento, digamos no nó da composição (...).

É um desenho rico, com algo herdado de floresta, de que Floriano é uma espécie de renda de almofadas ou de complicada simplicidade das asas de mosquitos e cigarras”.

Também o escultor Mário Cravo disse sobre Floriano: “(...) Tenho a impressão que Floriano é uma espécie de pássaro feito homem, que dotado de paciência infinita vai armando seus miríades de gavetinhas em formas de linhas. De vez em quando, esta topografia e seus contorno verdadeiros são abertos sobre umas superfície. Aí temos um Floriano (…)”.

“Floriano é senhor de um traço inconfundível, o que lhe confere, sem favor, a dignidade plena mestre do desenho. Elegante, sintético, harmonioso, inventivo no delinear e rigorosamente seguro na formulação de volumes e espaços. Sabedor, como bem poucos, do essencial de cada movimento, de cada expressão, mostra-se sensível à intimidade das coisas e das pessoas”

“É, sobretudo, um lírico – de um lirismo da melhor estirpe – no tratamento daqueles temas que sempre o acompanham, como dádiva ou privilégio, na sua trajetória de artista: as aves e as flores, as crianças e as mulheres... Com rara habilidade, Floriano soube desenvolver, desde cedo, um talento inspirado em histórias em quadrinhos e produções humorísticas, elementos que transfigurados pela sua sensibilidade, seriam retomados, mais tarde nas 'oníricas janelinhas' e,
sobretudo nas magníficas ilustrações de livros”, escreveu Sylvia Menezes de Athayde no catálogo da exposição O Desenho e os Desenhos de Floriano Teixeira, setembro de 1985.

No dia 21 de julho de 2000 o artista faleceu, mas deixou sua arte para a humanidade, cheio de sensualidade, de ironia, de incurável romantismo.

Um comentário:

ciro disse...

CARO GUTEMBERG
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